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por Luis Dufaur
A desproporcional base espacial que o governo nacionalista-populista de Cristina Kirchner concedeu à China na Patagônia causa cada vez mais preocupação na Argentina e no mundo, como pode se ver em reportagem do jornal portenho “La Nación”.
Base Chinesa na Patagônia não é só civil, diz Exército dos EUA |
Teme-se cada vez mais sobre sua verdadeira finalidade. Recentes fatos, como o pouso de uma nave chinesa no lado escuro da Lua multiplicaram os temores.
A base dirigida pelo Exército Vermelho comunista teria também um objetivo militar.
Durante milênios as guerras e as hegemonias imperiais tinham como objetivo supremo o domínio da superfície terrestre.
Em séculos recentes, os impérios coloniais como o inglês privilegiaram o controle dos mares, e dos estreitos que controlam a navegação.
A II Guerra Mundial transferiu essa importância ao controle do ar.
As forças aéreas — os aviões primeiro, e os mísseis posteriormente — passaram a ser determinantes para o domínio do mundo ou de continentes inteiros.
Hoje o controle do espaço e das comunicações via satélite para usos militares é campo de luta primordial para as potências.
Nesse contexto foi posta em funcionamento num local desértico e afastado uma estação espacial chinesa de observação e exploração que diz ter finalidades “pacíficas”. E isso é o que cada vez menos se acredita.
Pequim ganhou de mão beijada uma área de 200 hectares, perto do povoado de Bajada del Agrio, na província de Neuquén, na estepe patagônica.
A área é na prática um enclave soberano chinês. Funciona sem supervisão das autoridades argentinas, leia-se só vigora a lei chinesa, os trabalhadores e cientistas só são chineses, que não falam espanhol, quase não se fazem ver e obedecem a um general do Exército vermelho.
Infografia publicada pela imprensa argentina |
A agência Reuters obteve acesso a centenas de páginas de documentos oficiais dos acordos, aliás secretos, assinados por Kirchner. A documentação foi revista por especialistas em direito internacional.
Os EUA consideram que a China está “militarizando” o espaço e que a estação da Patagônia, acordada secretamente com um governo corrupto é mais um exemplo de táticas chinesas predatórias da soberania das nações, explicou Garrett Marquis, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
Por sua vez, Tony Beasley, diretor do Observatório Nacional de Radioastronomia dos EUA avala que a dita base pode “escutar” os satélites de outros países para surrupiar dados confidenciais.
Trinta empregados chineses trabalham e moram na base que não admite argentinos, disse a prefeita local, Maria Espinosa. Os habitantes da zona rara vez veem alguém na cidade.
Alberto Hugo Amarilla, dono de um pequeno hotel, conta que um funcionário chinês o saudou com entusiasmo pois tinha sabido que era oficial retirado do exército. O chinês era general...
Base funciona como território soberano chinês. |
Apresentando seu informe anual, no Congresso, o chefe do Comando Sul dos EUA, o Almirante Craig S. Faller, manifestou sua “preocupação” porque a base chinesa pode “monitorar alvos estadunidenses”, escreveu o quotidiano “Clarin” de Buenos Aires.
Os perigos da penetração informática militar da China na Argentina atingem toda a América do Sul.
Eles são acrescidos à expansão de empresas engajadas com a telefonia celular, como a Huawei e a ZTE que “penetraram agressivamente na região”, com uma estratégia que “põe em risco a propriedade intelectual, dados privados e segredos de governo”.
O Pentágono considera, além do mais, que essas empresas incluem dispositivos nos smartphones que comercializam para grampeá-los e repassar os dados à China.
De maneira análoga, segundo a agencia britânica Reuters a base chinesa age como uma “caixa preta” para registrar toda espécie de informações sensíveis.
Segundo militares citados pela revista Foreign Policy a forma do imenso radar revela que é usado para reunir informação sobre a posição e as atividades dos satélites militares americanos. E sublinham que a China fala muito de um espaço livre de armas, mas é a primeira em não respeitar o que diz.
No Congresso estadunidense, o almirante Faller elencou entre as “principais ameaças” à paz mundial, a Rússia, a China, o Irã, e seus “aliados autoritários” de Cuba, Nicarágua e Venezuela.
O tratado cria “uma zona de exclusão”, que tem um raio de até 100 kms em volta dos 200 hectares. Nessa “zona de exclusão”, os civis argentinos não poderão acionar aparelhos que usem ondas de rádio “como equipamentos domésticos, dispositivos para carros,” etc.
O prefeito de Bajo del Agrio, a localidade mais próxima à base, Ricardo Fabián Esparza, usou uma metáfora caseira para dizer que tudo se passa como se os chineses quisessem espionar até as peças íntimas de nosso vestuário.
Fonte: Pesadelo Chinês
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