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Tenho medo que a Copa do Mundo que se realizará no Brasil em 2014, torne-se mais um Banheiro do Papa.
Quem não viu o filme “O Banheiro do Papa” não entendeu nada do que eu disse, por isso vou primeiro contar um pouco sobre o filme.
O filme foi realizado em Melo no Uruguai e conta sobre os dias anteriores da chegada do Papa João Paulo II na cidade em maio de 1988. Expectativas frustradas e grande desilusão dos seus habitantes.
Emissoras de rádio, jornais e televisão, meses antes da visita começam anunciar que o pequeno vilarejo seria invadido por mais de 50.000 fiéis, sendo a grande maioria formada por brasileiros que buscariam no discurso que o pontífice faria sobre a importância do trabalho, sua consagração na fé.
Os moradores, ao invés de dar as boas vindas ao Papa, vêem nesta avalanche de fiéis clientes em potencial para os mais variados tipos de comércio.
Rádio e televisão anunciavam todos os dias que iria faltar, pão, água, todo o tipo de comida para tanta gente e que esta seria uma oportunidade ímpar para a população de Melo ganhar muito dinheiro.
Beto é um “bagayero”, que com sua bicicleta troca os mais variados itens na fronteira. Diariamente, ele percorre exaustivos 120 km até a fronteira. Embora não muito entusiasmado com a visita do Papa, eventualmente tem uma ideia para ganhar dinheiro com os visitantes. Beto irá construir um banheiro em frente à sua casa, situada à uma quadra da Esplanada de La Concordia, e cobrará uma “taxa de uso”.
Carmen e Sílvia, sua esposa e filha, não acreditam muito nas empreitadas de Beto, entretanto, concordam que, na pior das hipóteses, a família no final teria um banheiro novinho.
O filme de Patrick Siaretta e Hugo Kovenski e Francisco Salomon chega ao fim com Beto desapontado e sem dinheiro algum, o que nos deixa numa angustia só, o vendo carregando uma latrina contrabandeada do Brasil, ora na bicicleta que quebra, ora no ombro suado e ainda, perseguido por um policial, que é uma mistura de fiscal aduaneiro com inspetor de polícia corrupto.
Assim o Papa chega em Melo. Até os dias de hoje, a data simboliza a maior calamidade econômica na memória dos habitantes do vilarejo. A comida e a bebida não foram consumidas e, portanto foram doadas ou simplesmente desperdiçadas e jogadas ao porcos.
Para a Copa do Mundo que se realizará em 2014 em vários Estados brasileiro, também a imprensa vem criando uma grande expectativa de lucro em vários seguimentos. Muitos pensam vender tudo que tem, largar emprego, pegar dinheiro no banco, para comprarem casebres perto dos estádios de futebol e lá montarem o negócio redentor de suas vidas para atender aos mais de 400.000 fanáticos torcedores que com seus dólares virão ao Brasil.
Na internet sites e blog, anunciam que 12 serão as cidades sedes dos jogos da Copa de 2014 no Brasil e que muitos trabalhos de artesanato podem servir de um atrativo a mais, não só para as cidades sede, mas sim como para o Brasil todo.
Cuidado, para que não aconteça como aconteceu com a população de Melo em o filme “O Banheiro do Papa”.
Fonte: Blog do Dirceo Stona
COMENTÁRIO do jornalista Jorge Serrão, do Alerta Total: "Foram divulgadas ontem as regras para a tão esperada desoneração de tributos para as empresas que construírem e reformarem estádios daqui até 2014.
A iniciativa, que será publicada hoje em um Medida Provisória (MP) assinada por El Rey $talinácio, prevê uma renúncia fiscal de R$ 350 milhões no período, dos quais R$ 35 milhões somente neste ano.
A medida tem por objetivo agilizar o andamento dos projetos e garantir que as obras serão entregues a tempo da próxima Copa.
Ou sejam se haverá renúncia fiscal de um lado, e o governo passa a gastar mais por outro, já se sabe quem vai arcar com o final da conta que não bate: o otário do contribuinte pagador de elevados impostos."
A iniciativa, que será publicada hoje em um Medida Provisória (MP) assinada por El Rey $talinácio, prevê uma renúncia fiscal de R$ 350 milhões no período, dos quais R$ 35 milhões somente neste ano.
A medida tem por objetivo agilizar o andamento dos projetos e garantir que as obras serão entregues a tempo da próxima Copa.
Ou sejam se haverá renúncia fiscal de um lado, e o governo passa a gastar mais por outro, já se sabe quem vai arcar com o final da conta que não bate: o otário do contribuinte pagador de elevados impostos."
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