pelo Tenente Nestor Magalhães
Membro-Efetivo da AHIMTB/RS
Fritz nasceu em Wredenhagen, no norte da Alemanha, em 29 de junho de 1921. Voluntariou-se para adentrar em uma das unidades da Waffen-SS aos 19 anos, sendo transferido para a 3ª Divisão Panzer SS Totenkopf, comandada pelo SS-Obergruppenführer Theodor Eicke.
Após o sucesso da 3ª Divisão Panzer SS Totenkopf em solo francês durante a Batalha da França, esta divisão fora imediatamente transferida para o Front Leste, para iniciar os ataques da Operação Barbarossa, em 22 de junho de 1941.
SS-Oberscharführer Fritz Christen |
Durante as primeiras semanas da ofensiva, as forças alemãs tiveram vitórias esmagadoras e sucessivas. Porém, a cada passo dado em direção a Moscou, a dificuldade das batalhas era maior, enfrentando forte resistência do Exército Vermelho.
Na manhã de 24 de Setembro de 1941 o destino do jovem Fritz Christen estava prestes a mudar. A Inteligência Alemã havia previsto um possível ataque dos soviéticos em vários setores de Leningrado, inclusive no setor onde parte da 3ª Divisão Totenkopf se encontrava, perto da aldeia russa de Demyansk, na mata norte de Luzhno, ao Sul de Leningrado. Após um intenso ataque de artilharia, a infantaria soviética avançou, acompanhada de diversas unidades blindadas e de sucessivos ataques aéreos. Essa ofensiva fora tão devastadora que todos os soldados da unidade alemã no local, exceto Fritz, morreram.
Tomando consigo um canhão antitanque Pak 38 de 5cm, o jovem cabo começou a carregar e disparar sozinho contra as fileiras inimigas. Durante três dias consecutivos Fritz Christen lutou contra centenas de soldados soviéticos, abatendo cerca de 15 blindados, inutilizando outros sete e matando mais de 100 homens. Em entrevista anos mais tarde, Fritz disse:
“Sem nem ao menos pensar, continuei a disparar, enquanto gritava pelo apoio de algum companheiro ou oficial que estivesse por perto. Consegui fazer um impacto em alguns tanques, cinco ou seis, talvez, assim como em vários grupos de infantaria. Eu passei um par de horas gritando por ajuda, até que finalmente descobri que ninguém havia respondido aos meus pedidos de apoio, pois toda a minha unidade tinha sido aniquilada. Eu estava assustadoramente sozinho na minha posição. Ainda assim, eu nunca pensei em voltar. Um SS não recua, um SS nunca desiste. Foi simples assim, foi isso que me manteve lutando, pensei que era para manter o meu trabalho, que era meu dever lutar até o fim, e foi isso que me manteve lá, isso é tudo”.
Finalmente, em 27 de setembro de 1941, reforços chegaram ao Bolsão de Demyansk, encontrando todo aquele cenário devastador. Fritz Christen volta a Berlim, onde recebe das mãos do Führer a medalha da Cruz de Ferro 1° Classe (Eisernes Kreuz 1. Klasse). Fritz foi promovido também a patente de sargento (SS-Oberscharführer).
Fritz Christen cumprimenta Adolf Hitler após receber a Medalha da Cruz de Ferro 1° Classe |
Depois de muito lutar, na primavera de 1945, foi capturado pelos norte-americanos, juntamente com o resto da já enfraquecida divisão Totenkopf na Checoslováquia. A política militar americana e britânica ordenava tratar a SS como uma organização criminosa e repatriar os soldados da mesma para o Exército Vermelho. Na Rússia, a divisão Totenkopf recebeu um tratamento extremamente cruel, como retaliação às atitudes tomadas pela SS no Front Russo.
Apesar de grande maioria dos soldados da SS terem perecido nos Gulag soviéticos, Christen, juntamente com alguns dos homens de sua unidade, suportaram 10 anos de sofrimento, fome e trabalhos forçados antes de serem devolvidos para a Alemanha em 1955.
O SS-Oberscharführer Fritz Christen morreu em sua residência em Neusorg, na Baviera, em 23 de setembro de 1995, aos 74 anos, devido a complicações cardíacas.
Fonte: Informativo O Tuiuti nº 307-Fev-2019,
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