por Jorge Serrão
Pergunta de um irônico amigo, dos velhos tempos de Universidade Federal Fluminense, que tem parentes militantes da Defesa dos Direitos Humanos: “Pergunta se a Dilma comia salsicha enquanto esteve presa no DOI-CODI?”. Arrisco responder que não! Esta vergonha de faltar comida nos quartéis é fato comum da Nova República para cá. Talvez porque falte alimento para a tropa, mas tenha muito “melancia” se omitindo, na burrocracia. A vida é assim: ao perdedor, as salsichas.
A chefona-em-comando Dilma Rousseff detestou saber, por seus assessores que leram a barbaridade publicada sexta-feira passada neste Alerta Total, que um senador cobraria do governo uma explicação para a falta de comida para a tropa, forçada a passar fome ou a trabalhar no ilegal e anti-operacional regime de meio-expediente — como se a defesa nacional pudesse ser feita à meia-boca, em meio-turno apenas.
O Alto Comando do Exército ficou ainda mais alarmado com o texto de um Patriota que circulou, entre e-mail e oficiais da ativa e da reserva, especificando onde ocorria o problema de meio-expediente por falta de comida e o lamentável repasto da salsicha. O grave é que os prejudicados são de tropas de elite do EB. Imagina a situação dos “não-elitizados”...
O Patriota escreveu: “Como velho artilheiro, tendo passado pelo Grupo Bandeirante - FEB - G CAN 40, (hoje 20º GACL - Aeromóvel) indignado e constrangido, venho informar ao nobre Compatriota em Mallet, que, por absoluta falta de mantimentos mínimos, foi cancelada a maior solenidade anual do Grupo Bandeirante: A comemoração do Dia da Artilharia. Há duas semanas não tem havido expediente naquela tão importante OM (membro integrante da 12ª Brigada Aeromóvel, uma FARE — Força de Ação Rápida do Exército — subordinada ao COTER), por falta de comida para a tropa. Situação semelhante está afetando o 2º Batalhão de Polícia do Exército — 2º BPE - Osasco, SP — onde há 16 dias não há expediente e a guarda está alimentando-se apenas de salsichas, sem pão, objeto de doações”.
O Patriota acrescentou: “Isto é um verdadeiro crime hediondo contra o Exército Brasileiro, contra os Valores Castrenses, contra os Símbolos Nacionais, contra a Honra, e contra cada um de nós, que, com as devidas limitações individuais, nos esforçamos para difundir e preservar a memória histórica do Exército de Caxias, sua Imagem, sua real importância para a Nação, ultima fronteira viva a proteger a nossa Pátria contra o Crime Organizado Federal e contra a cobiça internacional que nos ameaça”.
A reação ao texto foi um sinal dos tempos de midiotização coletiva que vivemos. Muitos militares ficaram PTs da vida com o Alerta Total e com o Patriota que escreveu tal mensagem na Internet. Deviam ficar PTs da vida com os causadores do “Exército da Fome”. A Dilma ficou PT da vida com o Ministério da Defesa e com o Comando do Exército, por lhe causarem mais este inútil desgaste público — não bastassem o escândalo Palocci, a alta renitente da inflação e as interferências indevidas do milionário palestrante Extalinácio no governo. Ninguém se surpreenda se a guerrilheira Ceci “pedir” para o Peri sair... Ela anda na fase de mexer no time que anda marcando gols contra seu governo.
Mais vergonhosa é a posição dos Generais em relação aos seus Comandados. Está no papel dos inimigos do EB deixar fraca a Força. O problema é se há conivência com eles. Não é justo que os Generais ajam como Samurais em relação à tropa (que deve obedecer calada a tudo de errado que acontece). Também não parece digno o comportamento de gueixas em relação aos poderes superiores. Isto só fica bem para as japonesinhas que estudam e praticam a milenar arte da sedução.
O Exército vive um momento político interno delicado, e os inimigos da Força se aproveitam disto. Ocorre, nos bastidores do Forte Apache, uma clara disputa de poder entre dois grupos. Os Generais das “Forças Especiais” querem tirar do poder a “Turma de Engenharia” — que comanda o EB há muito tempo. Enquanto se desenrola esta briga de Samurai Grande, o Exército da Salvação fica vivendo à míngua, de promessas de recursos, fazendo umas obrinhas aqui, umas missões humanitárias ali, e tudo vai ficando sempre pior que dantes no Quartel do Abrantes.
Quem vai levar a salsicha? Por enquanto, só a tropa — que permanece disciplinada, mas revoltada por dentro. Ninguém se surpreenda se um movimento igual aos dos Bombeiros do Rio de Janeiro pipocar no Exército. Isto não será bom para a frágil democracia brasileira. Se a sociedade não tomar vergonha e discutir o papel fundamental das Forças Armadas para a Nação, vamos todos para o saco de lixo da História.
Aos perdedores, nem as salsichas sobrarão... Aos vencedores, por enquanto, só batatas quentes...
Fonte: Alerta Total
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