por L Valentin
A entrevista com o General Leônidas Pires, transmitida em 03/04/10 pelo canal Globo News nada de novo trouxe para quem conhece a recente história do Brasil. Porém, além da sua ingênua reclamação “vocês não mostram o nosso lado” o programa apresentou dois aspectos dignos de destaque:
1º - A postura do entrevistado
O general passou a imagem de uma pessoa severa, convicta, mas que, se estivesse na ativa, agiria como os que lá estão atualmente: cortejando Jobim e colocando “democracia” acima da integridade da pátria e da liberdade.
2º - As técnicas dissimuladas para anular o discurso do entrevistado.
a) O entrevistador nitidamente amestrado e faccioso, se dizendo neutro, utiliza somente perguntas pré-fabricadas, todas contendo o velho e batido jargão comunista. Praticamente transformou a entrevista em um libelo acusatório, o que já era de se esperar.
b) O enquadramento do rosto de general de perfil, sempre o mostra de forma autoritária e a chamada abusa em mostrar (freeze) o general de dedo em riste predispondo o telespectador a antipatizá-lo.
c) A todo instante aparece o som rítmico de uma bateria, tocando de forma fúnebre, criando uma atmosfera sombria para o programa.
d) A explicação dos assuntos mencionados, tendenciosa nas imagens e texto. Como imagem, filtrada em preto e branco, coturnos de militares marchando fazendo o ruído característico contra o solo. O alto contraste em preto e branco, torna a imagem embrutecida. O som rítmico e a visão somente dos pés passam a nítida impressão de esmagamento sob o poderio militar.
O texto pseudo-informativo, nas ações contra os militares era sucinto. Quem matou o alemão? E o americano? “Guerrilheiros” sem nome e sem facção. Algo vago. Não se fala em terroristas. E, zombando da verdade, dizem que os guerrilheiros cometeram os crimes por “engano”. Quem matou o jornalista? Os militares. Algo concreto e tangível. Crimes intencionais.
A imagem mostrada na “explicação” é a mesma, quer para as acusações contra os militares, quer para as acusações contra os terroristas. Poderiam, na hora das acusações contra os terroristas, colocar a imagem de, por exemplo, Guevara executando um cubano dando-lhe um tiro na cabeça. Mas, propositadamente, sempre vemos as botas marchando. A mensagem subliminar é que, independente de quem seja acusado, os marchantes são os grandes culpados pelo terror que a edição do programa objetiva incutir no espectador.
O nome do delator do PC foi cortado sumariamente. Os terroristas são chamados de “adversários do regime militar” e é dada ênfase em dizer que os militares foram considerados pela justiça culpados da morte do jornalista e do operário.
Finalmente o encerramento do programa, com o som de uma marcha tétrica, angustiante, deixando o ambiente carregado, reforçando a ideia final, sem mencioná-la, de que o entrevistado é lúgubre e aquilo que ele defendeu é nocivo.
Para os vidiotas que não entendem que e como são manipulados pela TV, ficará a sensação de que foi bom ter afastado dos destinos da nação pessoas como esse general e que, felizmente, a instituição que ele representa, hoje decadente, já não mais tem nem coturnos para marchar.
Resta saber como foi a verdadeira gravação. O que foi cortado e deixado de lado. Espero que o general se dê conta, pelo próprio exemplo desse programa, o que é viver sob uma ditadura que controla e manipula a mídia.
Espero, ainda, que o General viva o bastante para ver em que desembocará aquilo que ele diz que foi “vitória”. Num crescendo de iniqüidade, Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula e o próximo presidente, vão demonstrar, sob os efeitos e proteção de uma droga que eles chamam de democracia, o que é a consecução de uma verdadeira e escravizante ditadura socialista.
L Valentin - 03/04/10
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