Com a entrada no ar, no último dia 3, do novo portal do Exército Brasileiro na Internet, veio a ser definitivamente sepultada a Revolução Democrática de 31 de Março de 1964.
Nos dois únicos locais onde ela podia ser vista naquele site era na sinopse histórica da Força Terrestre e na relação das datas festivas e comemorativas — lá ela já não está mais.
É bem verdade que a coitada já de algum tempo vinha dando sinais de que seria "riscada" da História, a fim de não criar arestas com o poder dominante. Segue agora rumo ao esquecimento, onde se juntará à Intentona Comunista de 1935 e à Guerrilha do Araguaia. Afinal, não passam de apenas "factoides" criados pela mente deturpada de chefes militares da época e pelos quais muitos de nossos irmãos de armas — bestas que foram — cumpriram seu juramento à bandeira, dando a vida em defesa da honra, da integridade e das instituições do Estado Brasileiro.
Não queria crer que fosse simples assim apagar episódios da História Militar brasileira, mas o foi. Lembra aquela conhecida figura de uma cobra, em posição circular, abocanhando o próprio rabo, ou seja, comendo-se a si mesma.
Quero ver agora como é que se vai fazer com a denominação histórica atribuída à 4ª Brigada de Infantaria Motorizada, com sede em Juiz de Fora/MG e que, mediante portaria do Comando da Força — recebe a denominação de "Brigada 31 de Março".
Outra coisa chatinha de se lidar vai ser com a série de outras denominações relacionadas com personagens que se destacaram na Revolução, como o Marechal Castello Branco, por exemplo, pois há várias homenagens a ele em repartições do Exército e essas honrarias, não obstante ter-se destacado na Força Expedicionária Brasileira (FEB), ele as obteve por sua oportuna intervenção nas ações de preparação e condução da Revolução que ora se quer esquecer. E a ponte Presidente Costa e Silva, a Rio-Niterói? Quando formos perguntados por que ela recebe esse nome diremos o quê? Que é uma homenagem a um militar que deu sua vida por uma revolução que não existiu?
Corrijam-me os companheiros se eu estiver delirando:
— Não fomos formados todos pensando que o Brasil tinha salvado-se a si mesmo em 1964?
Se a coisa aconteceu assim, quer dizer que fui, por muitos anos, iludido sobre um fato histórico que não aconteceu?
Sendo assim, será que posso acionar a União na Justiça por danos morais devido a ter-me proporcionado uma formação equivocada que hoje me torna um "deslocado" da sociedade politicamente correta?
Sim. Um "deslocado", pois, a todo ano estarei em algum lugar relembrando as datas de nascimento daquelas senhoras: a Intentona Comunista de 1935, a Revolução Democrática de 1964 e a Guerrilha do Araguaia.
Meus sentimentos às pessoas ligadas às falecidas e que em algum momento deram suas vidas por elas.
Jorge Alberto Forrer Garcia - Coronel de Cavalaria R/1
Curitiba/PR
Fonte: Pedro da Veiga
"Estaremos sempre solidários com aqueles que, na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se opor a agitadores e terroristas de armas na mão, para que a Nação não fosse levada à anarquia".
(General WALTER PIRES)
COMENTO: é o triunfo do velho estratagema stalinista de simplesmente 'apagar' o passado inconveniente. É só lembrar as fotos do 'grande líder', editadas grosseiramente, sem a presença de Trotsky, o desventurado. Não estranharei se, em futuro breve, "a Internacional" passar a ser entoada em formaturas militares e alguma OM vier a ser batizada com a denominação histórica de Carlos Lamarca ou Carlos Marighela.
CLARIM, TOQUE SILÊNCIO!
Documentos secretos, documentos que somem... verdades assassinadas, como pessoas. Novas mentes drogadas na infância que aprende os caminhos do mundo, guiados como bois para a feira ou para o matadouro. Também não gosto desta rotulagem de "fardados" de um lado e "civís" do outro: fomos todos brasileiros, em defesa de uma Pátria que vai perdendo a identidade a cada dia, para tornar-se apenas um parceiro comercial do universo controlado por uns poucos, donos da verdade, que ditam, direcionam os caminhos da manada.
ResponderExcluirMuito bem observado... Mas já não é de hoje que vai se apagando pouco a pouco a memória da Nação e de seus Soldados (os verdadeiros, não as "transmutações") sobre o 31 de março de 1964. Paulatinamente, o Alto Comando das FFAA foi se deixando engolir pela corja petralha vermelha em função de seus chefes "cordeiros", omissos e coniventes. Agora é TARDE para se reverter isto. Só com Revolução e derramamento de sangue!
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