por Jorge Serrão
A presidenta Dilma Rousseff vai aplicar o “jeitinho petralha” na Lei de Anistia, de 1979. Já que o Supremo Tribunal Federal não permite que ocorram punições para quem cometeu abusos (em ambos as lados), durante o regime dos presidentes militares, a ex-guerrilheira “Stella” vai aplicar a condenação branca, de terror psicológico e execração pública, contra aqueles que a futura Comissão Nacional da Verdade rotular como “torturadores”.
Os alvos prioritários serão militares e policiais listados em projetos como o “Tortura Nunca Mais”. Como não podem ser punidos criminalmente, pois já foram anistiados, os acusados de cometer violências nos tempos da dita-dura serão condenados a cumprir uma espécie de “pena moral”. Não puxarão cana, mas ficarão oficializados, no registro da História (mal contada), como “torturadores”. E PT, saudações!
Ao jornal O Globo deste domingo, “um interlocutor do Palácio do Planalto” proclama como e por que Dilma vai se empenhar na aprovação do projeto da Comissão Nacional da Verdade: “O Estado brasileiro vai ter de deixar claro que houve tortura e nominar que fulano de tal é torturador. É preciso uma manifestação final de quem foi torturador e o que ocorreu nos porões da ditadura”.
A reportagem destaca que Dilma vai tornar seu governo diferente da gestão Lula no trato de temas como abertura de arquivos e busca pela localização de desaparecidos políticos. Dilma agiu simbolicamente, na festa de sua posse, quando convidou diversas colegas que estiveram presas com ela no presídio Tiradentes, nos anos 70, em São Paulo. As antigas militantes foram a atração no coquetel do Itamaraty. Posaram para fotos até com embaixadores de outros países, curiosos em conhecê-las, como “heroínas que ousaram enfrentar o arbítrio”.
Os planos oficiais estão claros. A turma revanchista da Dilma — agora vencedora e com o poder — vai consolidar os registros reescritos da história como instrumentos de tortura psicológica contra os derrotados pós-64. Os livros de História e CD-ROMs se tornarão os “paus de arara” ou as “cadeiras do dragão” para uma tortura histórica e moralista. A sádica pena ideológica será aplicada a alguns militares e policiais (hoje acuados) que receberem a rotulagem de “torturadores”.
De nada adiantarão reações meramente verbais — como a do General José Elito Siqueira, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, comentando que o fato de haver desaparecidos durante o regime militar não era motivo de se envergonhar ou se vangloriar. A fala ainda deu a brecha para que os revanchistas apresentassem a fantasiosa versão midiática de que Dilma deu um puxão de orelha no General. Quem conhece o combatente paraquedista Elito — que enfrentou as gangues do Haiti — sabe que ele teria “pedido exoneração” se realmente tivesse tomado uma bronca da Chefona-em-Comando das Forças Armadas.
A vontade revisionista e revanchista de Dilma pode lhe gerar embaraços políticos. Esperta e oportunisticamente, o “aliado” PMDB fará o discurso de defesa da interpretação que o Supremo Tribunal Federal deu à Lei de Anistia. O vice-presidente Michel Temer tem a farda e o queijo na mão para se transformar no “protetor dos militares” junto com seu fiel escudeiro, Nelson Jobim. Não foi de graça que o Ministro da Defesa defendeu, com ironia, a Comissão da Verdade.
Teatralmente, Jobim declarou não há divergências dele com a secretária Especial dos Direitos Humanos, a ministra petista Maria do Rosário: “A comissão da verdade é um projeto de lei que foi enviado ao Congresso Nacional. Agora vai depender de uma votação no Congresso Nacional. Esse projeto de lei teve o absoluto apoio do Ministério da Defesa e o meu próprio. Houve uma divergência inicial com o então secretário (Paulo) Vannuchi, sobre a natureza do projeto. O projeto pretendido pelo secretário Vannuchi era unilateral, pretendia fazer uma análise da memória histórica apenas por um lado da história. Nós queríamos que fosse uma visão completa do termo: as ações desenvolvidas não só pelas Forças Armadas na época, como pelo movimento guerrilheiro”.
O Genérico Jobim aproveitou para reclamar que "setores minoritários" das Forças Armadas ainda resistem às iniciativas para esclarecer as mortes e os desaparecimentos políticos ocorridos durante o regime militar (1964-1985). O ministro explicou que os militares “opositores” estão na reserva e integram o mesmo grupo que discorda das recentes mudanças no âmbito da Defesa: “Não há nenhuma dificuldade em relação às Forças Armadas. Eventuais bolsões de resistência sobre a memória podem se encontrar em algum setores muito minoritários. Alguns militares mais tradicionalistas da reserva não veem com bons olhos as mudanças que fizemos no Ministério da Defesa, como a subordinação das Forças Armadas ao poder civil democrático”.
O palco da tragicomédia está desenhado. Não é de graça o convite para que o ex-guerrilheiro José Genoíno integre a assessoria especial do Ministério da Defesa. Jobim (na linha de frente), Temer (na retaguarda) e Sarney (na reserva tática) já patrocinam o teatrinho de operações. Os três aproveitam a polêmica sobre a Comissão da Verdade para firmar uma aliança, sempre conveniente, com os militares. Políticos oportunistas sabem perfeitamente que as Legiões sempre servem de sustentação aos “ fiéis aliados”, em tempos de possíveis “dificuldades” políticas.
O ex-chefão-em-comando, o popular Lula da Silva, que curte férias com a família nas mordomias do Forte dos Andradas, às custas do Exército Brasileiro, vai se manter eqüidistante de qualquer polêmica com os militares. Dependendo da conjuntura e da conveniência político-pessoal, Lula pende para o lado da militância ou dos militares.
As Legiões é que devem se cuidar, pois a aprovação da Comissão da Meia Verdade será apenas o ato introdutório para consolidação do esquema revolucionário. A grande indagação é: Terá a santa guerreira Dilma condições de vencer os dragões da maldade historicamente criados pelo revisionismo ideológico revanchista?
Os alvos prioritários serão militares e policiais listados em projetos como o “Tortura Nunca Mais”. Como não podem ser punidos criminalmente, pois já foram anistiados, os acusados de cometer violências nos tempos da dita-dura serão condenados a cumprir uma espécie de “pena moral”. Não puxarão cana, mas ficarão oficializados, no registro da História (mal contada), como “torturadores”. E PT, saudações!
Ao jornal O Globo deste domingo, “um interlocutor do Palácio do Planalto” proclama como e por que Dilma vai se empenhar na aprovação do projeto da Comissão Nacional da Verdade: “O Estado brasileiro vai ter de deixar claro que houve tortura e nominar que fulano de tal é torturador. É preciso uma manifestação final de quem foi torturador e o que ocorreu nos porões da ditadura”.
A reportagem destaca que Dilma vai tornar seu governo diferente da gestão Lula no trato de temas como abertura de arquivos e busca pela localização de desaparecidos políticos. Dilma agiu simbolicamente, na festa de sua posse, quando convidou diversas colegas que estiveram presas com ela no presídio Tiradentes, nos anos 70, em São Paulo. As antigas militantes foram a atração no coquetel do Itamaraty. Posaram para fotos até com embaixadores de outros países, curiosos em conhecê-las, como “heroínas que ousaram enfrentar o arbítrio”.
Os planos oficiais estão claros. A turma revanchista da Dilma — agora vencedora e com o poder — vai consolidar os registros reescritos da história como instrumentos de tortura psicológica contra os derrotados pós-64. Os livros de História e CD-ROMs se tornarão os “paus de arara” ou as “cadeiras do dragão” para uma tortura histórica e moralista. A sádica pena ideológica será aplicada a alguns militares e policiais (hoje acuados) que receberem a rotulagem de “torturadores”.
De nada adiantarão reações meramente verbais — como a do General José Elito Siqueira, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, comentando que o fato de haver desaparecidos durante o regime militar não era motivo de se envergonhar ou se vangloriar. A fala ainda deu a brecha para que os revanchistas apresentassem a fantasiosa versão midiática de que Dilma deu um puxão de orelha no General. Quem conhece o combatente paraquedista Elito — que enfrentou as gangues do Haiti — sabe que ele teria “pedido exoneração” se realmente tivesse tomado uma bronca da Chefona-em-Comando das Forças Armadas.
A vontade revisionista e revanchista de Dilma pode lhe gerar embaraços políticos. Esperta e oportunisticamente, o “aliado” PMDB fará o discurso de defesa da interpretação que o Supremo Tribunal Federal deu à Lei de Anistia. O vice-presidente Michel Temer tem a farda e o queijo na mão para se transformar no “protetor dos militares” junto com seu fiel escudeiro, Nelson Jobim. Não foi de graça que o Ministro da Defesa defendeu, com ironia, a Comissão da Verdade.
Teatralmente, Jobim declarou não há divergências dele com a secretária Especial dos Direitos Humanos, a ministra petista Maria do Rosário: “A comissão da verdade é um projeto de lei que foi enviado ao Congresso Nacional. Agora vai depender de uma votação no Congresso Nacional. Esse projeto de lei teve o absoluto apoio do Ministério da Defesa e o meu próprio. Houve uma divergência inicial com o então secretário (Paulo) Vannuchi, sobre a natureza do projeto. O projeto pretendido pelo secretário Vannuchi era unilateral, pretendia fazer uma análise da memória histórica apenas por um lado da história. Nós queríamos que fosse uma visão completa do termo: as ações desenvolvidas não só pelas Forças Armadas na época, como pelo movimento guerrilheiro”.
O Genérico Jobim aproveitou para reclamar que "setores minoritários" das Forças Armadas ainda resistem às iniciativas para esclarecer as mortes e os desaparecimentos políticos ocorridos durante o regime militar (1964-1985). O ministro explicou que os militares “opositores” estão na reserva e integram o mesmo grupo que discorda das recentes mudanças no âmbito da Defesa: “Não há nenhuma dificuldade em relação às Forças Armadas. Eventuais bolsões de resistência sobre a memória podem se encontrar em algum setores muito minoritários. Alguns militares mais tradicionalistas da reserva não veem com bons olhos as mudanças que fizemos no Ministério da Defesa, como a subordinação das Forças Armadas ao poder civil democrático”.
O palco da tragicomédia está desenhado. Não é de graça o convite para que o ex-guerrilheiro José Genoíno integre a assessoria especial do Ministério da Defesa. Jobim (na linha de frente), Temer (na retaguarda) e Sarney (na reserva tática) já patrocinam o teatrinho de operações. Os três aproveitam a polêmica sobre a Comissão da Verdade para firmar uma aliança, sempre conveniente, com os militares. Políticos oportunistas sabem perfeitamente que as Legiões sempre servem de sustentação aos “ fiéis aliados”, em tempos de possíveis “dificuldades” políticas.
O ex-chefão-em-comando, o popular Lula da Silva, que curte férias com a família nas mordomias do Forte dos Andradas, às custas do Exército Brasileiro, vai se manter eqüidistante de qualquer polêmica com os militares. Dependendo da conjuntura e da conveniência político-pessoal, Lula pende para o lado da militância ou dos militares.
As Legiões é que devem se cuidar, pois a aprovação da Comissão da Meia Verdade será apenas o ato introdutório para consolidação do esquema revolucionário. A grande indagação é: Terá a santa guerreira Dilma condições de vencer os dragões da maldade historicamente criados pelo revisionismo ideológico revanchista?
Fonte: Alerta Total
COMENTO: É bom que seja divulgada pela comunistada hoje empoleirada no governo, oficialmente, uma relação de nomes de pessoas citadas como "bandidos torturadores". Por um lado, saberemos com clareza os nomes dos heróis que retardaram por quase quatro décadas a tomada do 'pudê' pela vanguarda do atraso. Por outro lado, tal divulgação, sem as devidas "provas" — todos sabemos que é só disse-que-disse dos tais torturados, que para receber sua bolsa-tortura só precisam acusar sem provar coisa alguma —, poderão, em futuro breve, render boas indenizações por "dano moral". Quanto ao Gen Elito, não o conheço pessoalmente, assim não posso formular qualquer hipótese quanto a alguma reação sua à suposta repreensão da Presidente. Mas me proponho a discordar sobre o que ele falou sobre a questão dos "desaparecidos". Na minha opinião são motivos tanto para que os militares que os combateram se vangloriem de tê-los derrotado e liquidado, e também que se envergonhem de não ter completado a tarefa, deixando de "passar a régua" no chorume que sobrou.
2 comentários:
"...quero que os cadaveres desses desaparecidos saiam do meu armário...e colocados na praça em frente do palácio do planalto...a primeira reação será de assombro...de horror...mas depois tudo volta ao normal..." General Golbery, citado no livro de Elio Gaspari em A Ditadura Envergonhada.
veja meu caro redator, tortura e assassinatos na Ditadura confessada publicamente por um dos lideres da mesma...falta agora somente dar os nomes...o que deverá ser feito pela Comissão da Verdade.
É mais ou menos o que escrevi em meu comentário. Que sejam citados os nomes e provas que realmente cometeram as ações a eles atribuídas. Assim poderemos ter subsídios para enaltecer os verdadeiros heróis "deçepaíz".
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