domingo, 18 de novembro de 2012

Quebrando Uma Norma

por Humberto de Luna Freire Filho
Há muito tenho como norma não pronunciar nem escrever o nome de certos indivíduos do atual cenário político-administrativo nacional, principalmente de muitos que fazem parte direta ou indiretamente da mega quadrilha dominante, como é o caso do hoje ministro José Antônio Dias Toffoli. Porém, depois de ler suas últimas declarações à imprensa, estou momentaneamente fugindo à regra e escrevendo seu nome. 
Acredito que o sr. Márcio Thomaz Bastos esteja de férias e impossibilitado de escrever os discursos do referido ministro a serem lidos nas sessões do Supremo Tribunal Federal (STF), que julga a Ação Penal 470. Isso até certo ponto justificaria seu aparente silêncio em plenário. A indicação desse elemento para a Suprema Corte do país deu sequência a uma série de erros que, na prática, reforçam a Lei de Murphy atuando na justiça brasileira.
José Eduardo Cardozo, outro erro imposto, declarou recentemente que os presídios brasileiros são medievais. Pois não é que o ministrinho Toffoli pegou carona nessa declaração e passou a fazer proselitismo. Pergunto, o que fizeram em dez anos de governo do PT os senhores ministros da Justiça, Márcio Thomáz Bastos e Tarso Genro, no sentido de melhorar as condições carcerárias do país? Nada. É bem verdade que eles jamais imaginaram que seus pares um dia seriam hóspedes dessas gloriosas casas. 
Em função da afirmativa feita pelo atual ministro da Justiça de que os presídios nacionais são medievais, sugerindo portanto que são impróprios para abrigar a antiga cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) recentemente condenada, o sr. Toffoli propõe que a pena dos ladrões oficiais seja somente multa financeira, já que seus crimes não atentaram contra a ordem democrática e, mais, porque o julgamento do STF seguiu parâmetros da época de Torquemada. É provável que Bastos tenha citado Torquemada de relance para seu pau mandado no Supremo, durante o intervalo para o café, porém não entrou em detalhes sobre o personagem, o que eu me proponho a fazê-lo.
Sr. Toffoli, Tomás de Torquemada, frade Dominicano espanhol, posteriormente inquisidor-geral dos reinos de Castela e Aragão, amigo e confessor da rainha Isabela, foi o martelo dos hereges, a luz da Espanha, salvador de seu país, a honra de seu fimsem discutir o mérito. No Brasil seria o martelo dos bandidos, a luz do Brasil, salvador de nosso país, a honra de seu fim — discutindo o mérito.
Aviso sub-liminar aos bandidos que surfam na crista da onda oficial, emitido pelo nobre ministro do Supremo: roubem muito, paguem seus delitos em reais, e os 90% restantes serão incorporados ao seu patrimônio com a garantia da Justiça e isenção de IR, já que dinheiro roubado do erário, no país de Macunaíma, está isento de tributação.
Que o digam Antônio Palocci e mais uma centena de outros ratos adeptos dessa prática institucionalizada há dez anos na República Federativa do Brasil, que chega aos 123 anos transformada em uma corrupta Republiqueta Sindicalista, mergulhada em um mar de lama, perdendo a credibilidade internacional, com seus dirigentes dia a dia sendo desmoralizados e enviados à cadeia, para desgosto do condestável Marechal Deodoro da Fonseca, que a essa altura acredito está se revirando no túmulo.
Humberto de Luna Freire Filho é Médico.
Fonte:  Alerta Total
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