quarta-feira, 13 de junho de 2012

O Resultado da Subserviência

por Valmir Fonseca
A criação de uma instituição pode ocorrer por um decreto presidencial, real ou imperial. Contudo, nem por isso será edificada a sua identidade como uma entidade respeitada, pois a sua grandeza decorrerá de uma base que se forma, às vezes, lentamente.
É como uma das pirâmides do Egito, seus alicerces são montados pedra por pedra, sólidas, fortes, resistentes, para durar milênios.
Talvez se possa dimensionar a grandeza de uma entidade, quando ela for capaz de estabelecer parâmetros de conduta, de respeito, que sejam atendidos pelos seus integrantes.
Quando escrevemos o livro “Valores Militares - A Sua Importância e Atualidade”, ainda inédito, a nossa mais relevante descoberta foi que estávamos diante de uma INSTITUIÇÃO com letras maiúsculas, pois ela estabelecera normas, parâmetros e padrões de excelência seguidos pelos seus membros, que assim procedendo aperfeiçoavam as suas próprias virtudes.
Mas, não nos limitamos às meras conclusões advindas daquele trabalho, pois desafiados pela curiosidade em desvendar qual seria a dimensão daquela respeitável instituição, decidimos pesquisar a sua trajetória desde o nosso descobrimento.
Empolgados iniciamos a obra “A Formação da Identidade do Exército Brasileiro Através de Sua Evolução Histórica”.
Não nos importaram as modificações e melhorias na sua estrutura, nas suas armas, nos seus efetivos, no seu poder bélico; vasculhamos, na sua evolução como entidade, como os valores e atributos de seus integrantes foram consolidando as suas bases, os seus princípios; como surgiram e se fortaleceram as qualidades que solidificaram a sua IDENTIDADE, creditando-lhe, finalmente, uma personalidade vista com respeito por todos, tornando-se maior do que os seus mais respeitáveis próceres.
Na pesquisa, concluímos que o Exército Brasileiro construiu, no seu contexto, uma entidade SOBERANA e respeitada, inclusive no exterior, por incutir nos seus soldados um padrão de honorabilidade, de justiça, de respeito e profissionalismo baseados na hierarquia e na disciplina conscientes, excelências dignas de uma verdadeira nação.

O EXÉRCITO BRASILEIRO É ASSIM, OU ERA.
Contudo, a magnitude que tanto admiramos edificada nas suas mais sólidas bases, tem sofrido visível desgaste.
Acompanhamos, lamentando a derrocada ocasionada por um revanchismo sem igual, e que não terminará quando a Comissão da Verdade encerrar os seus trabalhos.
É visível que a conquistada SOBERANIA, não significou a sua incolumidade, pois volta-e-meia, promovidas pelos últimos governos, chegamos a um ponto de fragilidade que até organismos externos, inclusive a questionável OEA, julgam-se no direito de menosprezar a vetusta Instituição.
Em recente deliberação, uma seção daquela organização, não se sabe composta por quem, mas, certamente, por elementos de esquerda, enfiou goela abaixo da Instituição um rebaixamento imoral.
A morte trágica do Cadete Lapoente transformou-se num fato, onde avultam a pusilanimidade do Estado, talvez o promotor direto e consciente da imposição, e a passividade e aceitação pela autoridade militar de uma monumental e lamentável submissão.
A SOBERANIA, na atualidade, perdeu parte de sua magnitude. São sinais dos tempos, pois com a globalização, as nações, naturalmente, por assinaturas em acordos dos mais diversos, regionais ou internacionais, assumem compromissos, e devem cumpri–los — se não ferirem o âmago de sua grandeza, se não desprezarem a sua Soberania.
Foi o que aconteceu com a decisão do OEA, de impor ao Exército Brasileiro e, por conseguinte à Nação, uma série inaceitável de vergonhosas intromissões. Exército que aceitou ser vítima passiva de mais uma ação de guerrilha psicológica para desmoralizá-lo como instituição de defesa da Democracia, ressaltando-se que pela esdrúxula decisão, considerou que a justiça militar é inidônea.
Assim, inaceitavelmente, a Academia Militar das Agulhas Negras, em Rezende (RJ), será obrigada a fazer uma cerimônia pública de colocação de uma placa para homenagear o cadete Márcio Lapoente da Silveira, falecido em 09 de outubro de 1990.
A imposição é parte do Acordo de Solução Amistosa número 12.674 celebrado entre o Estado Brasileiro e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos — a mesma instituição multilateral que prega a não validade da Lei de Anistia de 1979, atropelando uma decisão sacramentada pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro.
Portanto, o Acordo fere a Soberania Nacional, pois, contraria decisão da Justiça brasileira, ficando clara a ingerência da OEA nos assuntos internos do Brasil e de seu Exército.
Se, ainda não chegamos ao fundo do poço, pressentimos que ele está muito perto, só falta sermos admoestados por este desabafo.
Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Presidente do Ternuma,
 é General de Brigada Reformado.
Fonte:  Alerta Total
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