quinta-feira, 16 de junho de 2011

Oito Generais Uruguaios Punidos por Visitarem Coronel na Prisão

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Montevideo, 14 jun (EFE). - O Comandante-em-Chefe do Exército Uruguaio, General Jorge Rosales, aplicou uma sanção a oito Generais que, na semana passado, visitaram o Coronel inativo Tranquilino Machado, recentemente processado por "homicídio especialmente agravado", confirmaram à Agencia Efe fontes oficiais.
A punição é de três dias de prisão simples, considerada uma pena "leve" dentro dos parâmetros militares, acrescentaram as fontes.
Antes de decidir pela punição, o Chefe do Exército consultou o Ministro da Defesa Nacional, Luis Rosadilla, e o tema também foi comentado com o Presidente José Mujica.
Os oito Generais sancionados, de um total de treze que atualmente existem no Exército Uruguaio, visitaram Machado na prisão para oferecer-lhe apoio.
O Coronel inativo foi processado por "homicidio especialmente agravado" pela morte do militante comunista Ramón Peré durante o governo militar (1973-1985).
A imprensa local informou que os militares que visitaram o Oficial preso foram Luis Pérez (adido), Daniel Castellá (Comandante da I Divisão de Exército), Sergio D'Oliveira (Diretor do Instituto Militar de Estudos Superiores) e Pedro Aguerre (Comandante da IV Divisão de Exército).
Também visitaram o Coronel Machado os Generais Neris Corbo (Diretor de Saúde Militar), Domingo Montaldo (Chefe da Casa Militar da Presidência da República), Nelson Pintos (Comandante de Logística) e Juan Saavedra (Diretor da Escola Militar e do Instituto Militar das Armas e Especialidades).
As fontes revelaram, ainda, que o Ministério de Defesa Nacional "realiza uma investigação" por que alguns dos nomes citados pela imprensa "não estavam corretos".
O tema das violações aos direitos humanos voltou ao noticiário uruguaio nos últimos meses com a intenção da Frente Ampla, coalizão de esquerda que governa o país, de anular a Lei de Caducidade que encerrou, antes do seu início formal, os processos contra militares e policiais que participaram da repressão durante a ditadura.
O assunto dividiu a aliança governante e acabou em renúncias e expulsões de dois legisladores situacionistas.
A lei, aprovada em 1986 e ratificada duas vezes por plebiscitos, em 1989 e em 2009, outorga ao Poder Executivo o poder de definir quais os casos que ele abrange ou não.
Com a chegada da esquerda ao poder, em 2005, várias denúncias de violações dos direitos humanos receberam luz verde para serem investigadas pela justiça e resultaram processados e encarcerados vários "pesos pesados" da ditadura, entre eles o expresidente democrata e transformado em ditador, Juan Maria Bordaberry e o exditador Gregorio "Goyo" Álvarez.
Fonte:   Notícias 24
COMENTO:  o revanchismo dos antigos terroristas que perderam a luta armada e que hoje alcançaram o poder pelo voto popular repete-se nos países latino americanos. De forma mais ou menos intensa, os vencidos de ontem não perdoam os que os venceram e buscam revanche.  Pelo menos, por lá, os militares perseguidos por sua luta pela liberdade do país podem contar com o apoio de alguns líderes da ativa. Enquanto isso, no maior país da América do Sul .....
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