por André Soares
A derrota é o ônus dos que têm a coragem de lutar e não desmerece aquele que lutou com bravura e perdeu com honra, pois este é o apanágio dos nobres de caráter, que dignificam a própria derrota ante a vitória do seu oponente. A revolução fracassada, ao contrário, é a luta perdida contra a “vitória” da mediocridade, que vitima as sociedades e está contaminando o Brasil.
“O que há de errado com os medíocres?” A princípio, nada! Mediocridade não é crime e não desabona seus protagonistas, mas ser medíocre é ser sem relevo, sem expressão, sem projeção, sem destaque, sem razão ... sem tesão!
A “vitória” da mediocridade não impedirá que no futuro próximo o Brasil goze de maior projeção no cenário internacional e ascenda ao círculo das maiores potências econômicas mundiais, como se está alardeando, pois a “filosofia” da mediocridade possibilita obter certos “benefícios”, e o crescimento financeiro-econômico é certamente o principal deles. Nesse sentido, o Brasil está demonstrando ser um dos melhores países do mundo para se ganhar dinheiro, pois ganhar muito dinheiro no país está cada vez mais fácil. Entretanto, o que está se tornando cada vez mais raro é que isso se dê honestamente — aí, está quase impossível. Evidentemente que esse pequeno e irrelevante “detalhe” sequer preocupa, ou incomoda os medíocres, pois este estado de coisas apenas sinaliza que a “vitória” da mediocridade está próxima.
O Brasil está se transformando no paraíso dos medíocres, os quais já dominam quase completamente todas as expressões da vida nacional, não se restringindo apenas aos políticos, os quais inclusive são injustamente acusados de serem os únicos, pois continuam sendo legitimamente eleitos por uma sociedade de eleitores igualmente medíocre, confirmando as palavras do sábio filósofo ao demonstrar que: “... cada povo tem o governo que merece ...”
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Alarmismo? Teoria da conspiração?
Não! Apenas a verdade de que a “vitória” da mediocridade tem um preço — o futuro. E este não será o futuro das gerações atuais porquanto estas estão se esbaldando na mediocridade e, evidentemente, não estarão mais aqui quando o país se exaurir e a “festa” acabar.
Mas, “lutando” contra a “vitória” da mediocridade se insurge no país a revolução fracassada — a revolução dos outros medíocres, os perdedores por opção. Seu contingente é enorme e estão por toda parte. São facilmente identificados, pois sua principal “ação de combate” é reclamar. Reclamam de tudo, de forma indiscriminada e compulsiva. Afinal, tudo está errado, o mundo está errado! Soluções? Conhecem todas e resolvem qualquer contencioso nacional e internacional com um discurso teórico-abstrato afiadíssimo e impecável. Adoram o “campo de batalha” e arriscam-se perigosamente contra o “inimigo” atacando-o com sua verborragia retórica das tribunas, principalmente das salas de aula, das assembleias, e do parlamento. Os medíocres “sem-tribuna” conspiram a sua “revolta” nos bares, nos restaurantes e clubes, circunscritos às “corriolas” e aos embriagados. Atualmente, atacam massivamente no mais sangrento dos “campos de batalha” — a internet. São “exércitos” e mais “exércitos” de medíocres lutando bravamente na web, mobilizando cada vez mais “guerreiros” medíocres. Todavia, a despeito de possuírem um efetivo monstruoso e do inigualável espírito “combativo”, se deparam com sua única vulnerabilidade, porém insuperável — encontrar um líder que os comande.
O final da luta da revolução fracassada contra a “vitória” da mediocridade condena o Brasil ao inescapável futuro de que “... será preciso perder, para dar valor ...”. Este cenário de “metástase” não será alterado, mesmo com os ingentes e pontuais esforços dos poucos cidadãos e instituições dispostos ao “bom combate”, pois estes estão cegos pelo “pecado da ingenuidade”, achando que vencerão este “câncer” com aspirina. Se a “luz da esperança é a última que morre”, oxalá que os nobres cidadãos do país despertem da ilusão, pois para evitar o futuro infeliz é preciso lembrar que, se a derrota é o ônus da luta, a vitória também tem o seu ônus, e este é saber e aceitar que “é muito perigoso libertar quem prefere a escravidão”.
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