domingo, 7 de agosto de 2011

Socialismo, Filho da Inveja

por Marcos Pontes
O desejo de posse é inerente à condição humana, tentar mudar isso é, antes de política partidária, uma violência generalizada contra a espécie.
Deixando o primeiro assassinato bíblico de lado para evitar atrito desnecessário com os pseudo-historiadores que não vêem nO Livro um documento histórico (uma aberração na formação de nossos professores, o que deixa clara a intenção obscura dessa revolução cultural que nos cerca silenciosa e que poucos percebem), mas tentando ater-me na antropologia, os primeiros desentendimentos surgidos entre humanos não foram meramente territoriais, o que por si já seria uma demonstração da sensação de posse de uma área geográfica, mas por sobrevivência.
O líder da tribo sabia que naquela área havia alimento e seu grupo se apossava dali, expulsando ou matando quem invadisse em busca de comida. Esgotados os mantimentos, fosse pela extração abusiva, pela própria escassez ou por razões climáticas, a tribo se mudava e, volta e meia, entrava em conflito com outro grupo que havia ocupado terras adiante.
Depois que aprendeu que podia plantar e criar animais, nada mais natural que se sentisse proprietário da terra que trabalhara e dos frutos que plantara e se armava contra quem quisesse levar sua criação. Os conflitos agrários são mais antigos que os títulos agrários. Estes criação dos Estados, encarnados pelos poderosos que mantinham exércitos para defenderem os rincões tomados para si, muitos e muitos anos depois.
Alguns grupos aprenderam a plantar e tornavam-se donos de seus frutos, outros a domesticar animais e tornavam-se donos do leite, da carne e das peles, mais uns a represar rios e se apoderavam dos peixes que recolhiam. Os que continuavam extrativistas e caçadores nômades que não haviam descoberto tais ciências, prenhes de inveja tal qual Caim, para não morrerem à míngua, saqueavam. Hoje seriam os socialistas.
Pregar a divisão equitativa das produções, um mundo sem fronteiras, a não ser as naturais como rios, montanhas e oceanos, o pluriculturalismo, são ocupações de quem não aprendeu a produzir, que não consegue desenvolver seus próprios territórios e, por isso, vestem-se de vítimas históricas, taxando de algozes aqueles que investiram séculos e séculos em ciência, pesquisa, produção e ascensões sociais.
Respeitar as culturas alheias é uma coisa, aceitar calado que essas culturas alienígenas lhe sejam impostas goela abaixo, destruindo seus próprios valores e costumes e conviver com o crime de que se é vítima, enquanto é pichado de algoz, é covardia.
Os países socialistas não deram certo porque não souberam produzir para todos, uma contradição à própria definição de socialismo. Foram utilizados artifícios mil na enrolação e quando esses artifícios não surtiam efeito, que se aplicasse a força bruta, o argumento da baioneta. Propagandas, maquiagem de índices sociais e econômicos, inchaço da máquina pública e empregos artificiais onde deveria haver trabalho que gerasse renda. Riqueza e bem estar era apenas para as elites políticas, como as dachas, carros com chofer e viagens ao exterior, como tinham os líderes soviéticos, por exemplo.
Para manterem seu status social, mentiam do alto de seu status político. Tinham despensa suprida enquanto seus concidadãos entravam em filas por batatas e papel higiênico, ou por leite, como ocorre hoje em Cuba.
O capitalismo surgiu quando o homem tomou posse daquilo que produzia; o socialismo, quando um incompetente preguiçoso achou que tinha direito a apossar-se da produção alheia. Isso bem antes de Karl Marx mamar nas tetas de Engels.

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