por Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Cabisbaixo, lá ia o antigo defensor da lei e da ordem.
Era pobre, tinha família, mulher e filhos, coitados com curto dinheiro, muitos dias e muitas noites sem o marido e sem o pai.
Ossos do ofício, juramentos de lealdade, de amor à Nação.
Quantos dias e quantas noites, uma lida dura para coibir assaltos, atentados, seqüestros, isto sem conhecer os bandidos.
Cumprira com sacrifício todas as missões e, seguindo o seu caminho, por orgulho, atreveu-se a levantar um pouco o queixo.
Sim, foi dureza, mas graças aos companheiros de lutas, no ardor das operações, apesar das perdas, em que pese as operações fracassadas, tivera sucesso em muitas e difíceis jornadas.
Com tais pensamentos, prosseguiu mais confiante.
E depois, ao término das lutas, com a vitória sobre a subversão, o reconhecimento, muitos abraços e elogios. Muitas loas ao seu trabalho e dos outros, que como ele haviam se subordinado às ordens superiores, com afinco, com determinação.
Sim, quantos subversivos prenderam? Quantas ações impediram? Quantos assaltos frustraram? Ninguém sabe e nunca saberá.
Alguns “guerrilheiros” (na realidade, sórdidos terroristas) de reconhecida importância na hierarquia do comunismo foram presos. E também outros, famosos pela crueldade e merecedores de um “tratamento especial”. Mas qual, a missão era entregá-los para um julgamento justo.
Depois, leria que o preso acusava–o de tortura. É duro, mas é a verdade.
Imerso em seus pensamentos segue o ex-agente. Agora com a fronte mais erguida, pois agiu com lealdade; portanto, nada do que se envergonhar.
Após anos de sacrifício, dispensado da missão retornou para o seu antigo dia–a–dia.
Finalmente, a merecida aposentadoria, uma pena que seguida do esquecimento, pois violentamente atacado pelos antigos subversivos, vira–se abandonado e esquecido pelos seus antigos chefes.
A sua velha e Impoluta Instituição, nem sabia mais quem ele era.
O pobre teve uma breve recaída ao lembrar–se do abandono, e seu olhar voltou-se para o chão.
Porém, nos últimos sofridos anos, só com sua família e poucos amigos, fora capaz de suportar, com dificuldade, tantas virulências e ataques.
Nos derradeiros anos fora tomado por uma amargura indescritível, perseguido, enxovalhado, visto e acusado como o mais crápula dos homens.
Mas apesar de tudo, por ter resistido, voltou a levantar a cabeça, com orgulho pela sua capacidade de afrontar de pé e com honra tantas adversidades.
Eis de volta o antigo e honrado cidadão.
E assim, o intrépido ex-agente, orgulhoso do dever cumprido, foi em direção à armadilha preparada pela Comissão da Verdade. Chegara diante do seu último sacrifício.
E como último pedido, bradou para os amigos, inimigos, carrascos, desinteressados, para todos enfim, “não chorem por mim”. In extremis, apenas pensou, “mas cuidado, pois a sua vez ainda chegará”.
Era pobre, tinha família, mulher e filhos, coitados com curto dinheiro, muitos dias e muitas noites sem o marido e sem o pai.
Ossos do ofício, juramentos de lealdade, de amor à Nação.
Quantos dias e quantas noites, uma lida dura para coibir assaltos, atentados, seqüestros, isto sem conhecer os bandidos.
Cumprira com sacrifício todas as missões e, seguindo o seu caminho, por orgulho, atreveu-se a levantar um pouco o queixo.
Sim, foi dureza, mas graças aos companheiros de lutas, no ardor das operações, apesar das perdas, em que pese as operações fracassadas, tivera sucesso em muitas e difíceis jornadas.
Com tais pensamentos, prosseguiu mais confiante.
E depois, ao término das lutas, com a vitória sobre a subversão, o reconhecimento, muitos abraços e elogios. Muitas loas ao seu trabalho e dos outros, que como ele haviam se subordinado às ordens superiores, com afinco, com determinação.
Sim, quantos subversivos prenderam? Quantas ações impediram? Quantos assaltos frustraram? Ninguém sabe e nunca saberá.
Alguns “guerrilheiros” (na realidade, sórdidos terroristas) de reconhecida importância na hierarquia do comunismo foram presos. E também outros, famosos pela crueldade e merecedores de um “tratamento especial”. Mas qual, a missão era entregá-los para um julgamento justo.
Depois, leria que o preso acusava–o de tortura. É duro, mas é a verdade.
Imerso em seus pensamentos segue o ex-agente. Agora com a fronte mais erguida, pois agiu com lealdade; portanto, nada do que se envergonhar.
Após anos de sacrifício, dispensado da missão retornou para o seu antigo dia–a–dia.
Finalmente, a merecida aposentadoria, uma pena que seguida do esquecimento, pois violentamente atacado pelos antigos subversivos, vira–se abandonado e esquecido pelos seus antigos chefes.
A sua velha e Impoluta Instituição, nem sabia mais quem ele era.
O pobre teve uma breve recaída ao lembrar–se do abandono, e seu olhar voltou-se para o chão.
Porém, nos últimos sofridos anos, só com sua família e poucos amigos, fora capaz de suportar, com dificuldade, tantas virulências e ataques.
Nos derradeiros anos fora tomado por uma amargura indescritível, perseguido, enxovalhado, visto e acusado como o mais crápula dos homens.
Mas apesar de tudo, por ter resistido, voltou a levantar a cabeça, com orgulho pela sua capacidade de afrontar de pé e com honra tantas adversidades.
Eis de volta o antigo e honrado cidadão.
E assim, o intrépido ex-agente, orgulhoso do dever cumprido, foi em direção à armadilha preparada pela Comissão da Verdade. Chegara diante do seu último sacrifício.
E como último pedido, bradou para os amigos, inimigos, carrascos, desinteressados, para todos enfim, “não chorem por mim”. In extremis, apenas pensou, “mas cuidado, pois a sua vez ainda chegará”.
Brasília, DF, 26 de maio de 2012
Gen Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Gen Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
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