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Com fotos de satélites e dois vídeos, um mostrando acampamentos guerrilheiros e o outro com os meliantes "Iván Márquez" e Rodrigo Granda reunidos em um dos acampamentos, o Governo colombiano decidiu confirmar o que nos últimos anos foi um segredo de polichinelo e uma verdade incômoda em função das tensões com o governo de Hugo Chávez.
A certeza do Governo de que os chefes das FARC, Luciano Marín Arango, vulgo "Iván Márquez"; Timoleón Jiménez, vulgo "Timochenko"; Germán Briceño, vulgo "Grannobles"; Rodrigo Granda e Carlos Marín Guarín, vulgo "Pablito", do ELN, se escondem na Venezuela deu até para afirmar que ontem mesmo (15/7) "Iván Márquez", Rodrigo Granda e Timoleón Jiménez se reuniram em um dos acampamentos.
As provas foram reveladas em uma reunião privada, presidida pelo Ministro da Defesa, Gabriel Silva Luján; o diretor da Dipol, coronel Jorge Luis Vargas Valencia; e o diretor do DAS, Felipe Muñoz, os quais explicaram que as provas não podem ser expostas nos meios de comunicação para não pôr em perigo as tarefas de Inteligência e a vida dos informantes.
As provas
A prova mais contundente é um vídeo de três minutos de duração, gravada com aparatos ocultos por desmobilizados, no qual aparece "Iván Márquez" fumando um charuto, tomando uma cerveja e falando com Rodrigo Granda. Na conversa, mencionam a necessidade de falar com "Maduro", aparentemente referindo-se ao chanceler venezuelano Nicolás Maduro. Também há fotografias do resto do acampamento, com aquecedor, chaminés e imagens do falecido "Tirofijo". Segundo as mesmas fontes, o assentamento das FARC é denominado Acampamento Bolivariano e ali permanecem uns 45 guerrilheiros.
Está localizado a 23 quilômetros da fronteira colombiana no Norte de Santander, em território da Venezuela, na Serra do Perijá, localidade de Soraitama, município de Villa del Rosario. Esse acampamento está situado a 10 graus, 40 minutos e 42 segundos ao norte do Equador e 72 graus, 32 minutos e 03 segundos a oeste do meridiano de Greenwich.
A localização precisa dos sitios foi possível dotando de aparelhos GPS a 12 desmobilizados que se converteram em colaboradores das Forças Militares, e que regressaram aos acampamentos guerrilheiros.
Sobre o acampamento do ELN, o Ministro da Defesa apresentou fotografias, nas quais se observa o meliante "Pablito", que havia chegado a essa instalação apenas oito horas depois de fugir das autoridades em Arauca, em 3 de outubro do ano passado.
Está situado no Estado de Apure, perto da fronteira com Colômbia em Boyacá e Arauca e nele habitavam uns 25 guerrilheiros. Junto a "Pablito", nas fotos, estão os marginais "Nacho" ou "Raúl", assinalado como chefe da frente Domingo Laín; e outro de apelido "Nailito".
Silva informou que as provas se recolheram entre 2004 e 2005 e que em princípio foram compartilhadas com as autoridades da Venezuela. Essa colaboração se interrompeu em 2007, após o assassinato de vários informantes.
Ainda nas fotografias, tomadas no acampamento das FARC, não aparecem só guerrilheiros colombianos, mas também visitantes de Equador, Chile e República Dominicana, o que leva a pensar que se trata de um ponto estratégico para o plano de apoio internacional da guerrilha.
Nas imagens também se vê Jesús Sántrich, um dos guerrilheiros mais velhos das FARC, hoje quase cego, tido como ideólogo, dirigente do Bloco Caribe e encarregado das emissoras das FARC.
Muñoz explicou que os dados têm sido confirmados por outras autoridades colombianas e que os insurgentes recebem apoio logístico e financeiro de, pelo menos, três prefeituras venezuelanas: Mantecado, Elorza e Achaguas, assim como do governo estadual de Apure.
» Contexto
Lista de denuncias é grande e tem muitos anos
Para Alfredo Rangel, diretor da Fundação Segurança e Democracia, as denúncias sobre a presença das FARC na Venezuela apareceram antes do presidente Álvaro Uribe, durante seu mandato e seguirão quando assuma Juan Manuel Santos.
A lista é grande e vai desde as reuniões de militares venezuelanos que chegaram ao país entre 1998 e 2000 para entrevistar-se de forma clandestina com chefes guerrilheiros das FARC na "zona de distensão", até a captura de Rodrigo Granda em Caracas. As provas provem de organismos de Inteligência e de desmobilizados das FARC.
Ramón Rodríguez Chacín, um dos homens de confiança de Chávez, estabeleceu as pontes não só com as FARC mas também com o ELN. O destaque mais recente que se tem dele foi a saudação que deu aos guerrilheiros durante a libertação de Clara Rojas e Consuelo González: "Estamos muito dependentes de sua luta, mantenham esse espírito, mantenham essa força e contem conosco".
Foi ele o responsável pela participação de Olga Marín, em um foro realizado no Palácio Legislativo, em 2000; e nesse mesmo ano viajou a San Vicente de Caguán.
A existência de acampamentos das FARC na Venezuela, tampouco é um tema novo. Um informe do DAS em 2008 assinalava que havia 28 nos estados de Apure e Zulia. Este ano, o senador Manuel Ramiro Velásquez e o ex senador Germán Vargas debateram no Congresso a carreira armamentista da Venezuela e a presença, desde há vários anos, das FARC naquele país.
Com fotos de satélites e dois vídeos, um mostrando acampamentos guerrilheiros e o outro com os meliantes "Iván Márquez" e Rodrigo Granda reunidos em um dos acampamentos, o Governo colombiano decidiu confirmar o que nos últimos anos foi um segredo de polichinelo e uma verdade incômoda em função das tensões com o governo de Hugo Chávez.
A certeza do Governo de que os chefes das FARC, Luciano Marín Arango, vulgo "Iván Márquez"; Timoleón Jiménez, vulgo "Timochenko"; Germán Briceño, vulgo "Grannobles"; Rodrigo Granda e Carlos Marín Guarín, vulgo "Pablito", do ELN, se escondem na Venezuela deu até para afirmar que ontem mesmo (15/7) "Iván Márquez", Rodrigo Granda e Timoleón Jiménez se reuniram em um dos acampamentos.
As provas foram reveladas em uma reunião privada, presidida pelo Ministro da Defesa, Gabriel Silva Luján; o diretor da Dipol, coronel Jorge Luis Vargas Valencia; e o diretor do DAS, Felipe Muñoz, os quais explicaram que as provas não podem ser expostas nos meios de comunicação para não pôr em perigo as tarefas de Inteligência e a vida dos informantes.
As provas
A prova mais contundente é um vídeo de três minutos de duração, gravada com aparatos ocultos por desmobilizados, no qual aparece "Iván Márquez" fumando um charuto, tomando uma cerveja e falando com Rodrigo Granda. Na conversa, mencionam a necessidade de falar com "Maduro", aparentemente referindo-se ao chanceler venezuelano Nicolás Maduro. Também há fotografias do resto do acampamento, com aquecedor, chaminés e imagens do falecido "Tirofijo". Segundo as mesmas fontes, o assentamento das FARC é denominado Acampamento Bolivariano e ali permanecem uns 45 guerrilheiros.
Está localizado a 23 quilômetros da fronteira colombiana no Norte de Santander, em território da Venezuela, na Serra do Perijá, localidade de Soraitama, município de Villa del Rosario. Esse acampamento está situado a 10 graus, 40 minutos e 42 segundos ao norte do Equador e 72 graus, 32 minutos e 03 segundos a oeste do meridiano de Greenwich.
A localização precisa dos sitios foi possível dotando de aparelhos GPS a 12 desmobilizados que se converteram em colaboradores das Forças Militares, e que regressaram aos acampamentos guerrilheiros.
Sobre o acampamento do ELN, o Ministro da Defesa apresentou fotografias, nas quais se observa o meliante "Pablito", que havia chegado a essa instalação apenas oito horas depois de fugir das autoridades em Arauca, em 3 de outubro do ano passado.
Está situado no Estado de Apure, perto da fronteira com Colômbia em Boyacá e Arauca e nele habitavam uns 25 guerrilheiros. Junto a "Pablito", nas fotos, estão os marginais "Nacho" ou "Raúl", assinalado como chefe da frente Domingo Laín; e outro de apelido "Nailito".
Silva informou que as provas se recolheram entre 2004 e 2005 e que em princípio foram compartilhadas com as autoridades da Venezuela. Essa colaboração se interrompeu em 2007, após o assassinato de vários informantes.
Ainda nas fotografias, tomadas no acampamento das FARC, não aparecem só guerrilheiros colombianos, mas também visitantes de Equador, Chile e República Dominicana, o que leva a pensar que se trata de um ponto estratégico para o plano de apoio internacional da guerrilha.
Nas imagens também se vê Jesús Sántrich, um dos guerrilheiros mais velhos das FARC, hoje quase cego, tido como ideólogo, dirigente do Bloco Caribe e encarregado das emissoras das FARC.
Muñoz explicou que os dados têm sido confirmados por outras autoridades colombianas e que os insurgentes recebem apoio logístico e financeiro de, pelo menos, três prefeituras venezuelanas: Mantecado, Elorza e Achaguas, assim como do governo estadual de Apure.
» Contexto
Lista de denuncias é grande e tem muitos anos
Para Alfredo Rangel, diretor da Fundação Segurança e Democracia, as denúncias sobre a presença das FARC na Venezuela apareceram antes do presidente Álvaro Uribe, durante seu mandato e seguirão quando assuma Juan Manuel Santos.
A lista é grande e vai desde as reuniões de militares venezuelanos que chegaram ao país entre 1998 e 2000 para entrevistar-se de forma clandestina com chefes guerrilheiros das FARC na "zona de distensão", até a captura de Rodrigo Granda em Caracas. As provas provem de organismos de Inteligência e de desmobilizados das FARC.
Ramón Rodríguez Chacín, um dos homens de confiança de Chávez, estabeleceu as pontes não só com as FARC mas também com o ELN. O destaque mais recente que se tem dele foi a saudação que deu aos guerrilheiros durante a libertação de Clara Rojas e Consuelo González: "Estamos muito dependentes de sua luta, mantenham esse espírito, mantenham essa força e contem conosco".
Foi ele o responsável pela participação de Olga Marín, em um foro realizado no Palácio Legislativo, em 2000; e nesse mesmo ano viajou a San Vicente de Caguán.
A existência de acampamentos das FARC na Venezuela, tampouco é um tema novo. Um informe do DAS em 2008 assinalava que havia 28 nos estados de Apure e Zulia. Este ano, o senador Manuel Ramiro Velásquez e o ex senador Germán Vargas debateram no Congresso a carreira armamentista da Venezuela e a presença, desde há vários anos, das FARC naquele país.
Fonte: tradução livre do El Colombiano
COMENTO: como já ocorreu em vezes anteriores em que foi pego com a 'mão na cumbuca', o 'Mico Mandante' venezuelano foi latir impropérios e ameaças ao governo colombiano na imprensa, fazendo-se de vítima, chamando à Caracas o embaixador venezuelano na Colômbia e prometendo que nas próximas horas anunciará "medidas políticas e diplomáticas".
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