Graça Salgueiro comenta o domínio que o Foro de São Paulo exerce sobre a OEA e apresenta mais uma prova da aliança do PT com as FARC no Foro de São Paulo: uma declaração do Partido Comunista da Catalunha.
As provas são insofismáveis e fartas, entretanto, o embaixador venezuelano ante esse organismo, Roy Chaderton, não tendo como contra-argumentar limitou-se ao deboche, ao escárnio, afirmando que nada daquele material constitua-se de provas e que foram "montagens" feitas pelos militares colombianos. Ato contínuo, Chávez oficializou o rompimento de relações diplomáticas com a Colômbia, o que, a meu juízo e de todos os analistas sérios, ele apenas confirmou o que se denunciava sobre ele. Se de fato as denúncias eram improcedentes, qualquer pessoa naquela situação mais que depressa ofereceria o local à visitação a fim de se livrar da acusação.
Durante a sessão, como era de se esperar, os países membros da ALBA defenderam a Venezuela, o Brasil não se manifestou publicamente mas apóia Chávez, e os países de quem se esperava um apoio mais efetivo por partilharem da mesma política (Peru, México, Estados Unidos, Costa Rica, Panamá, Chile, El Salvador e Canadá), limitaram-se a repetir que "só com o diálogo" se poderia resolver essa questão tão delicada. Ora, se até os países aliados caíram nesse conto idiota do "diálogo" em vez de uma ação afetiva e uma rigorosa sanção contra a Venezuela, não vejo muita esperança de que a proposta da Colômbia obtenha grandes resultados.
O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, J. P. Crowley, afirmou hoje (24.07) que seu país apóia a criação de uma comissão de investigação, acrescentando:
"Cremos que a Venezuela tem a responsabilidade de responder com celeridade à importante informação apresentada ontem pela Colômbia. Acreditamos que seria útil a participação internacional nessa investigação que pode ser feita por várias vias". E concluiu enfático: "Esperamos uma resposta mais construtiva da Venezuela a esta reunião de ontem, porém, se a Venezuela não coopera, os Estados Unidos e outros países tomarão nota disto".
Caracas, por sua vez, rechaça as acusações e a possibilidade dessa comissão internacional visitar seu território com essa finalidade. O que piora as coisas é que, segundo as normas da OEA, só se pode enviar uma comissão desta natureza se o país a ser visitado concordar.
Todos lamentaram o rompimento das relações diplomáticas anunciada por Chávez mas não houve um só país a cobrar de Chávez o rompimento com os bandos narco-terroristas, pois este foi o objetivo precípuo da solicitação colombiana. Faltou contundência e coragem de todos os países para enfrentar Chávez de cabeça erguida. É como se todos temessem os arroubos despóticos deste ditador golpista e ficassem colocando panos mornos.
Ao mesmo tempo, no Brasil, o candidato a vice-presidente de José Serra, Índio da Costa, resolveu jogar no ventilador as ligações arqui-conhecidas do PT com as FARC, sendo em seguida endossado pelo próprio Serra. Como em 2002, quando ameaçou Boris Casoy, Lula voltou a engrossar a voz afirmando que "nem mesmo Serra acredita nessas tolices".
Entretanto, em matéria publicada hoje pelo jornal ABC da Espanha, Lula disse o seguinte:
"As pessoas podem não gostar do PT, podem ter divergências com o PT, porém acreditar que o PT tem nexos com as FARC é não conhecer a história do Foro de São Paulo, que coordenamos por mais de dez anos e no qual as FARC nunca tiveram participação".
Lula sempre negou a existência do Foro de São Paulo mas agora ele já existe e foi presidido pelo PT. Entretanto, a farsa de que as FARC nunca foram parte desta organização criminosa persiste. Será mesmo? Então leiam o que disse sobre o Encontro de 2008, que ocorreu em Montevidéu, o site do Partido Comunista Catalão, referindo-se aos participantes mais antigos e fundadores:
"A Frente Ampla, anfitriã deste evento, é fundadora do Foro de São Paulo junto com o Partido dos Trabalhadores do Brasil (seu promotor), a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FFFMLN), as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC),... e outras organizações de esquerda latino-americanas".
O Secretário-Geral da OEA, José Miguel Insulza, pertence ao Partido Comunista chileno, que é membro do Foro de São Paulo, assim como o PT de Lula e o PSUV de Chávez. Por isso a OEA não fará nada contra seus aliados e em favor da Colômbia.
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