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Neste janeiro de 2014, reverenciamos os que, em janeiros passados, tombaram pela fúria política de terroristas. Os seus algozes, sob a mentira de combater uma ditadura militar, na verdade queriam implantar uma ditadura comunista em nosso país.
Nestes tempos de esperança, cabe-nos lutar para que recebam isonomia no tratamento que os "arautos" dos direitos humanos dispensam aos seus assassinos, que hoje recebem pensões e indenizações do Estado contra o qual pegaram em armas.
A lembrança deles não nos motiva ao ódio e nem mesmo à contestação aos homens e agremiações alçados ao poder em decorrência de um processo político legítimo. Move-nos, verdadeiramente, o desejo de que a sociedade brasileira lhes faça justiça e resgate aos seus familiares a certeza de que não foram cidadãos de segunda classe por terem perdido a vida no confronto do qual os seus verdugos, embora derrotados, exibem, na prática, os galardões de uma vitória bastarda, urdida por um revanchismo odioso.
A esses heróis o reconhecimento da Democracia e a garantia da nossa permanente vigilância, para que o sacrifício de suas vidas não tenha sido em vão.
10/01/68 – Agostinho Ferreira Lima - (Marinha Mercante - Rio Negro / AM)
No dia 06/12/67, a lancha da Marinha Mercante “Antônio Alberto” foi atacada por um grupo de nove terroristas, liderados por Ricardo Alberto Aguado Gomes, “Dr. Ramon”, o qual, posteriormente, ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN). Neste ataque Agostinho Ferreira Lima foi ferido gravemente, vindo a falecer no dia 10/01/68.
04/01/69 - Waldemar Carneiro de Brito - (Soldado PM/CE - Fortaleza/CE)
Na madrugada de 4/01/69, por volta de 2h, quatro integrantes da Ação Libertadora Nacional invadiram a FENACE (Feira Nacional do Ceará) na Avenida Bezerra de Menezes, bairro de São Gerardo, onde encontravam-se expostas várias armas, como metralhadoras, revólveres e munições, para se apossar do material exposto. O Soldado Waldemar Carneiro de Brito, vigia do estande da Polícia reagiu ao assalto, havendo uma troca de tiros com os guerrilheiros, que usavam máscaras e revólveres. O PM levou três tiros e veio a falecer. Uma ação totalmente inútil pois os bandidos nada levaram, e se levassem nada poderia ser usado pois as armas e munições estavam todas inutilizadas.
07/01/69 – Alzira Baltazar de Almeida - (Dona de casa – Rio de Janeiro / RJ)
Uma bomba jogada por terroristas, embaixo de uma viatura policial, estacionada em frente à 9ª Delegacia de Polícia, ao explodir, matou a jovem Alzira, de apenas 18 anos de idade, uma vítima inocente que na ocasião transitava na rua.
11/01/69 – Edmundo Janot - (Lavrador – Rio de Janeiro / RJ)
Morto a tiros, foiçadas e facadas por um grupo de terroristas que havia montado uma base de guerrilha nas proximidades da sua fazenda.
29/01/69 – Cecildes Moreira de Faria (Subinspetor de Polícia) e José Antunes Ferreira (Guarda Civil) – BH/MG
Durante a abordagem de um um “aparelho” do Comando de Libertação Nacional (Colina), na rua Itacarambu nº 120, bairro São Geraldo, identificado por Pedro Paulo Bretas, “Kleber”, a equipe de segurança foi recebida por rajadas de metralhadora, disparadas por Murilo Pinto Pezzuti da Silva, “Cesar” ou “Miranda”, que, com onze tiros, mataram o Subinspetor Cecildes Moreira da Silva, que deixou viúva e oito filhos, e o Guarda Civil José Antunes Ferreira, ferindo, ainda, o Investigador José Reis de Oliveira. No interior do “aparelho”, foram presos o assassino Murilo Pinto Pezzuti da Silva e os terroristas do Colina: Afonso Celso Lana Leite, ”Ciro”; Mauricio Vieira de Paiva, ”Carlos”; Nilo Sérgio Menezes Macedo; Júlio Antonio Bittencourt de Almeida, “Pedro”; Jorge Raimundo Nahas, “Clovis” ou “Ismael”; Maria José de Carvalho Nahas, “Celia” ou “Marta”, e foram apreendidos um fuzil FAL, cinco pistolas, três revólveres, duas metralhadoras, duas carabinas, duas granadas de mão, 702 bananas de dinamite, fardas da PM e dinheiro de assaltos.
17/01/70 – José Geraldo Alves Cursino - (Sargento PM – São Paulo / SP)
Morto a tiros por terroristas.
07/01/71 – Marcelo Coimbra Tavares - (Estudante – 14 anos - MG)
Morto por terroristas durante um assalto ao Banco Nacional de Minas Gerais.
Participaram da ação: Milton Campos de Souza, Newton Moraes, Aldo Sá Brito, Marcos Nonato da Fonseca e Eduardo Antonio da Fonseca.
18/01/72 – Thomaz Paulino de Almeida - (Sargento PM – São Paulo / SP)
Morto, a tiros de metralhadora, no bairro Cambuci, por um grupo terrorista que roubou o seu carro.
Autores do assassinato: João Carlos Cavalcante Reis, Lauriberto José Reyes e Márcio Beck Machado, todos integrantes do Movimento de Libertação Nacional (Molipo).
Otávio Cabral, em biografia de José Dirceu, o envolve indiretamente nesse crime: “Segundo o depoimento do fiscal de obras Lazaro Finelli, dois homens tentaram roubar o Fusca do policial Thomas Paulino de Almeida, que reagiu, dando um soco no rosto de um deles [José Dirceu]. O outro rapaz, então, atirou na cabeça do PM, que morreria no local” (CABRAL, Otávio. Dirceu a Biografia – Do Movimento Estudantil a Cuba. Da Guerrilha à Clandestinidade. Do PT ao Poder. Do Palácio ao Mensalão. Record, Rio, 2013, pag 88-89)
As famílias dos assassinos João Carlos Cavalcante Reis e Lauriberto José Reyes foram indenizadas pela Lei nº 1.140/95.
20/01/72 – Sylas Bispo Feche - (Cabo PM São Paulo / SP)
O cabo Sylas Bispo Feche, integrava uma Equipe de Busca e Apreensão do DOI/CODI/II Exército. Sua equipe executava uma ronda, quando um carro VW, ocupado por duas pessoas, cruzou um sinal fechado quase atropelando uma senhora que atravessava a rua com uma criança no colo. A equipe saiu em perseguição ao carro suspeito, que foi interceptado. Ao tentar aproximar-se para pedir os documentos dos dois ocupantes do veículo, o cabo Feche foi, covardemente, metralhado por eles.
Os assassinos do cabo Feche, ambos membros da Ação Libertadora Nacional (ALN), mortos no tiroteio que se seguiu, foram Gelson Reicher, “Marcos”, que usava identidade falsa com o nome de Emiliano Sessa, chefe de um Grupo Tático Armado (GTA) e já tinha praticado mais de vinte atos terroristas, inclusive o seqüestro de um médico; e Alex Paula Xavier Pereira, “Miguel”, que usava identidade falsa com o nome de João Maria de Freitas, com curso de guerrilha em Cuba e autor de mais de quarenta atos terroristas, inclusive atentados a bomba na cidade do Rio de Janeiro.
As famílias dos assassinos Gelson Reicher e Alex Paula Xavier Pereira foram indenizadas pela Lei nº 9.140/95.
25/01/72 – Elzo Ito - (Estudante – São Paulo / SP)
Aluno do Centro de Formação de Pilotos Militares, morto por terroristas que roubaram seu carro.
Os mortos acima relacionados não dão nomes a logradouros públicos, nem seus parentes receberam indenizações, mas os responsáveis diretos ou indiretos por suas mortes dão nome à escolas, ruas, estradas e suas famílias receberam vultosas indenizações, pagas com o nosso dinheiro.
Texto adaptado de: TERNUMA
COMENTO: por uma questão de justiça, também lembrarei aqui alguns membros de organizações terroristas mortos por seus companheiros de luta. Para isso, reproduzo um fato, ocorrido em 1970, conforme relatado no Projeto Orvil, denominado pela imprensa como o livro secreto do CIE. Em sua página 520 (486), podemos ler:
"Pretendendo aumentar a potência de fogo do grupo, foi realizado, por volta das 14 horas do dia 25 de janeiro, um assalto à Fábrica do Andaraí, do Exército. O alvo eram as metralhadoras das sentinelas que se mantinham nas ruas. Divididos em dois grupos, os assaltantes esperavam um sinal de Carlos Eduardo Fayal de Lira para iniciar a ação, atacando simultaneamente os dois soldados. Dado o sinal, o grupo chefiado por Paulo Henrique Rocha Lins acovardou-se e não atacou a sentinela. O segundo grupo, chefiado por Fayal de Lira agrediu a coronhadas o soldado George de Souza, ferindo-o na cabeça e retirando-lhe a metralhadora. Durante a fuga, no interior do Volkswagen usado na ação, Mário de Souza Prata, ao tentar desengatilhar a arma, provocou um disparo, atingindo mortalmente Luiz Afonso Miranda Costa Rodrigues, que se encontrava no banco dianteiro. Por volta das 16 horas, o carro foi encontrado na Rua Teodoro da Silva, com o cadáver de Luiz Afonso no banco dianteiro."
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