Cinco dos mais ricos países muçulmanos não aceitaram nenhum refugiado sírio, argumentando que isso iria expô-los ao risco de terrorismo. Embora os países ricos em petróleo tenham contribuído com dinheiro, a Grã-Bretanha doou mais que Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Qatar juntos.
Entre 10 e 12 milhões de sírios foram desalojados pela violenta e sangrenta guerra civil em seu país. A maioria deles ainda permanece dentro das fronteiras da Síria, mas cerca de quatro milhões conseguiram fugir ultrapassando as fronteiras para os países vizinhos, principalmente a Turquia, a Jordânia, e o Líbano, além de outros.
O Líbano, que tem 1,1 milhões de refugiados sírios, fechou suas fronteiras para eles, em junho do ano passado. Jordânia, hospedeiro de outros 630.000, seguiu o exemplo em agosto do ano passado, impedindo mais sírios de abandonar seu país.
No início de agosto de 2015, os Estados europeus tinham recebido cerca de 350 mil pedidos de asilo de sírios, quase um terço dos quais dirigidos para a Alemanha. Outros 65.000 preferiram a Suécia e 50.000 a Sérvia. Hungria e Áustria receberam perto de 19.000 solicitações cada, e esse número tende a aumentar, enquanto o Reino Unido está estudando 7.030 solicitações, de acordo com a Agência de Refugiados das Nações Unidas (UNHCR).
No entanto, em meio a gritos para que a Europa se empenhe mais, verifica-se que nenhum dos cinco países mais ricos da península Arábica, que são Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Kuwait e Bahrein, receberam sequer um único refugiado da Síria. Em vez disso, eles argumentam que aceitar um grande número de sírios é uma ameaça para a sua segurança, pois terroristas poderiam infiltrar-se escondidos no afluxo de pessoas. Sherif Elsayid-Ali, chefe da Anistia Internacional dos Refugiados e dos Direitos dos migrantes, criticou essa omissão como "vergonhosa".
Ele disse: "Os registros dos países do Golfo são absolutamente terríveis em termos de realmente mostrar compaixão e partilhar a responsabilidade desta crise ... É uma desgraça." Nenhum dos Estados do Golfo assinou a Convenção de Refugiados de 1951, que define juridicamente um refugiado como "Uma pessoa que devido a um receio fundado de ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, pertença a um determinado grupo social ou opinião política, se encontre fora do país de sua nacionalidade". No entanto, eles receberam refugiados no passado.
Vinte e cinco anos atrás, foi dado refúgio a centenas de milhares de kuwaitianos que fugiam da invasão de Saddam Hussein. Segundo o especialista árabe Sultan al-Sooud Qassemi: "em Abu Dhabi, o governo alugou prédios inteiros de apartamentos e deu-lhes gratuitamente para as famílias."
"Raios, abram a porta para os refugiados da Síria, vagabundos insensíveis" Países Árabes Ricos para a União Europeia |
Por outro lado, esses cinco países citados, que estão na lista das 50 nações mais ricas em termos de PIB, optaram por doar ajuda aos afetados pela crise. De acordo com o Daily Mail, os Emirados Árabes Unidos tem financiado um campo de refugiados na Jordânia dando abrigo para dezenas de milhares de sírios, enquanto a Arábia Saudita e Qatar doaram fundos, comida, abrigo e roupas para sírios no Líbano, Turquia e Jordânia.
O total de doações dos Estados do Golfo são calculados em um total de £589.000.000, menos de um quarto do que a América doou, £2,8 bilhões, e uma fração dos £65 bilhões que eles gastaram em defesa só em 2012. O Reino Unido entregou £ 920 milhões até agora, mas o primeiro-ministro ontem prometeu aumentar esse número para £ 1 bilhão. Ele também prometeu receber alguns milhares de refugiados.
Al-Qassemi argumentou que a atual situação dos países do Golfo perante o mundo lhes confere a obrigação moral de intervir de forma atuante. “Os Estados do Golfo emergiram como centro nervoso da diplomacia, cultura, produção de mídia, comercio e turismo árabes, acumulando um um grau sem precedentes de poder diplomático, incomparável na região e entorno", disse ele.
Eles também formam "o bloco mais influente dentro da Liga Árabe nos últimos 70 anos."
Eles também formam "o bloco mais influente dentro da Liga Árabe nos últimos 70 anos."
"Mas, com grande poder vem grandes responsabilidades. O Golfo deve perceber que agora é a hora de mudar a sua política em matéria de acolhimento dos refugiados da crise na Síria. É o passo moral, ético e responsável a tomar."
COMENTO: a página "O Filtro" do Facebook, publicou uma imagem, chocante referindo-se a Justiça na Síria, e eu a reproduzo ao lado porque ela retrata, também a situação de todo o povo sírio, que sofre violência proveniente de diversas fontes (o financiamento do Estado Islâmico ainda é algo a ser minuciosamente esclarecido).
Quanto aos países muçulmanos deixarem de receber seus irmãos sírios, ou a falta de interesse destes refugiados em permanecer sob regimes islâmicos, é uma questão cultural a ser estudada com cuidado.
O argumento do temor do terrorismo imposto pelos criminosos do Estado Islâmico não pode ser desprezado, mas ... porque ele só pode ser alegado pelos países ricos do Golfo? E até que ponto, para um cidadão da região, é preferível continuar sob o regime das leis de Maomé ou optar pelas tentações ocidentais? Como destacou Robert Spencer da página Jihad Watch, "ai de ti, se alegares as mesmas preocupações em relação à Europa. Se fizeres isso, tu és um racista 'Islamofobo' e Intolerante!"
Quanto aos países muçulmanos deixarem de receber seus irmãos sírios, ou a falta de interesse destes refugiados em permanecer sob regimes islâmicos, é uma questão cultural a ser estudada com cuidado.
O argumento do temor do terrorismo imposto pelos criminosos do Estado Islâmico não pode ser desprezado, mas ... porque ele só pode ser alegado pelos países ricos do Golfo? E até que ponto, para um cidadão da região, é preferível continuar sob o regime das leis de Maomé ou optar pelas tentações ocidentais? Como destacou Robert Spencer da página Jihad Watch, "ai de ti, se alegares as mesmas preocupações em relação à Europa. Se fizeres isso, tu és um racista 'Islamofobo' e Intolerante!"
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Um comentário:
Excelente reflexões!
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