por Márcio Accioly
São visíveis os sinais embrionários de generalizada convulsão social em todo o Brasil. Não vê quem não quer. Num país onde a bandidagem e a ladroeira têm posições garantidas, os desmandos cometidos no campo alimentado pela impunidade servem apenas de adendo a situação que se torna insustentável. O desrespeito é geral.
Veja-se, agora, o que aconteceu no Rio de Janeiro com a entrega de três jovens pobres e negros, por militares do Exército, a uma facção criminosa rival. Dois dos rapazes moravam no morro da Providência, em áreas dominadas por traficantes. Eles foram detidos por suposto desacato a integrantes do Exército.
Para que sofressem um “susto”, e aprendessem a “respeitar” arbitrários milicos, foram entregues aos seus “inimigos” (traficantes do Morro da Mineira), torturados e mortos. É inaceitável uma coisa dessas! Que se pode fazer?
De imediato, a Rede Globo pegou carona no caso e desancou o Exército, esquecendo ter florescido justamente por conta do regime autoritário que levou 21 anos (1964-85), vazando lama por todos os lados em cima da instituição.
Pior: o ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB-RS), apareceu travestido de Rambo da democracia a exigir “investigação rigorosa” para punir culpados. E quando é que foram feitas investigações assim, reclamadas pelo ministro, com relação a ele próprio que confessou ter enxertado de forma irregular alguns artigos na Constituição?
Já o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, chamou os militares de “bandidos”, destilando veneno por todos os poros. Mas não lembrou que é acusado de enriquecimento ilícito, sem dar resposta satisfatória, fato sempre cobrado pelo jornalista Hélio Fernandes na sua coluna da Tribuna da Imprensa (RJ).
A onda que irá nos engolir, excelências, é a da impunidade. É o fato de circular abertamente a certeza de que somos conduzidos por bandidos, assaltantes dos cofres públicos a desconhecerem qualquer noção administrativa. Só querem se arrumar.
Que horror, que horror! Dois dos jovens tiveram as mãos decepadas. Um outro, teve a perna cortada a facão, na altura do joelho. Que Estado Democrático de Direito é esse? Com os marginais soltos e abrigados em altos postos, levando todos os recursos financeiros públicos do país enquanto a população é tratada dessa maneira?
O presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP), mais uma vez, não sabia de nada. Mas o jornal O Globo perguntou, na primeira página de sua edição da terça-feira (17), “por que o presidente autorizou essa ação num morro do Rio, para ajudar o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ)”, candidato a prefeito da chamada Cidade Maravilhosa?
Talvez, agora, os que defendem a presença do Exército como força policial, nos morros do Rio de Janeiro, repensem a estratégia e a estupidez da proposta. Não faltaram avisos de que uma desgraça poderia acontecer. Aconteceu. E o Exército sai profundamente desgastado do episódio. Não é esta sua função.
Enquanto isso, o governador carioca está passeando em Berlim, juntamente com o secretário de Transportes, Júlio Lopes, com quem foi fotografado diante do portão de Brandemburgo dentro de um velo táxi.
Diz ele que está na Europa observando o que tem sido feito por lá, em termos de melhoria no trânsito, a fim de transplantar benefícios para o cenário do Rio de Janeiro. Sua excelência só não conseguiu, ainda, viajar mais do que o presidente da República.
Afinal, seu mandato se iniciou em 2006 e o de Dom Luiz Inácio em 2003. Terá tempo. Nossos dirigentes se divertem. Os que sustentam esse luxo, com os exorbitantes impostos, penam na insegurança e pagam a conta com a própria vida.
Para que sofressem um “susto”, e aprendessem a “respeitar” arbitrários milicos, foram entregues aos seus “inimigos” (traficantes do Morro da Mineira), torturados e mortos. É inaceitável uma coisa dessas! Que se pode fazer?
De imediato, a Rede Globo pegou carona no caso e desancou o Exército, esquecendo ter florescido justamente por conta do regime autoritário que levou 21 anos (1964-85), vazando lama por todos os lados em cima da instituição.
Pior: o ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB-RS), apareceu travestido de Rambo da democracia a exigir “investigação rigorosa” para punir culpados. E quando é que foram feitas investigações assim, reclamadas pelo ministro, com relação a ele próprio que confessou ter enxertado de forma irregular alguns artigos na Constituição?
Já o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, chamou os militares de “bandidos”, destilando veneno por todos os poros. Mas não lembrou que é acusado de enriquecimento ilícito, sem dar resposta satisfatória, fato sempre cobrado pelo jornalista Hélio Fernandes na sua coluna da Tribuna da Imprensa (RJ).
A onda que irá nos engolir, excelências, é a da impunidade. É o fato de circular abertamente a certeza de que somos conduzidos por bandidos, assaltantes dos cofres públicos a desconhecerem qualquer noção administrativa. Só querem se arrumar.
Que horror, que horror! Dois dos jovens tiveram as mãos decepadas. Um outro, teve a perna cortada a facão, na altura do joelho. Que Estado Democrático de Direito é esse? Com os marginais soltos e abrigados em altos postos, levando todos os recursos financeiros públicos do país enquanto a população é tratada dessa maneira?
O presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP), mais uma vez, não sabia de nada. Mas o jornal O Globo perguntou, na primeira página de sua edição da terça-feira (17), “por que o presidente autorizou essa ação num morro do Rio, para ajudar o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ)”, candidato a prefeito da chamada Cidade Maravilhosa?
Talvez, agora, os que defendem a presença do Exército como força policial, nos morros do Rio de Janeiro, repensem a estratégia e a estupidez da proposta. Não faltaram avisos de que uma desgraça poderia acontecer. Aconteceu. E o Exército sai profundamente desgastado do episódio. Não é esta sua função.
Enquanto isso, o governador carioca está passeando em Berlim, juntamente com o secretário de Transportes, Júlio Lopes, com quem foi fotografado diante do portão de Brandemburgo dentro de um velo táxi.
Diz ele que está na Europa observando o que tem sido feito por lá, em termos de melhoria no trânsito, a fim de transplantar benefícios para o cenário do Rio de Janeiro. Sua excelência só não conseguiu, ainda, viajar mais do que o presidente da República.
Afinal, seu mandato se iniciou em 2006 e o de Dom Luiz Inácio em 2003. Terá tempo. Nossos dirigentes se divertem. Os que sustentam esse luxo, com os exorbitantes impostos, penam na insegurança e pagam a conta com a própria vida.
Márcio Accioly é Jornalista
Fonte: Alerta Total
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