por Fernando Rodrigues
Ninguém vai dizer isso em público, mas todos os principais assessores palacianos e o próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, estão eufóricos com o desempenho da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao anunciar que se submeterá a um tratamento preventivo depois da descoberta de um câncer em seu sistema linfático.
A frase lugar-comum “o limão vai virar uma limonada” foi muito ouvido hoje (26 Abr 2009) quando petistas de alto coturno e gente do Planalto comentavam a entrevista de Dilma Rousseff no sábado (24 Abr 2009).
A avaliação geral é que Dilma ganhou uma oportunidade única para receber solidariedade geral por enfrentar publicamente a doença. Há muita confiança no diagnóstico segundo o qual o câncer estava em estágio muito inicial e a possibilidade de cura é alta — 90%, segundo os médicos.
O resultado da biópsia — realizada nos Estados Unidos — foi considerado muito positivo pelos médicos brasileiros. Por estar em um estágio inicial, a recomendação vinda dos EUA era quase ambígua, falando sobre a recomendação de uma quimioterapia preventiva. Ou seja, será um tratamento que pode realmente apenas garantir a Dilma mais segurança, pois há a chance de o câncer ter sido completamente extirpado com a retirada do nódulo na região de sua axila esquerda.
Neste fim de semana, Dilma já recebeu mensagens de solidariedade dos presidentes dos dois principais partidos de oposição, PSDB e Democratas. Ambos, Sérgio Guerra (PSDB) e Rodrigo Maia (DEM) deram declarações aos jornais desejando pronto restabelecimento da ministra.
Lula telefonou para Dilma depois da entrevista de sábado cumprimentando sua ministra pelo desempenho ao falar sobre como será o tratamento.
A ministra será apresentada a partir de agora por aliados como uma pessoa com coragem de enfrentar em público uma doença que muitos até hoje não gostam de pronunciar o nome. Sua face humana será ressaltada.
Fonte: Blog do Fernando Rodrigues
COMENTO: diferentemente do ditado de Nelson Rodrigues, a petralhada não é solidária nem no câncer. O que vale é a busca do "pudê". Desde sempre, os fins justificam os meios, até a exploração de uma doença tão terrível como a que atingiu Dilma Roussef. Mesmo que a cura seja certa, é terrível a simples suposição de que o fato possa ser explorado politicamente. Esperamos que tal patifaria não passe de suposição.
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