quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Ministro Brasileiro Chama Ahmadinejad de Ditador
Para o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, tal medida é desnecessária e o Poder Judiciário do país também é contrário ao pedido brasileiro.
"Se esse ditador [Ahmadinejad] tiver um mínimo de bom-senso, deveria permitir que ela venha morar no Brasil e seja salva", disse Vanucchi.
Na sua avaliação, o Brasil é o único país que pode negociar com o Irã depois de o país ter buscado um acordo em torno do programa nuclear do país junto com a Turquia.
“A idéia de que o preceito cultural tem que ser mantido nos levaria a tolerar o infanticídio, por exemplo, e não podemos aceitar isso, como não podemos aceitar a amputação de clitóris promovida por países islâmicos. Tem que questionar e discutir isso, mas não com tanques de guerra”, enfatizou o ministro.
Vannuchi também defendeu a política externa brasileira ao destacar que a maior proximidade com os governos iraniano, venezuelano e cubano não representa qualquer contradição em termos de direitos humanos.
Também nesta terça-feira, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, sugeriu que o Brasil crie uma área própria para abrigar “criminosos e assassinos” estrangeiros.
A Embaixada do Irã em Brasília emitiu nota em que o governo iraniano pergunta se a proposta de oferecer asilo a sentenciados não ameaça a sociedade brasileira.
Diz a nota: “Será que a sociedade brasileira e o Brasil têm que ter, no futuro, um lugar dos criminosos de outros países em seu território? Se a concessão do exílio aos criminosos e assassinos tornar-se um hábito para os países, será que isso não prejudicará o papel dos sistemas jurídicos desses países?”.
Análise da Notícia
Direitos Humanos é um tema mal resolvido no governo Lula.
Sair em defesa dos direitos humanos é posicionar-se à frente dos retrógrados, conservadores e racistas de todo tipo, credo e cor.
As palavras do ministro Paulo Vanucchi são claras e são duras. Ele chama o presidente do Irã de ditador, algo que o governo brasileiro não reconhece.
A nota da Embaixada do Irã em Brasília é ainda mais cristalina. Para o Irã, Sakineh Ashtiani é uma criminosa comum. Para Lula, os presos de consciência cubanos, também.
Vanucchi, ao comentar o esforço do Brasil em salvar (?) essa moça, afirmou que em relação a Cuba, os direitos humanos são um tema controverso.
Segundo ele, a ilha possui um sistema político que "se afasta muito dos valores do governo Lula", embora reconheça que o país também experimentou "avanços sociais que nenhum outro país da América tem". "O que não pode haver, para nós, são presos de opinião. E o governo brasileiro faz pressões discretas neste sentido. Há sim problemas no regime cubano e destes nós discordamos", afirmou.
Há duas semanas, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, esteve com Lula e saiu afirmando que não existem presos políticos no país. Que todos são criminosos que foram julgados de acordo com a lei cubana.
Por que então, estão sendo libertados? E por que Lula, quase se humilhando, pediu um “extraditadozinho” para o Brasil?
A idéia da morte da iraniana, sob apedrejamento ou na forca, me causa mal-estar, particularmente pelo motivo alegado. Da mesma forma como me causou mal-estar a notícia de que um casal foi apedrejado até a morte no Afeganistão e na semana antecedente uma outra mulher também foi vítima do mesmo 'castigo' e não mereceram dez por cento da atenção midiática internacional. Também não entendo a oferta de "asilo político" à iraniana, se a condenação da mesma não tem nada a ver com dissidência ou perseguição política. Seria o caso de se criar o "asilo religioso"?
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