por Evandro Éboli
BRASÍLIA. O que era para ser apenas mais um projeto criando data comemorativa acabou virando motivo de preocupação nas Forças Armadas. O Comando do Exército patrocinou um forte lobby para tentar derrubar esta semana, na Comissão de Educação da Câmara, projeto de lei da deputada comunista Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) que cria o "dia nacional em homenagem a todas as vítimas do regime militar no período de 1964 a 1985". A data escolhida foi 28 de agosto, dia da publicação da Lei da Anistia, em 1979. Os militares chegaram a elaborar nota técnica, em papel timbrado do gabinete do Comandante do Exército, Enzo Peri, distribuída aos parlamentares.A pressão militar foi tamanha que a nota do Comando do Exército virou o parecer do relator, deputado Lira Maia (DEM-PA), que repetiu integralmente o texto no seu voto. Mas, apesar de todo o lobby da assessoria parlamentar do Exército, o projeto de Vanessa foi aprovado e o parecer de Maia, rejeitado.
Na nota, o comando argumenta que o dia 28 de agosto já é suficientemente comemorado em todo o país como Dia da Anistia e em sessões comemorativas no Congresso. O texto registra que houve restrição de anistia a "pessoas condenadas por atos terroristas cometidos no período em que grupos de esquerda usaram a luta armada para combater e desestabilizar as instituições nacionais".
O Comando do Exército diz ainda que os direitos dos desaparecidos políticos e de "supostas vítimas do regime militar" são tratados na lei de 1995 que criou a comissão que indenizou familiares desses ativistas. Na conclusão, os militares pedem aos deputados a rejeição do projeto e insinuam que, na proposta, foram esquecidos os soldados que morreram na luta contra guerrilheiros da esquerda.
O deputado Lira Maia disse não ter conhecimento de que seu voto repete textualmente o parecer do Exército: — O parecer foi elaborado com ajuda da minha assessoria. Desconheço que isso tenha ocorrido.
Fonte: O Globo
COMENTO: Em um país sem problemas, que surfa na "marola" econômica mundial, cujos índices de emprego, educação, saúde, segurança, etc., provocam ciumeira nas potências mundiais, particularmente agora com a riqueza proporcionada pelo pré-sal (o que significa que logo, logo estaremos no sal), nossos parlamentares não tem mais o que fazer a não ser continuar a incensar a canalha derrotada nos anos 70. Preocupar-se em tentar melhorar a imagem do parlamento ou de solucionar a vergonhosa questão do nepotismo, nem pensar, particularmente da parte da comunistada que adora o vil metal. Votar os diversos projetos pendentes e que são do interesse da sociedade (atualização do Código Penal, reforma tributária, reforma política, etc.) não faz parte dos planos da canalhada!! Também não há o mínimo interesse em fiscalizar as atitudes do poder executivo (em minúsculas mesmo, como seus componentes), particularmente quanto às boas ações do atual ocupante do Palácio do Planalto, feitas com recursos públicos, como as doações a países africanos ou dirigidos pelos cumpanhêros do Foro de São Paulo.
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