sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Tudo Pelo Social, ou Socialismo só Funciona com Riqueza Alheia

Recebi, de mais de um amigo, uma mensagem sobre os descalabros econômicos promovidos pelo governo grego, razão por que o belo país helênico está afundado em dívidas. Saí a pesquisar a fonte, a fim de verificar a veracidade do texto e terminei encontrando o artigo abaixo, no jornal português Expresso:
A Grécia levou os "direitos adquiridos" até à demência
por Henrique Raposo
21 Jun 2011
Nas TVs portuguesas, a situação na Grécia é contada através da seguinte narrativa: eis um pobre povo periférico que está a sofrer as agruras de uma crise internacional, eis um povo do sul da Europa a sofrer às mãos da pérfida Merkel. Ora, já é tempo de sair desta superficialidade. Já é tempo de perceber que os gregos têm muitas culpas no cartório. Já é tempo de escavar a sério na situação grega. E, assim que começamos essa investigação, a conclusão é invariavelmente a mesma: os gregos não foram sérios, não estão a ser sérios. Os gregos levaram a lógica dos "direitos adquiridos" até à demência, até à falta de vergonha.
Os exemplos desta falta de seriedade são imensos. Em 1930, um lago na Grécia secou, mas, o Estado Social grego acha que tem de existir um Instituto para a Protecção do Lago Kopais — o nome do tal lago que secou em 1930, mas que em 2011 ainda tem dezenas de funcionários dedicados à sua conservação. Calculo que estes funcionários devem estar a rua a gritar "abaixo o fascismo". 
Mas há mais. Sabiam que na Grécia as filhas solteiras dos funcionários públicos têm direito a uma pensão vitalícia após a morte do mãe/pai-funcionário-público? Não é genial? Na Grécia, os direitos adquiridos adquirem-se por, vá, osmose familiar. Na Grécia, X e Y recebem 1.000 euros mensais — para toda a vida — só pelo facto de serem filhas de funcionários públicos falecidos. Há 40 mil mulheres neste registo. E, depois de um ano de caos, o governo grego ainda não acabou com isto completamente. Calculo que estas meninas devem ir para a rua fazer manifs [manifestações]. Coitadinhas.
Querem mais? Num hospital público, existe um jardim com quatro (4) arbustos. Ora, para cuidar desses arbustos o hospital contratou quarenta e cinco (45) jardineiros.
Num acto de gestão mui social (para com o fornecedor), os hospitais gregos compram pace-makers (marca-passos) quatrocentas vezes (400) mais caros do que aqueles que são adquiridos no SNS britânico.
E, depois, claro, existem seiscentas (600) profissões que podem pedir a reforma aos 50 (mulheres) e aos 55 (homens). Porquê? Porque são profissões de alto desgaste. Dentro deste rol de malta que trabalha como mineiros, encontramos cabeleireiras e apresentadores de TV. Sim, faz todo o sentido: cortar cabelo é o mesmo que estar nas minas da Panasqueira.
Fonte:   Expresso
COMENTO:  mantive a redação original em português de Portugal. É uma pequena mostra do que pode fazer um governo (ou diversos governos seguidos) que se preocupa mais com a distribuição da riqueza do que com a produção da mesma. O descalabro é ratificado no jornal espanhol El Mundo, que acrescenta outros disparates gregos como a existência, em muitos departamentos estatais, de 50 (cinquenta) motoristas para cada veículo oficial; os 4.500 mortos cujos familiares "muito vivos" não comunicaram seus falecimentos para continuar a receber suas pensões; e o fato de que um quarto dos cidadão gregos são completamente isentos de impostos. Isso tudo em um país com 11 milhões de habitantes e um total de 4,3 milhões de trabalhadores, 750 mil destes, funcionários públicos.  Como costuma dizer um jornalista conhecido: "Não há o menor risco disso dar certo!"  E a culpa é jogada sobre os ombros do "neoliberalismo". 

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