por Jorge Serrão
Vazou às 17 horas de ontem para alguns Senadores a transcrição de uma bombástica e comprometedora conversa de telefone via satélite sobre os desdobramentos da prisão e soltura do banqueiro Daniel Dantas. A transcrição dos telefonemas foi devidamente autorizada pela Justiça espanhola e pela Justiça holandesa, a pedido de uma grande tele da Espanha. Sua reprodução entre políticos brasileiros, certamente, é que não foi permitida.
Na versão que circulou ontem no Senado, a Vodafone Internacional comunicou ao órgão “X” (não identificado) que a transcrição das conversas está nas mãos da presidência da companhia espanhola para a América Latina. As ligações foram captadas entre os satélites 4 e 12 da Vodafone, que é uma operadora de telefonia móvel transnacional, com sedes no Reino Unido e na Alemanha.
A própria tele que transcreveu as conversas revelou uma informação irônica. Os próprios interlocutores “grampeados” pela paranoia anti-terror se aconselharam mudar a rotina de conversas telefônicas reservadas para outra empresa de telecomunicações internacional. Os usuários foram comunicados de que “poderia haver um vazamento de óleo no satélite”. Os precavidos trocaram a Vodafone por uma empresa de telefonia russa, que também opera via satélite.
As gravações de tais conversas têm amparo legal internacional. Tudo por causa da onda anti-terrorista. Serviços de Inteligência empresarial e de governos monitoram tais conversas suspeitas de efetuar grandes transações financeiras. Ninguém escapa ao monitoramento. Nem Chefes de Estado. O que não se sabe, com precisão, é o motivo exato porque a tele espanhola transcreveu tais ligações e deixou vazar seu conteúdo, exatamente no momento em que o Caso Daniel Dantas caminha para gerar a mais séria crise no Judiciário brasileiro, nos últimos tempos.
O vazamento de tais conversas entre o exterior e o Brasil mostra que não é a Polícia Federal, a pedido da Justiça Federal, quem anda fazendo escutas telefônicas de poderosos brasileiros. O mais recomendável é nunca falar ao telefone. Quem pensava que o telefone via satélite era seguro entrou pelo cano. Nem adianta mudar de aparelho ou operadora. Quem controla o satélite acessa a conversa.
A grande questão geopolítica é compreender a quem interessa a divulgação de tais conversas — numa clara violação da privacidade dos interlocutores. Os controladores de tais empresas envolvidas, que fazem parte da Oligarquia Financeira Transnacional que manda de verdade no mundo, têm interesses muito grandes para entrar de cabeça no olho do furacão do Caso Daniel Dantas. Que interesses são estes? Não é tão elementar assim, meu caro Watson...
Em nome da liberdade de informação, o Alerta Total divulga exatamente o conteúdo das conversas que circulava ontem pelo Senado. A veracidade das conversas só seus autores podem atestar. Como, certamente, não lhes interessa “passar recibo” do que foi falado, o assunto tende a se transformar no “dito pelo não-dito”. Só uma coisa é certa. Não é seguro falar em nenhum telefone. No mundo globalizado, as empresas de inteligência “grampeiam” até sinal de fumaça...
Primeira Conversa
Foi captada na terça-feira, às 7h da manhã (hora de Brasília). Alguém liga do Brasil para o telefone do sujeito identificado como “João”, que estava no Oriente:
— Sr João, tenho uma notícia forte para lhe dar.
— O que é?
— Sabe o nosso amigo, aquele que tínhamos conversado semana passada.
— Sim.
— O pessoal das letras douradas está na casa dele.
— Me repete... Ah, já entendi... Mas já não tínhamos conversado sobre isso com ele, para que ficasse tranqüilo? Quem foi que mexeu neste barro?
— Foi um chefinho querendo se promover...
— Mas isso não pode ser. Agora vamos fazer o quê?
— Agora vamos ter de mudar nossa maneira de falar. Vamos nos manter longe deste problema até quanto a gente possa.
— Puta merda... Sempre que eu saio daí aparece uma merda dessas. Chama logo o gaúcho. Manda ele entrar em contato comigo no outro telefone... O que eu falo pro pessoal das páginas brancas?
— Cuidado... Muito cuidado. Vamos tentar primeiro ver como faremos por aqui, para eu te falar mais tarde... Tente não falar nisso com ninguém das páginas brancas até que nós lhe daremos as instruções de como se dirigir.
— Tudo bem, mas pede para o gaúcho ligar para mim urgente... E fique monitorando instante a instante. Está dando muito programa de televisão isso aí?
— Demais. A toda poderosa está dando furo exclusivo.
— Mas quem deu isso a eles, se nós não estávamos sabendo?
— Saiu daqui, dr João. Saiu daqui...
Segunda Conversa
Três horas depois, liga uma voz feminina para o doutor João:
— João?
— Não. João está numa reunião.
— Vai demorar muito. Mas ele me deixou aqui para escutar o seu recado.
— Olha, diga ao João que o gaúcho falou com o salva vidas e o salva vidas mandou o João ficar tranqüilo. O passarinho está tranqüilo porque já recebeu recado nosso que estamos trabalhando em cima disso. Mas as páginas brancas estão muito em cima.
— Ah, bom...
— Mas diga ao Dr João que temos outro problema, com outro passarinho. Mas parece que um dos chefinhos não vai fazer nenhuma coisa que seja teatral. Só daqui a dois ou três dias...
— Mas quem é o outro passarinho. É aquele que estou imaginando?
— Não sei. Mas vou te dar uma referência. Ele comprou um hotel muito bonito há pouco tempo, e Seu João esteve lá...
— Mas por que isso...
— Depois explico, depois explico...
A ligação caiu.
Terceira Conversa
Foi captada uma última mensagem. João ligando para um interlocutor que estava fora do Brasil, entre o Caribe e parte dos Estados Unidos. A ligação ocorreu do satélite 12 para o satélite 4. João pergunta ao interlocutor não identificado.
— Quem fala?
— É o João que está falando...
— Só uma coisa que eu queria saber. Aquele carregamento que saiu semana passada está tudo aí, como foi combinado?
— Está tudo conferido e guardado.
— Só não deixa ninguém ligado a mim perguntar sobre isso. Só eu que vou lhe dar autorização e você sabe como é?
— Pode ficar tranqüilo, que está tudo sob controle.
Grampo nacional
Procede, em parte, a gritaria do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que ontem recebeu um informe de que estaria sendo vítima de “grampos”.
Não procede é o ministro afirmar que seja alvo das escutas oficiais, feitas pela Polícia Federal, a mando da Justiça Federal hierarquicamente abaixo do Supremo.
Mesmo que ocorresse tal escuta, jamais ela seria revelada ou admitida de fato — ou de Direito.
Mas o ministro sabe que é alvo de monitoramento sistemático há um bom tempo, e por isso andou atacando a Polícia Federal, para ver de acertava o alvo real que lhe persegue.
Quem pode pode
Daniel Dantas e sua irmã Verônica têm o poder de fato sob o comando do Opportunity.
Só eles sabem as senhas de todas as grandes contas de brasileiros poderosos nos paraísos fiscais pelo mundo afora.
Solto de novo, promotores federais temem que Daniel Dantas deixe o País a qualquer momento.
O passaporte dele não está apreendido pela Polícia Federal, como é costume em tais casos.
A própria tele que transcreveu as conversas revelou uma informação irônica. Os próprios interlocutores “grampeados” pela paranoia anti-terror se aconselharam mudar a rotina de conversas telefônicas reservadas para outra empresa de telecomunicações internacional. Os usuários foram comunicados de que “poderia haver um vazamento de óleo no satélite”. Os precavidos trocaram a Vodafone por uma empresa de telefonia russa, que também opera via satélite.
As gravações de tais conversas têm amparo legal internacional. Tudo por causa da onda anti-terrorista. Serviços de Inteligência empresarial e de governos monitoram tais conversas suspeitas de efetuar grandes transações financeiras. Ninguém escapa ao monitoramento. Nem Chefes de Estado. O que não se sabe, com precisão, é o motivo exato porque a tele espanhola transcreveu tais ligações e deixou vazar seu conteúdo, exatamente no momento em que o Caso Daniel Dantas caminha para gerar a mais séria crise no Judiciário brasileiro, nos últimos tempos.
O vazamento de tais conversas entre o exterior e o Brasil mostra que não é a Polícia Federal, a pedido da Justiça Federal, quem anda fazendo escutas telefônicas de poderosos brasileiros. O mais recomendável é nunca falar ao telefone. Quem pensava que o telefone via satélite era seguro entrou pelo cano. Nem adianta mudar de aparelho ou operadora. Quem controla o satélite acessa a conversa.
A grande questão geopolítica é compreender a quem interessa a divulgação de tais conversas — numa clara violação da privacidade dos interlocutores. Os controladores de tais empresas envolvidas, que fazem parte da Oligarquia Financeira Transnacional que manda de verdade no mundo, têm interesses muito grandes para entrar de cabeça no olho do furacão do Caso Daniel Dantas. Que interesses são estes? Não é tão elementar assim, meu caro Watson...
Em nome da liberdade de informação, o Alerta Total divulga exatamente o conteúdo das conversas que circulava ontem pelo Senado. A veracidade das conversas só seus autores podem atestar. Como, certamente, não lhes interessa “passar recibo” do que foi falado, o assunto tende a se transformar no “dito pelo não-dito”. Só uma coisa é certa. Não é seguro falar em nenhum telefone. No mundo globalizado, as empresas de inteligência “grampeiam” até sinal de fumaça...
Primeira Conversa
Foi captada na terça-feira, às 7h da manhã (hora de Brasília). Alguém liga do Brasil para o telefone do sujeito identificado como “João”, que estava no Oriente:
— Sr João, tenho uma notícia forte para lhe dar.
— O que é?
— Sabe o nosso amigo, aquele que tínhamos conversado semana passada.
— Sim.
— O pessoal das letras douradas está na casa dele.
— Me repete... Ah, já entendi... Mas já não tínhamos conversado sobre isso com ele, para que ficasse tranqüilo? Quem foi que mexeu neste barro?
— Foi um chefinho querendo se promover...
— Mas isso não pode ser. Agora vamos fazer o quê?
— Agora vamos ter de mudar nossa maneira de falar. Vamos nos manter longe deste problema até quanto a gente possa.
— Puta merda... Sempre que eu saio daí aparece uma merda dessas. Chama logo o gaúcho. Manda ele entrar em contato comigo no outro telefone... O que eu falo pro pessoal das páginas brancas?
— Cuidado... Muito cuidado. Vamos tentar primeiro ver como faremos por aqui, para eu te falar mais tarde... Tente não falar nisso com ninguém das páginas brancas até que nós lhe daremos as instruções de como se dirigir.
— Tudo bem, mas pede para o gaúcho ligar para mim urgente... E fique monitorando instante a instante. Está dando muito programa de televisão isso aí?
— Demais. A toda poderosa está dando furo exclusivo.
— Mas quem deu isso a eles, se nós não estávamos sabendo?
— Saiu daqui, dr João. Saiu daqui...
Segunda Conversa
Três horas depois, liga uma voz feminina para o doutor João:
— João?
— Não. João está numa reunião.
— Vai demorar muito. Mas ele me deixou aqui para escutar o seu recado.
— Olha, diga ao João que o gaúcho falou com o salva vidas e o salva vidas mandou o João ficar tranqüilo. O passarinho está tranqüilo porque já recebeu recado nosso que estamos trabalhando em cima disso. Mas as páginas brancas estão muito em cima.
— Ah, bom...
— Mas diga ao Dr João que temos outro problema, com outro passarinho. Mas parece que um dos chefinhos não vai fazer nenhuma coisa que seja teatral. Só daqui a dois ou três dias...
— Mas quem é o outro passarinho. É aquele que estou imaginando?
— Não sei. Mas vou te dar uma referência. Ele comprou um hotel muito bonito há pouco tempo, e Seu João esteve lá...
— Mas por que isso...
— Depois explico, depois explico...
A ligação caiu.
Terceira Conversa
Foi captada uma última mensagem. João ligando para um interlocutor que estava fora do Brasil, entre o Caribe e parte dos Estados Unidos. A ligação ocorreu do satélite 12 para o satélite 4. João pergunta ao interlocutor não identificado.
— Quem fala?
— É o João que está falando...
— Só uma coisa que eu queria saber. Aquele carregamento que saiu semana passada está tudo aí, como foi combinado?
— Está tudo conferido e guardado.
— Só não deixa ninguém ligado a mim perguntar sobre isso. Só eu que vou lhe dar autorização e você sabe como é?
— Pode ficar tranqüilo, que está tudo sob controle.
Grampo nacional
Procede, em parte, a gritaria do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que ontem recebeu um informe de que estaria sendo vítima de “grampos”.
Não procede é o ministro afirmar que seja alvo das escutas oficiais, feitas pela Polícia Federal, a mando da Justiça Federal hierarquicamente abaixo do Supremo.
Mesmo que ocorresse tal escuta, jamais ela seria revelada ou admitida de fato — ou de Direito.
Mas o ministro sabe que é alvo de monitoramento sistemático há um bom tempo, e por isso andou atacando a Polícia Federal, para ver de acertava o alvo real que lhe persegue.
Quem pode pode
Daniel Dantas e sua irmã Verônica têm o poder de fato sob o comando do Opportunity.
Só eles sabem as senhas de todas as grandes contas de brasileiros poderosos nos paraísos fiscais pelo mundo afora.
Solto de novo, promotores federais temem que Daniel Dantas deixe o País a qualquer momento.
O passaporte dele não está apreendido pela Polícia Federal, como é costume em tais casos.
Fonte: Alerta Total
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