A mola propulsora dos seres vivos é o estômago. Quando falta o alimento o homem, principalmente, passa a ser um irracional. E tem pressa! Nessa luta em busca da comida, ganhamos longe dos animais, peixes e aves. A maioria procura no trabalho a forma de subsistir. Outros por uma deformidade de caráter, atacam as pessoas e se ‘apropriam’ do que não lhes pertence. E o fazem com tanta segurança que acham que é um dever se apropriar das coisas alheias. Uns os fazem de maneira ampla, afetando milhares de pessoas. Outros atacam as suas presas individualmente, muitas vezes matando para roubar.
- Perdeu. Passe a chave do carro. E sai com a carteira, documentos e demais pertences de sua vítima. Ou praticam um assalto na saída de um banco, ou até dentro de casa, depois de invadi-la. Quem sobrevive à violência, dá graças à Deus por que não perdeu a vida.
Há outras necessidades que mantém um homem vivo. A dignidade, por exemplo!
No relacionamento de troca, um escambo está se tornando a coqueluche do momento. O indivíduo se nega como ser humano, e se deixa vender por trinta dinheiros. Alguns relutam, e chegam a dar cabo da própria vida para se manterem fieis aos seus princípios.
Baseado neste princípio de vergar o indivíduo, privando das suas necessidades básicas de sobrevivência, adotou-se no país o arrocho salarial. Algumas categorias são mais visadas e sofrem mais esse afrontamento. Percebe-se, por exemplo, que contra os militares das Forças Armadas, que por uma questão de disciplina, são proibidos de fazer greves, e até pleitear aumentos, o ataque dos predadores é mais cruel. Em conseqüência dessa ação predatória chegamos a uma situação insustentável. Insustentável moral e materialmente.
Nada mais doloroso do que chegar à velhice e notar que a instituição que lhe acolheu na juventude, proporcionou-lhe uma carreira, que lhe garantiu a subsistência e construção de uma família, está se desmoronando. O meu Exército já não é mais o mesmo de ontem. A cada dia mais se curva no vala da sordidez, que resvala na covardia e pusilanimidade. Mais e mais se nota que os seus chefes militares estão deixando de liderar, para servirem de capacho para um governo que está no poder graças a esta mesma instituição militar que após vencer uma batalha, perdoou os derrotados e decretou uma Lei de Anistia geral, ampla e irrestrita, contrariando os que queriam apenas uma anistia relativa. Quanto mais se rebaixam, bajulando e aceitando todas as formas de opressão, e, também, humilhações e restrições, que privam a própria dignidade do militar, mas se sentem gratificados, pois sabem de antemão que a baixeza significa um ganho no futuro ao passar para a reserva. Todos os covardes têm sido recompensados com uma ‘boquinha’, quer seja na forma de um cargo num ministério, secretaria ou órgão do governo, num pró-labore advindo de um cargo em uma administração de uma estatal, ou em uma função remunerada em um organismo internacional. A omissão, o servilismo, premiam os fracos de caráter!
No topo dessa cadeia de bajuladores, omissos e covardes, estão os três comandantes das Forças. Eles fazem cumprir as ordens emanadas de um ministro da Defesa, seja ele qualquer que esteja à frente desta instituição. Não discutem, apenas agem rápido como meninos obedientes.
“- Esqueçam o dia 31 de março de 1964!”, ordenou o ex ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o comandante do Exército, Enzo Martins Peri, abortou em segundos dezenas de palestras que estavam programadas para serem proferidas nesse dia.
“- Retirem dos sites dos Clubes Militares o Manifesto Interclubes Militares’ - Compromissos...”, ordenou o atual ministro da Defesa, Celso Amorim. Ordem dada e executada. Os presidentes dos clubes militares agiram como se estivessem à frente de agremiações subordinadas às Forças Armadas. Com esta atitude covarde caiu a A Casa da República, como era conhecido o Clube Militar até o imbróglio que terminou com a negação do manifesto “Compromissos...”. Uma atitude covarde de um dirigente colocou na berlinda toda uma trajetória de lutas de uma entidade em defesa da democracia. Eis os signatários do manifesto que agora negam a sua paternidade.
Vice-Almirante V. Cabral – Presidente do Clube Naval;
General de Exército Tibau – Presidente do Clube Militar; e
Tenente-Brigadeiro Baptista – Presidente do Clube de Aeronáutica.
A presidente da república não desautorizou as falas de suas ministras de estado, preferindo colocar os cães atrás dos presidentes dos clubes militares. A ministra chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes, que já calara a Polícia Militar de São Paulo (Site da Rota - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), agora colocou na sola dos pés três, hoje nem tão ilustres oficiais quatro estrelas das FFAA. Ela se encontra nas nuvens de tanta felicidade! Uma discordância sua é uma ordem, todos se curvam e obedecem cegamente.
Este ato covarde de submissão explicita referenda as futuras ações da Comissão Nacional da Verdade. O sonho de ver-se militares serem levados às barras de tribunais de exceção e condenados a longas penas de prisão, quando não revigorada a pena de prisão perpetua, agora é possível. O Exército já deu o aval na palavra do ex comandante do Exército, general Francisco Roberto de Albuquerque, que ao ser solicitado a comentar sobre um julgamento a que familiares de comunistas mortos em combate, moviam contra o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, disse com todas as letras: “O Exército não fará nada!”
Quem lutou em defesa das instituições, evitando que o país caísse nas mãos de comuno-sindicalistas, que queriam implantar uma ditadura de esquerda no país, vai pagar caro pelo cumprimento do dever. Os perdedores podem, e o fazem abertamente, acusando e denegrindo a imagem das FFAA. Os militares só têm o direito de ouvir calados, sob pena de sofrerem sanções vindas de quem ao menos deveria ter o mínimo de dignidade em defender a instituição militar. Mas os chefes militares agem de maneira diversa. São uns covardes, bandidos tanto quanto o são os atuais dirigentes do país. Bandidos e traidores, pois estão compartilhando com a derrocada das FFAA brasileiras.
José Geraldo Pimentel é Capitão Reformado do EB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Atravanca um palpite aqui: