quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Obsessão Antiamericana à la Façon du Brésil

La libertad, los europeos occidentales conocieron a partir de la entrada de los tanques Sherman en 1945 y de los dólares del Plan Marshall. Por segunda vez en el siglo, Europa Occidental era salvada de los europeos por los americanos.
(Armando Ribas, Entre Cowboys y Jacobinos)
Sim, vou falar da intervenção militar americana em outros países, de como eles invadiram a Europa em 1944 e o mal que fizeram aos franceses e demais europeus.
(Carlos Lacerda, a um repórter francês que lhe perguntara se ele iria falar da intervenção americana no Brasil em 1964)
por Heitor de Paola
Há algum tempo surgiu na internet, e foi fartamente distribuído, um e-mail sobre aviões americanos numa suposta ação na Amazônia, “espalhando sei lá o que para matar sei lá quem”, como escreveu um correspondente que entende do riscado. Prosseguindo:esse besteirol foi feito por gente que nem é capaz de perceber que não existe esse tipo de vegetação no Brasil, que ela é tipicamente americana. Só para explicar, esse avião é um mata mosquito do Aerial Spray Squadron, da USAF, a força aérea americana, e o que ele estava fazendo era o seu trabalho rotineiro de pulverização de inseticida para matar larvas de mosquito. Esse lugar das fotos especificamente é no delta do Rio Missouri, mas eles fazem isso em todas as regiões americanas aonde há necessidade desse tipo de trabalho. Se ao invés de criar esse tipo de hoax, os imbecis que fazem isso usassem o seu tempo e o seu esforço para dar uma força e muita moral para a FAB, a Força Aérea Brasileira, para que ela ganhasse equipamentos e recursos para também poder fazer isso nas regiões de risco do Brasil, essas epidemias de dengue e de outras doenças transmitidas por mosquitos, certamente se reduziriam bastante”.
Perguntas feitas por um racional oficial brasileiro na reserva: como seria o re-abastecimento da aeronave? Havia um porta-aviões fundeado no Solimões? Será que o SIVAM é tão incompetente assim que permitiria esse voo e ainda o fotografou e nada fez?
Talvez estivessem lá para filtrar a água dos rios e depois levar para os gringos. Pois esta é outra falácia nacionalisteira baseada nos mesmos estudos “científicos” que terrificam o mundo com a mentira do aquecimento global: a água potável está acabando no mundo e as “grandes potências” estão de olho nos riquíssimos aqüíferos Amazônico e Guarani. Como resultado do tal “aquecimento” os cariocas vêm tendo o verão mais ameno desde que aqui cheguei há 42 anos e a Europa está coberta de gelo, batendo recordes de temperaturas negativas! Dá para acreditar nestes caras?
Pois são os mesmos que criaram a mentira de que a água potável está acabando! E nossos nacionalistas acreditaram porque colocam o Brasil no alto do ranking mundial em alguma coisa que não seja carnaval ou futebol. Já perguntei, e fiquei sem resposta: o que as tais potências farão com nossa água? Mudar-se-ão todos para Manaus, Santarém, Foz do Iguaçu e Uruguaiana? Levarão a água de avião? Construirão um enorme aqueduto da Ilha de Marajó a Nova Iorque e Londres?
Lembram da explosão do foguete brasileiro lançado de uma base do nordeste? Pois é, não foi incompetência, mas havia um navio americano por perto. Pronto: os invejosos americanos que não sabem construir foguetes espaciais derrubaram o nosso. 
Provavelmente emitiram raios malvados para derrubar nossa pioneira missão espacial! Não estou brincando, assim foi interpretado mesmo!
O pior é que eu recebi estas maluquices de vários militares da reserva, das três armas, além de alguns civis, como se fosse verdade, num tom medroso e raivoso! Patriotismo, à custa de paranoia xenofóbica, é fascismo e honra Stalin, Hitler e Mussolini, nunca a Caxias, Deodoro e Eduardo Gomes. Muito menos a Castello Branco e Médici.
Segundo Revel[*], “o antiamericanismo repousa numa visão totalizante, senão totalitária, na qual se pode reconhecer a cegueira passional no sentido que deu Littré[**] a certas palavras: “imagem vã na qual acreditamos, por medo, por sonho, por loucura ou por superstição”. Quem faz isto acredita na ridícula tese de Celso Furtado, a de que os atentados de 11 de setembro teriam sido praticados pela direita dos EUA e nas declarações de Leonardo Boff ao jornal O Globo, de que "estava desolado por apenas um avião ter sido lançado sobre o Pentágono: ele teria desejado ver vinte e cinco”. Furtado e Boff não são companhias recomendáveis para bravos chefes militares que nos livraram dos comunistas em 64.
Littré deixou de mencionar a burrice, a imbecilidade, a idiotice e, principalmente a inveja! Sim, a inveja de quem sabe que basta um único porta-aviões da classe Nimitz para destruir no solo toda a FAB, no mar toda a Marinha Brasileira e quem quer que o Exército a eles oponha.
Senhores nacionalistas e patriotas, voltem suas armas para quem realmente corrói o poder de nossas FFAA: o conluio fascista tucano-petista, que faz corpo mole à compra de 12 míseros aviõezinhos para defender nosso imenso território e põe em banho-maria a construção do nosso primeiro submarino nuclear e o re-equipamento do Exército. 
O inimigo não está lá no Norte, mas entre nós. Parem de invejar o que os outros têm e tratem de fazer do nosso país uma Nação potente para enfrentar as reais ameaças que nos rondam, pois a inveja destrói muito mais ao invejoso do que ao invejado!
Artigo para publicação no Jornal Inconfidência, Belo Horizonte-MG
[*]   LObsession Anti-Américaine, 2002 
[**] Émile Littré, autor do Dictionnaire de la langue française, 1877

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