por Lino Tavares
Passado o ‘glamour libertário’ das manifestações de rua, tudo o que resta é a velha cantilena de sempre, de que "vivemos numa democracia plena, desfrutando do estado de direito, onde as pessoas podem se manifestar contra ou a favor do governo, sem serem chamadas a responder por sua rebeldia". Fazendo um balanço final acerca dessas caminhadas de rua — a meu juízo à toa — quem mais lucrou com isso foi o próprio governo, que agora pode usar a “pauta de reivindicações das ruas” para “atender” aos apelos populares, de forma demagógica, visando à reeleição da presidente Dilma no pleito eleitoral do ano que vem.
Por enquanto, o que se vê é o governo prometendo que vai atender ao clamor popular, mas empurrando isso com a barriga, para fazer alguma coisa a respeito (inócua e com prazo de validade limitado, como é próprio da gestão PT), mais perto da eleição, a fim de que os idiotas de sempre, frequentadores das urnas, retribuam a essa “bondade governamental” com seu voto, que aliás, desde que os militares deixaram o poder, tem sido muito mais uma “arma de suicídio” do que de defesa da cidadania e dos interesses comunitários.
Os mesmos que foram às ruas protestar, muitos deles sem saber contra o que, estarão lotando os estádio superfaturados da Copa, pagando valores abusivos pelos ingressos da FIFA e com certeza aplaudindo a tudo e a todos em nome daquela velha tradição futebolística do país do futebol, do carnaval, do samba, do bolsa-esmola e da corrupção impune. Pode ser que até vaiem a Dilma, num jogo qualquer da Copa, porque estamos em tempo de “protestos vazios”, mas com certeza a maioria dos que aderirem a esses supostos apupos irá votar nela, mais uma vez. Não pelo mérito de seu primeiros mandato, que é um fracasso a olhos vistos, mas “só para contrariar” a oposição, rotulada de “gente da direita”, como se convencionou chamar todos aqueles que não ‘babam no ovo do Fidel” e não aceitam as ditaduras comunistas como fiel sinônimo de socialismo, posto que são na verdade a mais mesquinha e cruel forma de poder, sempre prestes a esmagar os debaixo, em prol da farra sem limites dos mandarins do poder opressor.
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