Lula Marques / Folha |
Nas dependências do Congresso, a lama que escorre das decisões administrativas tomadas à sombra contrasta com a limpeza do carpete.
Aspirado todas as noites, o chão do Legislativo, de tão limpo, exala um tédio homicida. É um piso preparado para o desfile de utópicas virtudes.
Coube ao espelho d’água que enfeita a entrada do prédio de Niemeyer oferecer à platéia uma cena mais condizente com o que se passa do lado de dentro.
Na foto acima, captada pelas lentes do repórter Lula Marques, a imagem do Congresso é refletida sobre um espelho sujo, em que se misturam algas, espuma e lodo.
As algas tem a aparência de buchas. A espuma esbranquiçada evoca o sabão. O lodo, boiando nas águas abúlicas de uma Brasília rendida à pasmaceira do final de semana, grita para ser removido.
Ao longe, ouve-se o silêncio da inação.
Um comentário:
Caro amigo, em consideração ao seu importante trabalho na rede, venho dividir com você outra demonstração de consideração que recebi. Passe lá no Clausewitz, pois tem um prêmio para você lá. Grande abraço
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