Aos leitores que não conhecem o livro 1984, a que me refiro no título, esclareço que se trata de uma obra de ficção, escrita pelo autor inglês Eric Arthur Blair, mais conhecido pelo pseudônimo de George Orwell, publicada em 8 Jun 1949.
Na obra, destacam-se dentre outros aspectos relativos a uma completa dominação ideológica da população — que o autor esperava estar instalada no ano que denomina a obra —, os novos significados determinados aos vocábulos, determinados pela "novilingua"; e a reescritura da história por meio do Ministério da Verdade, local de trabalho de Winston Smith, o personagem principal da estória.
A respeito da "novilíngua" e compreensão do seu significado, peço que releiam os textos aqui postados, de autoria de Felipe Melo, João Pequeno, e Janer Cristaldo.
Já há bastante tempo vem se instalando "neçepaíz" uma derivação da "novilíngua", que podemos denominar "petralhíngua" na qual recursos irregulares ou ilegais são "verbas não contabilizadas"; bandidos que pretendiam transformar o Brasil em uma imensa Cuba são "lutadores pela liberdade"; crimes contra o erário, corrupção, fraudes diversas são consideradas "malfeitos", e por aí vai.
No controle da patuléia, seguindo, ainda, a ficção de Orwell, sistemas de câmeras de vigilância, "chips" de controle e localização de pessoas e automóveis, além de aparelhos de televisão que entopem os cérebros das pessoas de "cultura concebida no submundo dos estudos sociológicos" (noticiários, novelas e talk-shows — nem vou citar os reality-shows — que só mostram futilidades e difundem novos valores morais de acordo com o interesse revolucionário) substituem o olho do Grande Irmão vigiando e controlando atos e pensamentos.
E para completar, agora uma Comissão da Verdade busca reescrever a História recente do país, invertendo valores dos atores da luta ocorrida entre terroristas e servidores da nação que, cumprindo ordens e os sagrados juramentos feitos com base em suas honras, evitaram a queda do país em mãos dos malucos seguidores de uma ideologia fracassada.
Sua intenção é a de revogar a Lei que permitiu generosamente seu retorno à vida pública nacional, sob o argumento de que ela não foi decidida democraticamente. Fingem esquecer que a Lei foi discutida e redigida com a participação da "sociedade civil organizada", OAB incluída. Fingem esquecer, também que as restrições à "Anistia ampla, geral e irrestrita" não provinham da caserna mas sim de algumas lideranças políticas da própria oposição ao governo militar — dentre elas, o tão incensado Ulysses Guimarães — que não queriam o retorno de Leonel Brizola, Miguel Arraes e outros que pudessem competir com aquelas lideranças. O Presidente João Figueiredo, que havia prometido "fazer desse país uma democracia" e ameaçado prender e arrebentar quem se opusesse a isso, encerrou a discussão afirmando que "lugar de brasileiro é no Brasil" e TODOS foram anistiados mediante a Lei aprovada no Congresso Nacional.
Criticam a Lei da Anistia, mas é interessante o fato de nenhum "jurista" questionar a legitimidade das leis implementadas pelo cretino Fernando Henrique Cardoso, comunista safado fantasiado de "neo-liberal" (seja lá que merda isso signifique), que distribuem verbas públicas a título de indenizações retroativas, em visível contradição ao § 1º do Artigo 8º das Disposições Transitórias da Constituição Federal que trata da Anistia — "O disposto neste artigo somente gerará efeitos financeiros a partir da promulgação da Constituição, vedada a remuneração de qualquer espécie em caráter retroativo" — e ao Art 11º da própria Lei de Anistia que "além dos direitos nela expressos, não gera quaisquer outros, inclusive aqueles relativos a vencimentos, saldos, salários, proventos, restituições, atrasados, indenizações, promoções ou ressarcimentos."
Retornando à comparação da atual situação do Brasil com a fictícia governança da nação retratada em 1984, temos o jornal Estado de Minas noticiando que um bandido acusado de 38 assaltos a quartéis, bancos, e outros estabelecimentos comerciais, com saldo de no mínimo doze mortes — e que se defende afirmando sarcasticamente que “Sempre atirei para cima. Se alguém trombou na bala não é problema meu” — recebeu um "pedido de perdão do Estado brasileiro" e uma indenização de cem mil reais, além de ter o tempo entre sua primeira prisão (1968, com 21 anos de idade, sem emprego e morando com os pais) e a anistia em 1979 contado para sua aposentadoria. Até aí, já estamos acostumados. Não nos damos ao trabalho também de questionar o fato que, na mesma "solenidade" um ex Cabo da PMMG que colaborava com grupos terroristas desde o interior do quartel também foi "anistiado" e promovido à graduação de 1º Sargento (contrariando o desejo de seu defensor que queria promoção a Coronel). O que me faz retornar a 1984 é a decisão de que "a Comissão da Anistia enviará um ofício pedindo à PM que retire qualquer menção negativa ao nome do cabo na história da corporação". Temos aí a materialização do trabalho do fictício Winston Smith, o que trabalhava no Ministério da Verdade reescrevendo notícias antigas para adequá-las à história oficial presente.
Por outro lado, os membros da cOmissão da Verdade continuam sua trajetória de discursos e ameaças contra os verdadeiros heróis da guerra suja que os canalhas iniciaram, agora com menos estardalhaço depois da vergonha que passaram com a reação do bravo Coronel Ustra.
Antes que me apareça alguém argumentando a favor desses patifes coloco-me frontalmente contra a turma do politicamente correto que alega que "nada justifica o pau-de-arara, o choque elétrico, a palmatória e outros métodos abomináveis" quando se referem à luta contra os terroristas neste país. O contexto em que ocorreram tais "torturas" era o de uma guerra, e existe até um livro com o sugestivo título: "Guerra é guerra, dizia o torturador!"
A tortura por tortura, obviamente, é condenável, mas no contexto emergencial de uma investigação para libertar um sequestrado ou para evitar uma ação terrorista que possa produzir vítimas inocentes, danem-se os direitos humanos — até por que, dos terroristas pode ser esperada qualquer coisa, menos preocupações humanistas — e as informações necessárias devem ser obtidas por qualquer meio. Afinal, o que estava em jogo era ou os direitos de um criminoso/cúmplice ou a vida de pessoa(s) inocente(s). Não podia nem pode, mesmo hoje, haver dúvidas sobre a correção dos métodos usados. Gostem ou não, foi graças a eles que a matança dos facínoras comunistas pode ser controlada.
Os terroristas de ontem mudaram somente a forma de agir. Continuam a praticar a intimidação contra a sociedade ameaçando e prejudicando seus adversários. Se no passado agiam de armas na mão roubando e tentando a destruição de seus oponentes, hoje adaptaram-se ao capitalismo que odiavam e buscam destruir os valores da sociedade que os venceu pelas armas atingindo-a em seu aspecto material.
Cada vez mais os cidadão são roubados cotidianamente pelo governo (na forma de impostos, taxas e na "divisão da riqueza" por meio dos diversos auxílios: escola, família, anistia, leite/pão, recuperação de viciados, etc) e por seus protegidos (adolescentes criminosos não puníveis, MST, drogados, invasores de propriedades urbanas, mendigos, etc) sem que possa esboçar a mínima reação.
Cada vez mais os cidadão são roubados cotidianamente pelo governo (na forma de impostos, taxas e na "divisão da riqueza" por meio dos diversos auxílios: escola, família, anistia, leite/pão, recuperação de viciados, etc) e por seus protegidos (adolescentes criminosos não puníveis, MST, drogados, invasores de propriedades urbanas, mendigos, etc) sem que possa esboçar a mínima reação.
Cabe-nos também retornarmos à luta para nos livrarmos do domínio do Grande Irmão, nos atualizando e utilizando as mesmas armas dele. Que os descendentes das vítimas desses canalhas utilizem os diversos livros em que eles cantam suas patifarias como loas ao passado delinquente e também exijam reparações pecuniárias pelas mortes e danos físicos e morais que causaram! Esse seria um primeiro tipo de reação. Moral, legal e pacífico. Se não for suficientemente convincente, só resta apelar para a "ultima ratio Regum"!
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