O dedo que cortaram de ‘Santrich’ desata controversia nos EUA.
Ao redor do corpo de Seuxis Pausias Hernández, vulgo Jesús Santrich, seus camaradas das dissidencias da ‘Segunda Marquetalia’ encontraram varios fuzis da Guarda Nacional Bolivariana, estilhaços de granadas e estojos de munição do Exército do regime de Nicolás Maduro.
Cartaz oferecendo recompensa pelo quadrilheiro das FARC. Foto: El Tiempo |
Disseram que homens de um comando armado o havíam aniquilado e que fugiram em um helicóptero amarelo, levando a falange do dedo mínimo de sua mão direita. Ainda, que o grupo de assalto estava integrado por membros do Exército colombiano, comentário que Daniel Palacios, Ministro do Interior, qualificou de fantasioso e sem fundamento.
O caso parecía ter sido sepultado como o corpo de ‘Santrich’, processado por narcotráfico nos Estados Unidos, cujo governo oferecía uma recompensa de 10 milhões de dólares por sua localização.
Os desmobilizados delatores
'Jesús Santrich' estava protegido em Caracas. (Archivo Particular) |
Ali se assegura que o objetivo inicial era o escorregadio ‘Iván Márquez’, o outro cabecilha das dissidências.
Mas ‘Santrich’ — que fugiu da Colombia, em 2019, quando a JEP [Justiça Especial de Paz] o deixou livre ante o pedido de extradição dos EUA — começou a ser visto em Machiques, próximo à serra de Perijá, que controlava quando usava o camuflado de guerrilha das FARC.
Segundo informação de um Oficial de Inteligência, na mesma semana em que ‘Santrich’ ameaçou de morte o Presidente Iván Duque, os desmobilizados começaram a entregar dados do quadrilheiro.
“Memento mori” (lembra que vais morrer), ele disse a Duque em uma gravação divulgada em fevereiro de 2021.
¿Na conta das despesas sigilosas?
'Jesús Santrich' fugiu em 2019, logo após ser solto pela JEP. Foto: César Melgarejo/El Tiempo |
Mais, os três informantes asseguraram que a perda de visão de ‘Santrich’ avançava com rapidez e que ele tropeçava e caía com frequência.
De maneira simultânea, varios membros do comando armado — uns 20 homens — começaram a chegar na região, para misturar-se aos moradores e executar o golpe de mão a uns poucos kilômetros da fronteira: “Foi feita uma especie de bolha de segurança”.
A operação foi tão efetiva que até anunciam que os desmobilizados já demandam uma recompensa de 300 milhões de pesos, de uma conta de gastos sigilosos.
A impressão digital do dedo desmembrado foi comparada com o registro papiloscópico de Seuxis Pausias Hernández e coincidiu plenamente.
'Iván Ríos' foi morto por um homem de sua confiança, que lhe cortou a mão direita para comprovar a ação. Foto: El Tiempo |
Pedro Pablo Montoya Cortés Foto: Mauricio Moreno |
Com a mão decepada em um recipiente térmico e um computador pessoal de ‘Ríos’, provou que o havía morto e começou a cobrar uma recompensa de 1,5 milhões de dólares.
Mas ‘Rojas’ não recebeu um centavo e, pelo contrario, foi condenado a 18 años de cárcere. Por fim, em 2019, depois de juntar-se ao processo de desmobilização das FARC, foi assassinado.
O ‘não’ de ‘Tío Sam’
No caso de ‘Santrich’, se estabeleceu que as autoridades dos Estados Unidos não foram convencidas pelo dedo decepado.
Segundo o Informe reservado, o objetivo era ‘Iván Márquez’ (esquerda). Mas ‘Santrich’ se deixou ver na fronteira. Foto: AFP |
Até mesmo, já emitiram uma primeira negativa para pagar a recompensa pelo narco-guerrilheiro.
Para a justicia estadounidense, a única prova de que alguém está morto é o cadáver. E o de ‘Santrich’ está enterrado em algúm lugar da Venezuela.
Porém, as gestões ante a justiça dos Estados Unidos continúam através do grupo que fez a “inteligência dominante” da ação.
E como prova de que o chefe das dissidencias morreu, alegam o fato de que a Polícia já o retirou do cartaz de recompensas que oferecem pelos outros cabecilhas da ‘Segunda Marquetalia’.
Também anexaram supostas fotos do cadáver, mas tampouco convenceram os agentes federais americanos.
Esta é a circular da Interpol contra 'Iván Márquez', chefe da 'Segunda Marquetalía'. Foto: Policía |
Oficialmente, porta-vozes autorizados do Exército disseram que não pagaram nem um só centavo de recompensa pela morte de ‘Santrich’.
Também foi feita uma consulta sobre o caso à Polícia, e seu alto comando fez saber que não tem nada a ver com o tema.
Unidad Investigativa
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Fonte: tradução livre de El Tiempo
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