Não? Há um vídeo no Youtube (acima) em que ele concede uma entrevista a um repórter da Rede TV. Ele tinha acabado de ser preso por roubar R$ 14. Não era a primeira prisão.
Jonerval inaugura uma categoria nova no Brasil — quem sabe um novo padrão de civilização. Depois do “homo faber” e do “homo ludens”, do homem que labora e do homem que se entrega aos jogos lúdicos, temos, com Jonerval, o “homo latro”, o “homem ladrão”.
Não! Ele não disfarça nem busca subterfúgios. É ladrão assumido — nesse sentido, é também um “homo verus”, um homem sincero. Diz ele: “Eu não gosto de trabaiá, não, rapaz, eu sou ladrão”.
Jonerval parece ter tido aula de dialética com os professores petralhas. Diz ao repórter: “Se eu não roubar, nenhum de vocês tem trabalho. Ceis tão tudo desempregado se eu não roubar, se o outro não roubar... Gero emprego pro repórter, pra polícia, pro escrivão, pra delegado, pra juiz, pra promotor. Tudo através de mim, que sou ladrão. Estou contribuindo para o bem de todos, né?”
E isto aí. Uma das coisas que a esquerda sempre prometeu quando chegasse ao poder era criar o “novo homem”.
É Jonerval. Com um pouco de estudo, estaria debatendo a aplicação da Lei de Falências. E ele também é um exemplo, né? É o ladrão sincero.
Fonte: Reinaldo Azevedo
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