por Glauco Fonseca
Depois de ver um documentário que o Discovery Channel fez sobre a trajetória de Fidel Castro, fica difícil entender como é que as pessoas ainda cultuam a revolução cubana e seus protagonistas. Após seis meses de lua-de-mel em Nova Iorque – sim, meio ano – e um flamante Cadillac comprado à vista para os passeios do casal Castro, Fidel dá uma entrevista ao canal ABC de pijamas, dizendo que Cuba precisava se livrar de Fulgêncio Baptista. Este documento dá a pista de que alguma coisa bem maior do que Castro estava por trás do desembarque do Granma. Logo após a tomada de La Habana, as câmeras mostram Fidel afirmando que logo seriam convocadas eleições gerais para a escolha do presidente e do parlamento cubano. Eu nem me alongo, pois todos sabem que fim levou a promessa de Fidel de largar o osso assim que Baptista fosse derrubado e exilado.
O tempo avança e a destilada “primavera árabe” é tão real quanto Fidel, Zelaya e Bashar Al Assad são democratas. Um golpe militar foi o que aconteceu e acontece no Egito. Houve promessa de democracia? Claro que sim. Os militares egípcios pretendem dar espaço à transição para um governo mais moderno, ao estilo turco? Demonstram que não. República? Transitoriedade de governos para bem da perenidade do estado? Nas vizinhanças muçulmanas, isto ainda é tão provável quanto a monogamia.
Por que as pessoas se apegam tanto assim ao que, supostamente, deveria ser objeto de cuidado transitório? Na área pública, que tipo de espírito baixa e sussurra nos ouvidos de uns poucos, dizendo que a melhor coisa que pode acontecer ao mundo é que elas fiquem exatamente onde estão até a morte, para que sejam aclamadas, eternizadas, transformadas em estátuas? Em que momento algumas pessoas, vendo que as experiências bem sucedidas têm em comum a efemeridade, o tempo definido, o intervalo pré-determinado, imaginam o oposto, que o melhor que pode acontecer é o que delas emana, o ar que exala de seus belas figuras e seus olhares messiânicos?
Toda forma de usurpação é tirania. Aumentar um tempo de mandato, alterando um arcabouço constitucional apenas para postergar o próprio poder é tirania. Aproveitar-se de um cargo para nele manter-se, sem dúvida alguma, é tirania, é mau ensinamento. E por que algumas pessoas inteligentes, experientes, intelectual e culturalmente esclarecidas insistem em não dar ao mundo a chance de sucedê-las?
Agarrar-se ao poder, alimentando-se dele e nele se fortalecendo, exaurindo sua transitoriedade, é a forma mais sórdida de mentir para si mesmo e para os outros. Não passar o bastão, não largar o osso é a maior de todas as desonestidades. Eis o triste motivo pelo qual temos muito mais Imeldas do que Indiras, muito mais Chávez do que Juscelinos e muito mais Kadhafis do que Churchills.
O tempo avança e a destilada “primavera árabe” é tão real quanto Fidel, Zelaya e Bashar Al Assad são democratas. Um golpe militar foi o que aconteceu e acontece no Egito. Houve promessa de democracia? Claro que sim. Os militares egípcios pretendem dar espaço à transição para um governo mais moderno, ao estilo turco? Demonstram que não. República? Transitoriedade de governos para bem da perenidade do estado? Nas vizinhanças muçulmanas, isto ainda é tão provável quanto a monogamia.
Por que as pessoas se apegam tanto assim ao que, supostamente, deveria ser objeto de cuidado transitório? Na área pública, que tipo de espírito baixa e sussurra nos ouvidos de uns poucos, dizendo que a melhor coisa que pode acontecer ao mundo é que elas fiquem exatamente onde estão até a morte, para que sejam aclamadas, eternizadas, transformadas em estátuas? Em que momento algumas pessoas, vendo que as experiências bem sucedidas têm em comum a efemeridade, o tempo definido, o intervalo pré-determinado, imaginam o oposto, que o melhor que pode acontecer é o que delas emana, o ar que exala de seus belas figuras e seus olhares messiânicos?
Toda forma de usurpação é tirania. Aumentar um tempo de mandato, alterando um arcabouço constitucional apenas para postergar o próprio poder é tirania. Aproveitar-se de um cargo para nele manter-se, sem dúvida alguma, é tirania, é mau ensinamento. E por que algumas pessoas inteligentes, experientes, intelectual e culturalmente esclarecidas insistem em não dar ao mundo a chance de sucedê-las?
Agarrar-se ao poder, alimentando-se dele e nele se fortalecendo, exaurindo sua transitoriedade, é a forma mais sórdida de mentir para si mesmo e para os outros. Não passar o bastão, não largar o osso é a maior de todas as desonestidades. Eis o triste motivo pelo qual temos muito mais Imeldas do que Indiras, muito mais Chávez do que Juscelinos e muito mais Kadhafis do que Churchills.
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