por Roberto Siqueira Hoog (*)
Caros amigos,
Em busca de uma forma de homenagear os brasileiros que deram as suas vidas para que o nosso país continuasse livre do jugo da foice e do martelo, e prestá-la, também, aos seus familiares, que foram privados do convívio de seus entes queridos pela sanha revolucionária de uma ideologia historicamente comprovada como assassina, tanto quanto o foi o nazismo, ou mais, elaborei este minúsculo resumo da nossa história, enfocando os anos de 1935 e 1937, desde a Intentona Comunista até a implantação do Estado Novo, por Getúlio Vargas. O texto abaixo foi composto por extratos de diversas fontes e nele foram incluídas algumas opiniões e considerações minhas, próprias de quem tem muita dificuldade em compreender o comportamento humano, quando ensandecido por ideologias que pregam a destruição do mais natural dos direitos do homem. O Direito de Ser Livre.
A minha intenção é a de apenas lembrar a todos aqueles nefastos dias dos anos trinta e assim marcar esta data para que aqueles que deram a vida por nós não sejam esquecidos ou, mesmo, vilipendiados pela história distorcida em seus acontecimentos reais.
Tudo teve início em Natal no dia 23 de novembro, em Recife a 24 e, no dia 26 de novembro de 1935, alastrando-se para o Rio de Janeiro e restante do país.
A 27 de novembro, a revolta explodiu na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, chefiada por um ex-oficial do exército, o ex-capitão Luís Carlos Prestes. O movimento originou-se, de fato, mais cedo, com a fundação da Aliança Nacional Libertadora em março deste mesmo ano, uma organização de fachada, testa de ferro do Movimento Comunista Internacional (MCI). Os líderes comunistas eram tão submissos e obedientes ao Partido Comunista da Rússia, que receberam a ordem para deflagrar a revolução diretamente de Moscou (URSS), e assim o fizeram. Imaginem que algum partido político brasileiro, em qualquer época, fosse controlado e financiado pelos Democratas ou Republicanos norte-americanos ou Conservadores ingleses, utilizando-se, ainda, de seus símbolos e bandeiras. Visualizem o absurdo que seria e como a nossa esquerda iria espernear e gritar em desespero! Pois bem, todos os partidos da esquerda brasileira eram, não posso afirmar que ainda o sejam, controlados e financiados por ditaduras comunistas da Europa ou da Ásia. Além disso, utilizavam-se de todos os símbolos, bandeiras e palavras de ordem delas, o que ainda fazem hoje em dia, em pleno século XXI!
Pois bem, foi na Escola de Aviação que se deu a maior mostra da personalidade e dos métodos revolucionários marxista. Foi lá que, na calada da noite, mais precisamente às duas horas da madrugada, assassinaram diversos colegas que se encontravam em repouso, completamente adormecidos, num repulsivo ato de covardia e deslealdade. Teria sido, este procedimento, antes de tudo, uma tentativa de romper e destruir o ambiente saudável que vigorava nestas organizações, onde a confiança mútua é uma constante? Onde a camaradagem entre todos simboliza a amizade que frutifica no ambiente dos quartéis? Não seria a "mãe de todas as intenções" esta, a de implantar um ambiente de desconfiança e suspeita entre os efetivos? Transformar as amizades em deslealdade e traições? Romper as estruturas sociais e difundir a insegurança, mesmo que ao custo da vida de inocentes?
Superada a surpresa, a reação legalista foi imediata e, na manhã seguinte, todos os comunistas se entregavam às forças do governo. Cessava-se, assim, todo o movimento desta covarde sublevação esquerdista
Logo após a derrota dos grupos comunistas, o General-de-Brigada José Antônio Coelho Netto, Diretor da Aviação Militar, publicou o seguinte texto em Boletim: "...É ainda sob a viva emoção dos trágicos acontecimentos irrompidos nesta Capital, na madrugada de 27 de novembro último, e em que os maiores delitos foram cometidos contra a Nação, enlutando-a e pondo em perigo sua organização social e política, que lamento profundamente a sedição a que foi traiçoeiramente arrastada grande parte da Escola de Aviação Militar, por alguns maus elementos que nela serviam e para os quais a crueldade e a falta de escrúpulos pareciam ser familiares..."
Esta rebelião foi planejada e deflagrada pelo Partido Comunista Brasileiro, com a ajuda de diversos simpatizantes. O seu líder, Luís Carlos Prestes, foi preso após o fracasso do movimento e assim permaneceu até 1945, quando foi posto em liberdade. A seguir, prosseguiu em suas atividades político-revolucionárias, como se nada houvesse acontecido. Mesmo derrotados nesta ocasião, os comunistas não desistiram e continuaram ameaçando a paz e a ordem constituída no país. Estas ameaças, tal e qual havia ocorrido na Itália, levando Mussoline ao poder nos anos 20, na Alemanha, com a ascensão de Hitler ao governo nos anos 30, e na Espanha em 1936, com o Generalíssimo Franco vitorioso, levaram o então Presidente da República, Getúlio Vargas, a dar o seu próprio golpe de Estado, assumindo o poder e instalando um Regime Ditatorial. Foi quando criou, então, o chamado Estado Novo.
NOTA: o Presidente Getúlio Vargas, após derrotar a tentativa de golpe comunista de 1935, que ficou conhecido como Intentona Comunista, dá um golpe e implanta a ditadura do Estado Novo. Esta atitude foi decorrente de uma denúncia oficial de que os comunistas estavam em fase de implantação de um plano para tomar o poder pela luta armada, denominado Plano Cohen (provavelmente este plano nunca existiu). Este governo será caracterizado pelo autoritarismo, pelo centralismo e pelo corporativismo, e será apoiado pelos setores mais conservadores da sociedade. A quarta Constituição é então outorgada, com clara inspiração fascista. Lembrem-se que tudo isso ocorreu devido um plano comunista para tomar o poder no Brasil, através da luta armada nos idos de 1937. A finalidade dele, o Plano Cohen, era derrubar o presidente Vargas e instalar no país um governo de "caráter" socialista. Neste intento, Prestes havia lançado um manifesto onde pedia a deposição do governante e foi este ato que deu início ao estado de sítio no país. Não será necessário enfatizar que quase todos os sindicatos, federações e confederações existentes, bem como todos os órgãos públicos estavam infiltrados pelos comunistas, já encarregados de fragilizar os diversos ambientes. Eles sempre fazem assim, e continuarão fazendo. Não esqueçam deste pequeno detalhe!
Resumindo-se, a rebelião limitou-se a três estados, a saber:
1 - No Rio Grande do Norte, com os comunistas dominando o 21º Batalhão de Caçadores, que entrou em confronto com a Polícia Militar, dominando-a. Este episódio encerrou-se com a chegada à cidade de uma coluna composta de sertanejos, levando os comunistas a abandoná-la e encerrando o movimento.
2 - No estado de Pernambuco, na cidade do Recife, o governante debelou com mão de ferro os ataques às delegacias de polícia e à cadeia pública, bem como o levante de parte da guarnição de Socorro.
3- Na cidade do Rio de Janeiro, na madrugada do dia 27 de novembro, rebelou-se o 3º Regimento de Infantaria e a Escola de Aviação, havendo ocorrido extrema violência em ambos os casos.
Finalmente, estas linhas a seguir, extraídas da página oficial do Comando do Exército, deixam bem claro o comportamento fanático daqueles que teimam em manchar a nossa história com o sangue de seus irmãos brasileiros. "Era novembro de 1935. Eclodem em Natal, Recife e no Rio de Janeiro rebeliões, caracterizadas pela vileza e covardia de seus mentores. A pronta reação do Exército sufocou a Intentona. A imagem dos comunistas vencidos, deixando, com sorriso nos lábios, as ruínas do 3º RI, na Praia Vermelha, após assassinarem covardemente companheiros de caserna, serve de triste epílogo a uma das páginas mais torpes da nossa História Militar. Em 1937, sob pretexto de iminência de novo golpe comunista, com base em hipótese subversiva, o Plano Cohen - é a segunda crise que eclode motivada por documento falso - o Presidente Vargas instaurou, com o apoio das Forças Armadas, a ditadura do Estado Novo. Para assinalar o caráter unitarista do regime, as bandeiras estaduais seriam queimadas em concorrida solenidade oficial, no Rio de Janeiro."
A todos aqueles que lutaram e morreram pela nossa liberdade o meu muito obrigado.
01. Abdiel Ribeiro dos Santos - 3º Sargento
02. Alberto Bernardino de Aragão - 2º Cabo
03. Armando de Souza Mello - Major
04. Benedicto Lopes Bragança - Capitão
05. Clodoaldo Ursulano - 2º Cabo
06. Coriolano Ferreira Santiago - 3º Sargento
07. Danilo Paladini - Capitão
08. Fidelis Batista de Aguiar - 2º Cabo
09. Francisco Alves da Rocha - 2º Cabo
10. Geraldo de Oliveira - Capitão
11. Jaime Pantaleão de Moraes - 2º Sgt
12. João de Deus Araújo - Soldado
13. João Ribeiro Pinheiro - Major
14. José Bernardo Rosa - 2º Sargento
15. José Hermito de Sá - 2º Cabo
16. José Mário Cavalcanti - Soldado
17. José Menezes Filho - Soldado
18. José Sampaio Xavier - 1º Tenente
19. Lino Vitor dos Santos - Soldado
20. Luiz Augusto Pereira - 1º Cabo
21. Luiz Gonzaga - Soldado
22. Manoel Biré de Agrella - 2º Cabo
23. Misael Mendonça -Ten. Coronel
24. Orlando Henrique - Soldado
25. Pedro Maria Netto - 2º Cabo
26. Péricles Leal Bezerra - Soldado
27. Walter de Souza e Silva - Soldado
28. Wilson França - Soldado
OBS.: Relação dos militares vitimados pelos revoltosos extraída da página www.ternuma.com.br
Salvador, 15 de novembro de 2003
(*) O autor é Coronel-Aviador da Reserva da Força Aérea Brasileira.
Fonte: recebido por correio eletrônico
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