quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Quem Lembrará de Ti, Tenente Sampaio?

por Luiz Osório Marinho Silva
Há setenta e quatro anos, em novembro de 1935, aqui em Recife, no interior de um quartel próximo ao Parque 13 de Maio, foi assassinado, de maneira covarde e traiçoeira, o 1º Tenente do Exército JOSÉ (SAMPAIO) XAVIER.
Em Natal, Recife e Rio de Janeiro, um levante comunista tentou implantar em nosso país o mais cruel regime da história da humanidade. Outros militares, também apanhados de surpresa e alguns até dormindo, foram assassinados por então companheiros de farda, obcecados pela ideologia marxista e pela sede de poder. Os conspiradores da Intentona Comunista foram derrotados e presos. Um deles, o traidor e ex-sargento GREGÓRIO BEZERRA, foi o assassino do jovem Tenente Sampaio.
Em Recife, no cemitério de Santo Amaro, resta um túmulo onde estão enterrados os que morreram em defesa da Pátria. Os seus nomes já não são lembrados pelo povo brasileiro e os atuais donos do poder desejam apagá-los da nossa História. Mas, as suas mortes não foram em vão. Os verdadeiros heróis de 1935 ainda inspiram o soldado brasileiro na eterna vigilância em defesa dos princípios cristãos e democráticos da Pátria Brasileira.
Na distorção dos fatos históricos e inversão dos verdadeiros valores, mais uma vez, governistas de plantão e aproveitadores de toda a natureza tentam transformar traidores em heróis e covardes em valentes. Com o dinheiro dos impostos, sob o patrocínio da Petrobras, Governo de Pernambuco, Prefeitura do Recife, BNDES e COPERGÁS (Companhia Pernambucana de Gás), está sendo rodado em Pernambuco o filme “História de um Valente, feito de ferro e de florque, de forma ficcional, contará a história do “líder comunista” Gregório Bezerra, no período de 1957 a 1964, quando foi novamente preso e “torturado” nas ruas do bairro de Casa Forte. Aliás, esse será o principal momento da trama, o de maior apelo emocional. Por que a história desse “valente” não é contada desde 1935?
O filme tem locações até mesmo no interior do Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco. O orçamento, conforme consta no site de divulgação, é de cerca de R$ 3,5 milhões. As filmagens começaram em setembro e atualmente apresentam alguma dificuldade para a continuação. Deve ser a necessidade de mais recursos, pois nesse tipo de obra os orçamentos previstos são sempre insuficientes e, como todos sabem, os patrocinadores “públicos” estão dispostos a dar um pouco mais, em nome da “verdade histórica”.
No blog sobre o filme, que não sofre censura por falsear a verdade, cito um dos vários comentários:
Sábado, 26 de setembro de 2009
"História de um Valente" tem um dos melhores roteiros de cinema. Tem emoção, informação política, amor pelos personagens que lutavam por um Brasil melhor. A ternura que destaca pequenos gestos de Gregório, da família e dos camponeses, comove, encanta. A brutalidade da sequência em que Gregório é arrastado será, tenho certeza, uma das mais fortes que o cinema brasileiro jogará nas telas. Acredito que o filme de Cláudio Barroso & equipe vai ser amado por todos os brasileiros (menos, é claro, pelos que constituem o coágulo (que parece ser eterno, mas só parece) da opressão e da concentração de renda . Energia positiva pra vocês que estão engajados neste belo projeto."

*Escrito pelo jornalista Roberto Menezes
O título do filme é o mesmo do poema de Ferreira Gullar, do qual cito um trecho:
“Valentes, conheci muitos, e valentões, muito mais.
Uns só valente no nome uns outros só de cartaz,
uns valentes pela fome, outros por comer demais,
sem falar dos que são homem só com capangas atrás.
Mas existe nesta terra muito homem de valor
que é bravo sem matar gente mas não teme matador,
que gosta de sua gente e que luta a seu favor,
como Gregório Bezerra, feito de ferro e de flor.”
Estás errado, Ferreira Gullar, na avaliação de homens feitos de fel e rancor, pois também existe nesta terra muito homem sem valor, covarde por matar gente, como Gregório matou, e igual a satanás, valente só no cartaz.
E quem falará de ti, Tenente Sampaio? Quem te dedicará um filme? Quem te fará um poema? Quem te homenageará no 74º aniversário de tua morte? Partiste muito cedo, quase um menino, com os teus sonhos e esperanças. Mas, deixaste um país livre da nefasta ideologia. O teu algoz viveu até os 83 anos, morrendo de “morte morrida”, sem se arrepender do teu sangue derramado.
Recife, 27 de novembro de 2009.
Fonte: Blog do Armindo Abreu,
indicado pelo meu amigo André.

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