Vendo seu choro durante seu depoimento na Justiça Militar, confesso que me comovi por três motivos:
— Primeiro, porque nunca tinha visto um jovem, ostentando a farda do glorioso Exército Brasileiro, chorar em público, arrependido de grave erro cometido no auge da ingenuidade e insensatez dos seus vinte e poucos anos. Pelo contrário, só tenho visto o deboche e a frieza dos verdadeiros bandidos, certos da impunidade.
Para os que querem sua cabeça, a qualquer custo, isso não importa, e muito menos ainda as circunstâncias do fato trágico, mas apenas as conseqüências que certamente irão arruinar sua carreira.
— Segundo, porque mais uma vez mostra como nosso país é desigual e injusto. Talvez, se você fosse filho de alguma promotora pública, estaria prestando esse depoimento à noite, em sigilo, sem necessidade da vergonha e do ultraje público. Mas, para seu azar, além de provavelmente ter uma origem humilde, você representa o Exército Brasileiro que, para muitos, ainda está engasgado por uma ideologia rancorosa.
— Terceiro, porque os maiores culpados pela situação criada nunca pagarão pelo erro. Nem aqueles que lhe colocaram numa missão sem o preparo adequado, nem os que utilizaram o poder público para fins eleitoreiros e, principalmente, nem os assassinos de fato que continuarão a desfilar e amedrontar com seu armamento, agora com mais liberdade.
Pena que seus superiores, dos mais próximos até o presidente da República, não tenham tido a honestidade do seu choro e, muito menos, a coragem de assumir sua parcela de culpa, abandonando-o sozinho nessa guerra.
Apenas a você não será concedido o direito de dizer: "... mas eu não sabia que ia dar nisso..."?
— Primeiro, porque nunca tinha visto um jovem, ostentando a farda do glorioso Exército Brasileiro, chorar em público, arrependido de grave erro cometido no auge da ingenuidade e insensatez dos seus vinte e poucos anos. Pelo contrário, só tenho visto o deboche e a frieza dos verdadeiros bandidos, certos da impunidade.
Para os que querem sua cabeça, a qualquer custo, isso não importa, e muito menos ainda as circunstâncias do fato trágico, mas apenas as conseqüências que certamente irão arruinar sua carreira.
— Segundo, porque mais uma vez mostra como nosso país é desigual e injusto. Talvez, se você fosse filho de alguma promotora pública, estaria prestando esse depoimento à noite, em sigilo, sem necessidade da vergonha e do ultraje público. Mas, para seu azar, além de provavelmente ter uma origem humilde, você representa o Exército Brasileiro que, para muitos, ainda está engasgado por uma ideologia rancorosa.
— Terceiro, porque os maiores culpados pela situação criada nunca pagarão pelo erro. Nem aqueles que lhe colocaram numa missão sem o preparo adequado, nem os que utilizaram o poder público para fins eleitoreiros e, principalmente, nem os assassinos de fato que continuarão a desfilar e amedrontar com seu armamento, agora com mais liberdade.
Pena que seus superiores, dos mais próximos até o presidente da República, não tenham tido a honestidade do seu choro e, muito menos, a coragem de assumir sua parcela de culpa, abandonando-o sozinho nessa guerra.
Apenas a você não será concedido o direito de dizer: "... mas eu não sabia que ia dar nisso..."?
Luiz Felipe Novis
Solicitada para publicação em "O Globo", Sessão de Carta aos Leitores
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