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Sua história chegou às telas com a série The Looming Tower (A Torre Elevada)
Soufan e sua Thompson, que o FBI presenteia a seus agentes que se aposentam |
Pouco se conhece a seu respeito a não ser que trabalhou no FBI. Sim, Ali Soufan era um dos agentes que perseguiram a Al Qaeda. Mas é muito mais que isso. Se trata de um imigrante muçulmano que fugiu da guerra para alcançar seu sonho americano.
Ele nasceu no Líbano, há 46 anos, durante uma brutal guerra civil que golpeou o país entre 1975 e 1990. Emigrou para os Estados Unidos quando era adolescente, foi presidente de grêmio estudantil na universidade e sonhava fazer um doutorado em Cambridge, Inglaterra.
Enquanto perseguia esse sonho, ele enfrentou um desafio: candidatou-se a um trabalho no FBI e foi o único de seus amigos que resultou selecionado.
Soufan era o único conhecedor da língua árabe no Grupo Especial Antiterrorismo do FBI em Nova York.
A ele foi encomendada a missão de investigar a Al Qaeda após os bombardeios das embaixadas norte-americanas no leste africano - em Nairobi, no Quénia, e em Dar es Salaam, na Tanzânia - em 1998 e o ataque ao destróier USS Cole no Iêmen em 2000.Viajou pelo mundo interrogando suspeitos, mas a Inteligência dos EUA não conseguiu impedir os ataques de 11 de setembro de 2001 que mataram quase 3.000 pessoas nos Estados Unidos. Uma das vítimas foi o ex chefe de Soufan, John O'Neill.
Ele viu os ataques pela televisão quando estava no Iêmen, e os descreve como "o momento mais devastador" de sua vida. Depois lhe entregaram um envelope pardo com as informações de Inteligência que estava pedindo desde novembro de 2000. Soufan acredita que, se houvesse recebido esses dados antes, poderia ter impedido os ataques.
"Não sei se irritado é a melhor palavra. Destroçado. Não conheço o sentimento. Não conheço o melhor termo para descreve-lo, inclusive hoje", disse à AFP em uma recente entrevista em seu escritório de Nova York, com uma bandeira dos EUA por detrás dele.
A amarga rivalidade entre a CIA e o FBI que inadvertidamente abriu caminho ao "11 de Setembro" é dissecada em "The Looming Tower" (A Torre Elevada), uma nova minissérie televisiva transmitida pelas plataformas Hulu e Amazon Prime. É uma adaptação do livro homônimo de Lawrence Wright que ganhou o Pulitzer e é um êxito de vendas.Mais que uma serie de TV
Na televisão, Soufan é interpretado pelo ator francês Tahar Rahim - os dois se tornaram amigos - e seu chefe do FBI John O'Neill por Jeff Daniels.
Soufan se sente muito gratificado pelo fato de o programa educar uma nova geração sobre o "11 de Setembro", desafiar os estereótipos muçulmanos e enviar uma mensagem aos jovens, em particular aqueles que têm origem imigrante e podem se sentir discriminados.
"Isto não é só uma serie de TV. Este é um serviço público", diz.
"Há tantos jovens crescendo em comunidades nos Estados Unidos, em Paris, em Bruxelas, em Londres e sentindo que não se encaixam... Estamos tratando de chegar neles e dizer que não deixem que o cinismo os liquide, não acreditem na Al Qaeda ou no ISIS (EI) e suas narrativas", acresce.
Na vida real, Soufan é um brincalhão de extrema inteligência que pede desculpas por não estar vestido de terno e gravata para as câmaras.
Mostra contente uma metralhadora Thompson, o primeiro tipo de arma que o FBI usou contra a máfia nos anos 1930, e que hoje são entregues como regalo aos que se aposentam da instituição.
"Agora temos coisas sofisticadas", brinca Soufan. "Sofisticadas e muito efetivas".
Soufan se opunha à tortura e deixou o FBI em 2005. Dois anos depois, fundou uma empresa de segurança que trabalha com governos de todo o mundo.
"Nunca me senti discriminado"
"Era hora", diz sobre sua decisão. "Não tens que estar dentro para fazer do mundo um lugar melhor, e isso é o que tratamos de fazer aqui".
O Soufan Group, que emprega funcionários inativados da CIA e do FBI, oferece consultoria e treinamento a governos, corporações, agencias policiais e de Inteligência através do mundo.
Reconhecido especialista em segurança e autor, Soufan considera que a principal ameaça é a cibernética. Mas também tem dificuldades em imaginar a um jovem muçulmano do Oriente Médio que se adapte tão facilmente aos Estados Unidos polarizados de hoje.
"Creio que Estados Unidos foi muito bom comigo em tantos sentidos diferentes. Mesmo quando era uma criança e um jovem, nunca me senti discriminado".
Defensor da imigração, entende a necessidade de tratar o tema dos indocumentados, mas garante que isolar as comunidades não é a solução.
Em seu escritório há uma foto sua com Barack Obama, mas nunca falou com Donald Trump.
¿O que diria a ele se vocês se encontrassem? "Creio que o trabalho de um líder é liderar, não confundir", responde.
Ele nasceu no Líbano, há 46 anos, durante uma brutal guerra civil que golpeou o país entre 1975 e 1990. Emigrou para os Estados Unidos quando era adolescente, foi presidente de grêmio estudantil na universidade e sonhava fazer um doutorado em Cambridge, Inglaterra.
Enquanto perseguia esse sonho, ele enfrentou um desafio: candidatou-se a um trabalho no FBI e foi o único de seus amigos que resultou selecionado.
Soufan era o único conhecedor da língua árabe no Grupo Especial Antiterrorismo do FBI em Nova York.
Danos no USS Cole |
Ele viu os ataques pela televisão quando estava no Iêmen, e os descreve como "o momento mais devastador" de sua vida. Depois lhe entregaram um envelope pardo com as informações de Inteligência que estava pedindo desde novembro de 2000. Soufan acredita que, se houvesse recebido esses dados antes, poderia ter impedido os ataques.
"Não sei se irritado é a melhor palavra. Destroçado. Não conheço o sentimento. Não conheço o melhor termo para descreve-lo, inclusive hoje", disse à AFP em uma recente entrevista em seu escritório de Nova York, com uma bandeira dos EUA por detrás dele.
A amarga rivalidade entre a CIA e o FBI que inadvertidamente abriu caminho ao "11 de Setembro" é dissecada em "The Looming Tower" (A Torre Elevada), uma nova minissérie televisiva transmitida pelas plataformas Hulu e Amazon Prime. É uma adaptação do livro homônimo de Lawrence Wright que ganhou o Pulitzer e é um êxito de vendas.Mais que uma serie de TV
Na televisão, Soufan é interpretado pelo ator francês Tahar Rahim - os dois se tornaram amigos - e seu chefe do FBI John O'Neill por Jeff Daniels.
Soufan se sente muito gratificado pelo fato de o programa educar uma nova geração sobre o "11 de Setembro", desafiar os estereótipos muçulmanos e enviar uma mensagem aos jovens, em particular aqueles que têm origem imigrante e podem se sentir discriminados.
"Isto não é só uma serie de TV. Este é um serviço público", diz.
"Há tantos jovens crescendo em comunidades nos Estados Unidos, em Paris, em Bruxelas, em Londres e sentindo que não se encaixam... Estamos tratando de chegar neles e dizer que não deixem que o cinismo os liquide, não acreditem na Al Qaeda ou no ISIS (EI) e suas narrativas", acresce.
Na vida real, Soufan é um brincalhão de extrema inteligência que pede desculpas por não estar vestido de terno e gravata para as câmaras.
Mostra contente uma metralhadora Thompson, o primeiro tipo de arma que o FBI usou contra a máfia nos anos 1930, e que hoje são entregues como regalo aos que se aposentam da instituição.
"Agora temos coisas sofisticadas", brinca Soufan. "Sofisticadas e muito efetivas".
Soufan se opunha à tortura e deixou o FBI em 2005. Dois anos depois, fundou uma empresa de segurança que trabalha com governos de todo o mundo.
"Nunca me senti discriminado"
"Era hora", diz sobre sua decisão. "Não tens que estar dentro para fazer do mundo um lugar melhor, e isso é o que tratamos de fazer aqui".
O Soufan Group, que emprega funcionários inativados da CIA e do FBI, oferece consultoria e treinamento a governos, corporações, agencias policiais e de Inteligência através do mundo.
Reconhecido especialista em segurança e autor, Soufan considera que a principal ameaça é a cibernética. Mas também tem dificuldades em imaginar a um jovem muçulmano do Oriente Médio que se adapte tão facilmente aos Estados Unidos polarizados de hoje.
"Creio que Estados Unidos foi muito bom comigo em tantos sentidos diferentes. Mesmo quando era uma criança e um jovem, nunca me senti discriminado".
Defensor da imigração, entende a necessidade de tratar o tema dos indocumentados, mas garante que isolar as comunidades não é a solução.
Em seu escritório há uma foto sua com Barack Obama, mas nunca falou com Donald Trump.
¿O que diria a ele se vocês se encontrassem? "Creio que o trabalho de um líder é liderar, não confundir", responde.
Fonte: AFP
Fonte: tradução livre de El Observador
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