domingo, 29 de agosto de 2010

Zero Hora e os "Privilégios"

No Editorial de 23/08/2010, Zero Hora aborda o tema “Privilégios”, colocando no mesmo patamar, os que existem no Poder Judiciário e, segundo a opinião do jornal, os da classe militar que desfruta a possibilidade de matricular seus filhos em vagas reservadas nos diferentes Colégios Militares existentes no país.
Não conseguiu, contudo, o editorialista esconder sua verdadeira intenção: usando a linguagem do “politicamente correto” e uma forma preconceituosa e superficial de abordagem de complexo tema, atingir o segmento militar, comparando “alhos com bugalhos”.
Erige-se, assim, a editoria do jornal do Grupo RBS em paradigma da moralidade e centro da virtude, apontando à Sociedade Gaúcha um pretenso privilégio. Sobre os primeiros — os de uma categoria realmente privilegiada, basta ver os vencimentos iniciais de juízes, promotores, procuradores em início de carreira que superam, quase em dobro, os de Generais, Almirantes e Brigadeiros, do último posto de longa carreira, todos com quase cinquenta anos de serviço — nem uma linha de reprovação.
Aliás, seria uma surpresa para as hostes castrenses, ler e ouvir dos referidos senhores elogios à sua atuação, principalmente a dos modelares educandários que, desde o Império até hoje, anualmente entregam ao país cidadãos física, moral e intelectualmente preparados (filhos de militares e de civis), mercê dos esforços, da abnegação e da disciplina de sua gente e da atuação eficiente e exemplar de seu Sistema de Ensino que privilegia, em todas as etapas, o mérito.
Convém relembrar ao editorialista que a criação do primeiro Colégio Militar (o do Rio de Janeiro) ocorreu para abrigar órfãos de militares mortos durante a Guerra do Paraguai em virtude da insensibilidade dos governos de então, sempre parcimoniosos, como os de todas as épocas, com relação aos pleitos e as necessidades da classe militar.
A criação dos demais Colégios foi uma forma exitosa e inteligente de superar os inúmeros inconvenientes provocados pelas sucessivas transferências de oficiais e graduados ao longo de suas carreiras.
Por último e não menos importante, convém registrar que todos os integrantes dos Corpos diretivos, docentes, auxiliares de ensino, monitores, pertencem aos quadros do Exército (oficiais e graduados) e as despesas com sua manutenção oriundas do reduzido orçamento anual de verbas, historicamente alocadas ao Exército Brasileiro.
Prevalecendo a sugestão exposta no mencionado editorial — impedir a matrícula de filhos de militares transferidos (e somente estes) — não restará ao Exército Brasileiro, senão fechar as portas desses importantes Estabelecimentos de Ensino. Não haveria razão para o Exército continuar a dispender esforços e recursos em uma atividade (ensino) cuja responsabilidade, por lei, pertence ao Ministério da Educação. A adoção dessa medida será, com certeza, uma forma de piorar, ainda mais, o lastimável estado do ensino público do país.
Fonte: recebido por correio eletrônico
COMENTO: deixo de citar a autoria do texto por que não me foi informada. Não há como discordar do seu autor. Sua conclusão é óbvia. Negada a precedência aos militares nos Colégios Militares, não há motivo algum para que o Exército Brasileiro utilize seus já parcos recursos orçamentários em uma atividade afeta aos ministério e secretarias estaduais e municipais de educação. Certamente, tal medida agradaria a todos os incompetentes que jogaram o ensino público na lata do lixo e não suportam ver os Colégios Militares fugindo a essa regra e destacando-se como centros de excelência no ensino.
Por outro lado, fica o alerta aos companheiros da caserna: não caiam na asneira de comentar que os hospitais, policlínicas e postos médicos das guarnições militares estão atendendo corretamente pois logo pode aparecer um palhaço qualquer 'procurando' um jeito de terminar, também, com mais esse privilégio.

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