quarta-feira, 30 de outubro de 2024

¿O Que é, e Como nos Afeta a Subversão Ideológica?

As operações psicológicas tem sido conhecidas, também, sob outros termos, como guerra política e propaganda.​ O conceito de guerra psicológica se usa para «definir qualquer ação que se pratica, sobretudo por métodos psicológicos, com o objetivo de provocar uma reação psicológica planejada em outras pessoas».​ Se usam varias técnicas para realiza-la e está dirigida a influir no sistema de valores, no sistema de crenças, nas emoções, no raciocínio ou no comportamento do público.
As operações psicológicas têm muitas formas e diversas técnicas de serem aplicadas e, neste caso, trataremos da subversão ideológica.

A história por trás da subversão ideológica
A subversão ideológica é uma forma de combater o inimigo sem utilizar nenhuma arma além de umas quantas técnicas psicológicas/sociológicas/políticas.
Durante a Guerra Fria, o KGB (Inteligência Russa) não só era uma organização que se dedicava à espionagem mas, também, ia mais além disso. 
Yuri Bezmenov foi um agente especializado em propaganda e operações psicológicas do KBG que desertou para os Estados Unidos e terminou vivendo no Canadá. Trabalhou para a Agencia de Imprensa Novosti, versão soviética no mundo real do Ministério da Verdade de 1984, a novela de George Orwell. Como suposto empregado da Novosti, o KGB o destinou à embaixada soviética em Nova Delhi, onde chegou a ser chefe adjunto de um dos departamentos do Grupo Secreto de Investigação e Contra-Propaganda.
Segundo ele, a antiga União Soviética aplicava este conceito de subversão ideológica na sociedade ocidental, mormente na dos Estados Unidos.
¿Como isso se aplica? ¿Ainda se utilizam estas técnicas e não temos consciência? Explicamos sua execução em quatro fases:

Primeira etapa: desmoralização
A primeira das fases é a «desmoralização». Além de ser a primeira etapa, também é a mais custosa, já que poderia levar mais de uma década para ser efetiva. Ainda assim, aparecem varias gerações de gente jovem (normalmente estudantes universitários) que desafiam e contrariam os valores ocidentais desde dentro do próprio país, sem se darem conta de terem sido «manipulados» durante anos por uma potencia estrangeira.
Bezmenov explicou que a desmoralização é importante porque priva à população-alvo de sua capacidade de processar informação válida. Mesmo quando quando os alvos dessa desmoralização são saturados por «provas verdadeiras» das posições contrarias, simplesmente «se negam a acreditar» nessas provas.

Segunda etapa: desestabilização
A segunda etapa na subversão ideológica é a «desestabilização», bastante mais rápida de aplicar que a anterior. Segundo o KGB, só se requerem entre dois e cinco anos para sua total efetividade.
Esta fase é basicamente uma estratégia de enfraquecimento institucional e estrutural das organizações mais importantes de um país. Setores como o da Defesa, Interior (Forças e Corpos de Segurança do Estado) e a Inteligência do país são os mais delicados e, quando debilitados, podem corroer a capacidade do Estado para responder a ameaças tanto exteriores como internas.
Esta fase deve criar uma «crise» fomentando a insegurança e o estresse na população. Além disso, os Estados tendem a ser mais vulneráveis a esta fase em épocas de crises econômica e social, quando há uma grande polarização política e os países inimigos podem facilmente aproveitar a conjuntura.

Terceira etapa: crises
Neste momento, a sociedade está envolta em um caos social, alta tensão e com a confiança muito escassa para suas próprias instituições, provocada tanto por variáveis endógenas como exógenas.
Bezmenov destacou que esta crise poderia manifestar-se de diversas formas, incluída a agitação política, o colapso econômico ou o mal-estar social, até o objetivo final, que seria a mudança radical no poder devido ao desespero e desconfiança da sociedade; e parte desta mudança, estaria controlada desde o exterior.
Operações psicológicas, fake news ou estímulo econômico, são ações que forças externas podem realizar para piorar ainda mais a situação e favorecer uma troca, quer seja para controlar um novo regime ou, simplesmente, para desestabilizar e debilitar o país.
Por exemplo, estimulando uma alternativa ideológica contrária à atual ou soluções alternativas, criando uma oportunidade para modificar as dinâmicas de poder e a imposição de novas ideias estrangeiras a uma população muito débil e vulnerável nesse momento.

Etapa final: normalização
É nesse momento em que a ideologia subvertida se converte no normal. Esta fase não é uma espécie de nova normalidade ou estabilidade, mas sim uma nova ordem social baseada em uma ideologia que antes era estranha à população, mas agora é o regime dominante.
Tudo que é social está, agora, remodelado com novos pensamentos, tanto individuais como coletivos, apagando a identidade cultural e os valores que previamente reinavam nesse país. Neste momento, o processo de subversão está totalmente completado.
As explicações do ex-agente do KGB Yuri Bezmenov sobre as etapas da subversão ideológica ainda são atuais e alertam sobre a importância de proteger os princípios, as bases e a identidade cultural que constituem o caráter de um país. Compreender, estudar e conhecer estas etapas, oferece uma estrutura para identificar e neutralizar possíveis riscos às democracias e à coesão social das mesmas.
Fonte: tradução livre de LISA News
COMENTO: Me parece que as etapas citadas no texto podem ser resumidas de modo prático se trocarmos alguns termos. Na primeira, a desmoralização se dá pela difusão em massa de boatos, mentiras e meias verdades sobre o governo ou pessoas que o compõem. A desestabilização se dá pelo uso da falta de credibilidade, obtida na fase anterior, junto a execução ativa de movimentos populares (greves, manifestações que possam gerar tumultos, badernas com violência que levem à repressão violenta, etc.) que alimentem o descredito nas autoridades. A crise da terceira fase vem de forma quase espontânea, no rastro da situação criada nas etapas anteriores. Se for nutrida por esforços externos, se instala mais facilmente. Por fim, a nova ordem social baseada numa ideologia que antes era algo estranho à população, se instala e passa a ser o novo regime, com regras, métodos de comando e administração totalmente desconhecidos, mas eficientes no controle da população. Se isso te parece estranho, olhe em volta e acorde para a "nova vida"!

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