por Marcos Pontes
A Revolução Francesa tinha como objetivo destruir a monarquia e instalar a república. Isso qualquer estudante do ensino médio sabe, ou deveria saber, dada a péssima qualidade da educação nacional.
Para chegar lá, os republicanos teriam como primeira etapa destruir toda a simbologia monarquista. O propósito era o bem comum? Teoricamente sim, mas o populacho foi o exército gratuito utilizado para levar a cabo os desejos da burguesia ambiciosa que jamais chegaria ao comando da nação.
Contra a monarquia também fez-se também a revolução bolchevique, em 1917, e várias outras revoluções em tempos e locais distintos ao redor do globo. Em alguns casos a figura imperial foi deveras substituída pelos presidentes e primeiros ministros, em outros o monarca de coroa foi substituído por oligarcas com faixa presidencial. Em comum havia a guerra civil e a mortandade de compatriotas. Em nome de uma causa, a manipulação dos insatisfeitos por meio de propaganda, promessas e uma imagem de sensíveis na luta contra a opressão, a miséria e a obsolescência da máquina estatal divulgadas pelos candidatos a assumirem o poder.
Os Estados Unidos e seus aliados, insatisfeitos com a postura do Eixo destruíram o Japão e o reconstruíram à sua imagem e semelhança, o mesmo na Coréia do Sul, Alemanha Ocidental, Vietnã do Sul, também em épocas diferentes, mas utilizando o mesmo método: a guerra.
Pacientemente, seguindo a nova tática gramsciana, a esquerda também preparava sua revolução, hoje em pleno curso, silenciosa e paulatina, sem sangria, mas com a semelhança da destruição de símbolos antigos e pré-estabelecido propósito de reconstruir o mundo ao seu jeitinho.
Todos os líderes mundiais estão de acordo com essa tática, têm conhecimento dos tentáculos vagarosos, longos e múltiplos que, à imagem dos filmes de terror B dos anos 50, passam por baixo da porta para estrangular suas vítimas na surdina? Não. A maioria deles são apenas instrumento de mentes bem mais argutas, preparadas e calculistas. Lula e Dilma, por exemplo, não têm a malícia e nem a prepotência de Putin, que restabelece mansamente a república soviética, sem comunismo, mas com todos os vícios que o antigo regime tinha em que havia uma pirâmide encimada pela casta política e economicamente privilegiada, algo completamente oposto à pregação de Marx.
Zapatero é outro exemplo de esquerdista ofuscado pelo brilho do poder, mas apenas uma ferramenta nas mãos daqueles que, à imagem de Greenhalgh, Mangabeira Ünger, Frei Betto e outros muitos cérebros pensantes da esquerda brasileira, mexem os cordéis que fazem seu títere andar, pular, falar ou fingir de morto.
Pregar contra as instituições religiosas seculares, levantando a bola das novas teologias e inúmeras religiões é uma faceta muda para as grandes massas desse avanço gramsciano da nova ordem que vem se estabelecendo calcada no politicismo correto.
As forças armadas, mundo a fora são outras vítimas de campanhas contumazes; o ensino tradicional é bombardeado pelas novas pedagogias como, por exemplo, o tão enaltecido construtivismo dos anos 90, hoje já demonstrado ser uma farsa. Destruir a escola tradicional ao invés de aperfeiçoá-la não é à toa, mas parte do plano.
Teoria conspirativa? Não, conspiração de fato.
Destruir as gramática, como o episódio amplamente divulgado e discutido dos livros espalhados pelo MEC em mais de 4.000 escolas públicas em que se encontram erros absurdos de regras gramaticais também não é à toa. “Destruamos o que é velho para construirmos tudo novo, inclusive a gramática, que deve ser escrita pelo povo, não por letrados, cultos e acadêmicos estudiosos. O estudo é coisa pequeno burguesa, elitista, não serve para nós, povo oprimido e vítima dos senhores da indústria”, pode ser assim traduzido o discurso desses senhores e se os olhos e ouvidos lerem as entrelinhas, é exatamente isso que vai encontrar.
Estudo, ciência, tradicionalismo, mérito, ética, moral, religiosidade e o que mais houver de estabelecido na cultura mundial há de ser arruinado, assim, sem valores, metas e lideranças, os esquerdistas revolucionários aparecerão em cena fantasiados de salvadores do planeta, braços dados com as minorias que vêm cooptando, sejam negros, gays, evangélicos, ecologistas, feministas e qualquer outra classe ou categoria que aceite vestir a carapuça de vítimas e oprimidos históricos. Não será de estranhar que a nova revolução francesa nasça em França, esquerdista de longa data e primeiro refúgio de ditadores depostos no decorrer das várias décadas do século 20, e de comunistas banidos por ditaduras de direita.
Como a primeira revolução francesa, a revolução bolchevique, a reconstrução japonesa, a nova revolução começa pela destruição dos símbolos dos regimes atuais, a diferença é que não se faz isso pela força das armas, mas com a força da pena, que é muito mais forte e permanente do que a força da espada, como já ensinara Voltaire e Gramsci assimilara muito bem, transmitindo essa assimilação e seu emprego prático e paciente aos dissimulados que aplicam isso ideologicamente hoje. Se o sangue jorrar, será no final do processo, quando a maioria de hoje estará tão fragmentada que as “minorias” unidas a esfacelarão facilmente.
O novo não significa necessariamente o melhor, aliás, muita coisa nova é infinitamente inferior em qualidade e conteúdo do que seus similares de algumas décadas atrás. Toda a vigilância contra a manipulação individual e das massas é pouca diante da ardilosa revolução tácita que avança sorrateiramente.
©Marcos Pontes
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