por Valmir Fonseca
Em geral, a população não sabe nada da História da Pátria. É pena.
Conhecesse, saberia que a História Nacional e a História do Exército Brasileiro, praticamente, se confundem. Se estudasse, saberia que entre os construtores da nação e da nacionalidade estão nomes que ela nem conhece, civis e militares.
No decorrer de nossa história, o Exército tem acompanhado com patriotismo a marcha dos acontecimentos, sempre imbuído do mais genuíno espírito cívico. Em sua gesta, o Exército tem legado à Nação e ao Povo brasileiro uma grandiosa herança, sua História Militar. No dizer de Gustavo Barroso:
— “... Ela (a história militar do Brasil) possui vultos e glórias fora do comum e esta repleta de grandes ensinamentos técnicos e políticos. É rica de altas lições de sacrifício e de patriotismo. Ilustra-se de belos exemplos. Sua tradição de episódios, praxes, indumentária, instituições e organizações podem ser invocadas constantemente como base irremovível e inspiração fecunda de novas construções exigidas pelos novos tempos”.
O historiador Hernani Donato, em seu “Dicionário das Batalhas Brasileiras”, Rio de janeiro, Bibliex, Editora São Paulo, 2001, na p. 11, destaca que:
— “Dos 365 dias do ano, apenas dois (25 de fevereiro e 26 de março) deixam de lembrar batalhas”.
A presença da expressão militar na evolução histórica do Brasil não se restringiu à participação naquele sem número de batalhas, dado que sua projeção extrapolou os portões dos quartéis. Do alto de sua credibilidade, e respondendo aos legítimos anseios da sociedade, o estamento militar foi impelido em determinados momentos a assumir encargos além de sua destinação constitucional.
Herança de um passado de lutas, o Exército Brasileiro ostenta o justo orgulho de efetivamente ter contribuído para a manutenção do extenso território nacional, evitando o esfacelamento ocorrido na América Espanhola.
Eles, os militares, combateram em guerras que a maioria da população nunca ouviu falar. Na do Paraguai, vagamente; alguns mal instruídos, para menosprezar o heroísmo nacional e glorificar a invasão paraguaia.
Bem ou mal, por mais desligada e ignorante, a população, por certo, se orgulha de viver numa terra tão grande, onde se fala uma só língua, onde todos os estados estão unidos e fazem parte desta grande Nação.
Por isso, com justa razão, por reconhecimento dos antigos, temos ruas, avenidas, praças e até nome de cidades que homenageiam muitos heróis, cidadãos de reconhecidos méritos. Alguns, militares. E olha que muitos foram esquecidos.
Você sabia que o Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque foi um dos protagonistas da fundação de Brasília? Talvez a sua ação e o seu empenho tenham sido mais significativos do que a de muitos glorificados como fundadores da nova capital. No Marechal nem se fala.
O que eles fizeram? Provavelmente, o passante não tem a menor ideia, mas conhece a rua, a avenida, a cidade e, mesmo desconhecendo, ao citar o seu nome, talvez provoque a curiosidade de alguém que irá nos livros de História para saber afinal quem foi aquele militar.
Mas, a esquerda tenebrosa e revanchista está empenhada em macular a memória nacional. Não é uma lavagem cerebral, é uma “emporcalhagem” institucionalizada.
A Comissão da Verdade é apenas a ponta do iceberg rumo à desmoralização que abrirá as portas para o desrespeito, para o apagamento de uma memória que deveria ser respeitada, cultuada.
Mas outras medidas solertes estão em andamento. Nos municípios, nos estados e no governo volta-e-meia surgem propostas ou projetos e seus abjetos proponentes, para que seja substituído o nome de uma rua, de uma avenida, que, logicamente, será substituído por um de seus “pranteados heróis”.
Tememos que a fúria num próximo passo se dirija contra as estátuas que ornam muitas praças, e não duvidamos que os métodos sejam os mais violentos, pois causam impacto, mediante o açulamento de uma parte idiota da população para derrubar a golpes de marretadas as velhas estátuas, de militares, é claro.
No fervor do revanchismo e na ausência de resposta, breve não teremos Memória Nacional, e o nosso passado de glórias e os nossos verdadeiros heróis, tudo e todos, serão apenas uma “vaga e indesejada lembrança”.
Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Presidente do Ternuma,
é General de Brigada Reformado.
Fonte: Alerta Total
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