sábado, 10 de outubro de 2020

Bandido do ELN Confessou Organizar os Ataques em Bogotá

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Dizem que 'banca' universitários, e recruta jovens por meio de redes de milícias e sequestros.
Vulgo ​​Uriel, líder do ELN.  Foto: AFP
Por Unidade Investigativa
Perto de um dos maiores afluentes do rio Sipí, nas selvas do Chocó, está o acampamento do bandido conhecido como Uriel, guerrilheiro de 42 anos, nascido em Antioquia, que há poucos dias admitiu a intervenção das milícias ELN nos atos de vandalismo ocorridos em Bogotá e outras cidades durante os protestos dos dias 9 e 10 de setembro. 
As revoltas e motins não foram motivadas por diferentes grupos de oposição ao governo. Nossa militância urbana participa deles como mais um (...). Vamos acabar com os centros de tortura e morte chamados CAI”, é ouvido em um áudio enviado por meio de redes.
Ogli Ángel Padilla, 'Fabián', chefe do ELN. Foto: Arquivo particular
Embora seu acampamento esteja localizado a mais de 280 quilômetros da capital, o guerrilheiro — terceiro na linha de comando da chamada Frente de Guerra Ocidental — se move mais pela nuvem (web) do que pela selva, onde seu grupo está lutando pelo controle social e tráfico de drogas contra o 'clã do Golfo'. 
Há dois anos Uriel é responsável pelo recrutamento de jovens por meios tecnológicos. Para isso contam com uma estrutura clandestina chamada 'Trabalho virtual revolucionário e coletivos de estudo'”, diz um relatório de Inteligência.
E acrescenta que com os rendimentos da coca e dos sequestros que realiza — como o de 6 civis e de um ex-deputado —, apoia financeiramente a formação superior de jovens militantes, em troca de cumprirem um plano de trabalho do movimento social e estudantil do ELN
Vários de seus 'bolsistas' formam as Milícias Urbanas do ELN nas principais capitais e difundem as mensagens revolucionárias que ele envia regularmente por suas contas no Twitter, Instagram, Facebook e WhatsApp.
O caldo de cultura não poderia ser melhor. Só em Bogotá, 34,6% dos desempregados são jovens, o dobro do ano passado. E o acesso e a permanência em redes também estão aumentando na esteira da pandemia. 
No entanto, esta nova estratégia de penetração social massiva tem sido usada pelo ELN desde muito antes da emergência de saúde (pelo menos dois anos atrás), e tem projetado o facínora conhecido como Uriel como liderança da insurreição nas cidades. Mas o cérebro das ações é seu chefe, Ogli Ángel Padilla Romero, vulgo Fabián, braço direito de 'Pablito', também chamado 'Assassino do ELN'.
Carlos Emilio Marín é o nome verdadeiro do vulgo Pablito, do ELN.
Foto: Arquivo particular
Quem é Uriel
Para a seleção de militantes entre os jovens, 'Uriel' é apresentado como parte da minoria burguesa e intelectual que chegou para renovar a liderança do ELN. A esse respeito, membros de agências de Inteligência disseram que ele realizou estudos de engenharia eletrônica em um centro público de estudos em Medellín. 
Além disso, ele é acusado de tudo, desde ataques a delegacias de polícia até o uso de armas de longo alcance contra helicópteros Black Hawk, em Nóvita, Chocó.
Também lhe atribuem assassinatos e queima de material eleitoral, em 2014, e sequestro de 6 pessoas, em 2018. 
De concreto, há um processo contra ele por rebelião e outro por rebelião e sequestro agravado. Nesses arquivos ele é identificado como Andrés Felipe Vanegas Londoño. 
Parte do processo contra ele é mantido por uma promotoria especializada, além da Polícia GAULA. 
Segundo investigadores, desertores do ELN asseguram que 'Uriel' também realiza trabalho ideológico e político em comunidades indígenas e afrodescendentes na área de San Juan e Sipí, Chocó.
Paradoxalmente, em seu discurso ele promove levantes populares contra massacres e violência, mas sua frente é a que mais gera mortes e crimes em Chocó e outras áreas de influência”, explica um oficial de Inteligência. 
E acrescenta que atrai estudantes universitários com o argumento de fornecer e renovar a militância do ELN, buscando desenvolver quadros (líderes) com capacidades abrangentes muito além das estruturas armadas que estão em vigor hoje. 
Mas o objetivo é alcançar o protagonismo do processo revolucionário nas massas (redes sociais) e na mídia.
Embora seja verdade que o ELN trouxe um trabalho de massa avançado por vários anos, essas novas formas de incorporação e engajamento buscam diversificar as formas e métodos para desenvolver o trabalho político organizacional”, diz um analista. 
'Uriel' começou como miliciano, em 2000, na rede urbana Martha Elena Barón. Em 2005 ingressou como guerrilheiro na frente do Cacique Calarcá, e em 2019 já era tido como um suposto ideólogo da Frente de Guerra Ocidental, que se opôs aos diálogos com o Governo em 2017, através da mesa de Quito, contrariando a liderança que permanece em Cuba e que, por enquanto, não o desautorizou.

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Unidade Investigativa 
u.investigativa@eltiempo.com 
No Twitter: @UinvestigativaET
Fonte: tradução livre de El Tiempo

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