quinta-feira, 19 de março de 2009

Novidades Velhas

por Arlindo Montenegro
Ler jornais é como engolir dieta de hospital: dia a dia a mesma droga, o mesmo assunto repisado há gerações, sem solução. Vem dizer que é novidade a situação do interior do Maranhão, do Pará, do Piauí e principalmente da Amazônia e dos Matos Grossos, Goiás, Tocantins ... lá onde vale a lei do “cada um por si e Deus por todos”, lá onde sobrevive a ignorância das cavernas.
Lá bem distante das “inteligências”, que a partir das metrópoles e de Brasília decidem “o que é melhor” para índios, negros, brancos, amarelos, o que vestir, comer, fazer, para incrementar o luxo, segurança e pança inchada dos vorazes civilizados, sobrevivem os que são lembrados por sua alteza, o príncipe herdeiro do trono inglês.
Lembrados para ajudar a desmembrar o território brasileiro. Lá onde repousam as mais significativas reservas minerais e botânicas, serão criadas as novas nações “indígenas”, obedecendo leis internacionais aprovadas pelos mercadores do Congresso Nacional. Mercadores que facilitam, abrem espaço para a “independência” dos Zé ninguém, brasileiros incultos, manobrados e enganados desde sempre.
Dizem os jornais que é naquelas lonjuras, onde os ativistas alfabetizados na cartilha marxista — MST, MLST, Liga dos Camponeses Pobres e Via Campesina — associam-se a madeireiros, escolhem as fazendas, invadem, aterrorizam os fazendeiros que fogem para manter a vida, deixando o campo aberto para o desmatamento.
A madeira é vendida e os invasores botam a grana no bolso e partem para organizar a próxima “manifestação social”. E tudo começa com autorização do Ibama, para o corte de madeira “em áreas de manejo próximas de reservas indígenas”. São todos “camponeses pobres”. Minorias economicamente insignificantes.
Morre gente nos embates e morrem vacas que vão para a panela dos invasores. Os fatos descansam em páginas de inquéritos policiais corriqueiros. As inteligências do Ministério do Trabalho já decidiram como acabar com o desmatamento: vão pagar auxílio-desemprego! Aí, os caboclos não terão mais que cortar madeira ilegalmente. Vai ser tanta mosca que a sopa vai sumir.
O cenário está prontinho para a nova epopeia civilizatória dos colonizadores. Na reserva ambicionada pela raposa inglesa, onde brasileiros índios e não índios produzem arroz, o clima é, como dizem os jornais de “fim festa”. Os produtores vão ser expulsos da área de um milhão e setecentos mil hectares, adeus arroz! Os índios vão ficar sem o trabalho e o espaço já dominado por ONGs estrangeiras estará aberto para o surgimento da nova nação!
Os produtores de arroz já começaram a demitir seu pessoal e a principal fonte de economia de Roraima vai pra cucuia.
Os índios educados pelo CIMI, como disse seu porta voz coordenador do CIR, estão ansiosos e já convocaram uma plateia de mil aborígenes para acompanhar a decisão do Supremo Tribunal Federal, que legalizará a canetada do patriota Marcio Thomaz Bastos, ex Ministro da Justiça luleiro, numa simples Portaria, suficiente para abrir o processo de desmembramento do território nacional.
Quem liga? Enfim é um lugar tão longe e inóspito. Daquelas bandas a gente civilizada só conhece mesmo o açaí, o suquinho do fruto de uma palmeira, que dizem ser afrodisíaco, em breve produto de primeiro mundo nas prateleiras dos supermercados com a inscrição “made in”.
Tudo lembra a imagem de gigantescos tratores arrastando grossas correntes que vão derrubando imensas áreas de mata nativa. Uma invasão de predadores destruindo a natureza, uma força brutal esmagando os ideais mais puros e belos de uma verde nação. Eliminando o melhor do patrimônio cultural e espiritual de uma civilização.
Também querem definir os biomas do cerrado e da caatinga como “patrimônio nacional”. (PEC 150/95, autoria de um deputado petista.) E o resto do território não é patrimônio nacional? A divisão territorial pretendida por decisão dos grades controladores financeiros do mundo, queridinhos dos atuais governantes parece trazer no mesmo embrulho outros desdobramentos territoriais.
Começando por Fernando Henrique e continuando com o atual partido no poder, as portarias e leis de proteção ambiental, como mostra o monitoramento por satélite da Embrapa, destinam 76% da área de cultivo aos sem terra, reservas indígenas e quilombolas.
Sobram 24%. Tirando daí o café, as uvas e outras agroindústrias das “encostas dos morros”, como determina e impõe o ministro Minc, contra os argumentos do Ministro Stephanes, da Agricultura, sobra 17% do território para uso de cidades, indústrias e agronegócio.
Os cafeicultores já reuniram um protesto com mais de 25.000 participantes em Varginha, no sul de Minas, atingidos pela “marolinha” num negócio que é fonte de renda para milhões de brasileiros.
Em contrapartida mil índios cooptados pelas ONGs estrangeiras vão “exigir” do STF a homologação do território autônomo da Raposa e o príncipe promete entrar com uma carrada de dinheiro para mantê-los como “guardiães da floresta” certamente para “usufruto das grandes civilizações europeias”, eternos colonialistas controladores.
Fonte: ViVerdeNovo
COMENTO: (ATUALIZAÇÃO DE POSTAGEM) é interessante o fato de algumas pessoas demonstrarem um conhecimento "além de sua época". Acredito que o hábito de serem bons leitores ajudam a aquisição dessa característica. Além disso, as experiências de vida facilitam a visão das coisas que a maioria das pessoas não percebem. Sempre admirei os escritos de Arlindo Montenegro, e tinha a curiosidade de saber mais a respeito dessa pessoa. Isto foi esclarecido em março de 2022, por ocasião do falecimento de José Anselmo dos Santos, o famoso "Cabo Anselmo", quando o jornalista Jorge Serrão revelou que Arlindo Montenegro era um nome fictício que José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, usava para publicar seus textos no blog do amigo que o apoiava.  
https://jovempan.com.br/jorge-serrao/a-morte-do-cabo-anselmo-o-homem-que-nao-existiu.html

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