terça-feira, 10 de julho de 2012

Petrobras nas Mãos de Lula

por Roberto Freire
"É uma história a ser aprendida, a ser escrita e lida pela companhia, de tal forma que ela não seja repetida", a presidente da Petrobras, Graça Foster, se referia à construção da refinaria Abreu e Lima em parceria com a PDVSA da Venezuela de Chaves, mas serve também como síntese perfeita de toda a gestão da Petrobras no governo Lula e no primeiro ano de Dilma.
Graça Foster apresentou na segunda-feira o plano de negócios da companhia para o período de 2012 a 2016. Como resultado, as ações da Petrobras caíram 8% num só dia de pregão. Foram revisadas as metas de produção, baixando 700 mil barris por dia na produção estimada para 2020. Para ela, as metas eram descumpridas sistematicamente desde 2003 por serem irrealistas. A verdade é que, desde então, a Petrobras foi gerida de forma irresponsável, já que serviu a diversos interesses, menos ao interesse da própria companhia e do Brasil.
A Petrobras foi impedida de subir os preços dos combustíveis para não gerar inflação, arcando com a diferença dos preços internacionais para os domésticos, num claro subsídio. Tanto é que Graça fez questão de anunciar que este plano de negócios está condicionado à paridade dos preços internacionais aos domésticos, com o fim dos subsídios. Ou seja, haverá aumento dos preços dos combustíveis. Com estardalhaço, o presidente Lula — pura bazófia — anunciou em abril de 2006 que havíamos conquistado a autossuficiência em petróleo. No entanto, a Petrobras não conseguiu fazer os devidos investimentos para manter aquela situação mesmo após as descobertas do pré-sal. A realidade é que em maio importamos 800 mil barris por dia e por essa razão é necessário acompanhar os preços internacionais para o equilíbrio financeiro da empresa.
A Petrobras foi usada como palco de campanha para Lula anunciar obras faraônicas que foram inauguradas e reinauguradas como navios que não navegam, e como a refinaria Abreu e Lima, que deveria estar pronta em 2011 e entrará em operação, segundo a nova estimativa, somente em novembro de 2014, com um custo nove vezes acima do previsto inicialmente. Outras duas refinarias anunciadas por Lula, uma no Maranhão e outra no Ceará, voltaram ao rol de projetos em avaliação, sem data para entrada em operação. As diretorias da Petrobras e de suas subsidiárias foram usadas no governo Lula como moeda de troca política, tendo sido inteiramente aparelhada pelos partidos da base aliada. Não houve gestão profissional e técnica. O resultado: a Petrobras, patrimônio de todos os brasileiros, vai perdendo seu valor. 
Esse é sempre o resultado do aparelhamento do Estado por partidos políticos: má gestão, desperdício de recursos, péssimos serviços públicos e corrupção. No entanto, o valor da educação, da saúde e da segurança não está na Bovespa para ser facilmente medido, mas é sentido pelo povo em perdas humanas irreparáveis. Passou da hora de termos gestão profissional não só das empresas estatais, mas de todo a máquina pública brasileira. 
A reforma democrática do Estado precisa voltar imediatamente para a agenda, com a diminuição de cargos de livre provimento e critérios claros e técnicos para seu preenchimento. 
Roberto Freire é Deputado federal (SP) e presidente do PPS.
COMENTO: quando um sujeito como Roberto Freire, ex Chefão do velho Partidão escreve isso, é por que a coisa está MUITO feia! Pelo jeito, o velho comunista demorou mas aprendeu que o Estado deve ser mínimo para que o mercado gerencie as relações empresariais.

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