por Dennis Small
& Gretchen Small
A profissão de mágico é antiga — talvez a mais antiga. O dicionário define um mágico como sendo aquele que é “perito em enganar as pessoas por destreza manual ou aparelhos preparados”. Shakespeare era mais direto: para ele mágico era um enganador, um falsário. Na política é um estratagema mortal executado como política pela oligarquia Veneziana, que os leitores de “The Ghost-Seer” de Friedrich Schiller, ou de “The Bravo” de James Fenimore Cooper, irão se lembrar, talvez com um arrepio. A intenção dos mágicos venezianos é confundir suas vítimas convencendo-as que aquilo que seu sentido de percepção lhe diz, não importando o quanto seja bizarro, é a realidade. Dessa forma, não passa de um tipo extremo do empirismo e utilitarismo Aristotélico que permeiam a moderna sociedade e que são hoje incentivados por quase todas as universidades do mundo.As vítimas desse embuste veneziano são fortemente pressionadas a rejeitar seu próprio julgamento sobre o que estão “vendo”. Mas, para ter sucesso, o mágico também necessita que a vítima deseje abandonar sua descrença, ou seja, que, em determinado estágio, concorde em ser enganada.
E, naturalmente, todo mágico de sucesso sabe que deve colocar um ou dois parceiros no meio da plateia para testemunhar, reforçando a argumentação de forma que todos ouçam: “Vejam! Vejam! A Lua é realmente feita de queijo verde! Eu vi com meus próprios olhos”
É o caso da União Europeia e seu sistema monetário baseado no euro. Está totalmente falida, desmoronando a partir de um centro — não na Grécia, como a mídia internacional esta cansada de mentir — mas na Espanha e no Reino Unido, tendo como agente destruidor principal o banco espanhol, dirigido por Londres, o Santander.
Para os ingênuos, a ilusão mágica de liquidez financeira na região foi mantida até há pouco tempo por uma inflada bolha imobiliária (notadamente na Espanha e Inglaterra) e, especialmente, pelo carry trade do Brasil, um esquema internacional Ponzi, que, por décadas, tem dado aos especuladores financeiros uma taxa anual de 25% de retorno no capital aplicado proveniente de uma rapinagem extrema da população brasileira e da nação.
Nesse caso, o papel de mestre dos mágicos está sendo feito pela Casa Rothschild — instalada no Brasil há mais de 200 anos. Entre seus alvos despreparados, estão ainda as nações estratégicas da Rússia, China e Índia (...).
A mágica dos enganadores chama sua fraude de BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), uma concha vazia, uma ilusão com a única finalidade (...) de convencer esses países que os Estados Unidos e seu dólar estão sendo destruídos e que o sistema Britânico do euro vai tomar seu lugar, com o apoio do carry trade brasileiro.
Em fevereiro desse ano, LaRouche declarou:
“Por exemplo, vejamos o caso da Rússia. Atualmente lá se instalou uma facção, comandada por pessoas como Chubais, Gorbachev e outros traidores, que alega ser a controladora não só da existência política da Rússia, como também do chamado Grupo dos Quatro (o BRIC), criado há pouco tempo. Esse grupo está alicerçado quase que inteiramente na suposição de que o carry trade brasileiro representa dinheiro verdadeiro. Estão errados. O carry trade se fundamenta em nada, nada, essencialmente. E agora, está desmoronando. O atual sistema financeiro internacional está agonizando.”
Examinando o carry trade brasileiro, o que faremos em detalhes mais abaixo, vem à lembrança o escândalo do jogador de futebol Ronaldo, que em abril de 2008, após deixar sua namorada em casa, foi caçar prostitutas. Com três delas, já no motel, Ronaldo descobre que elas eram realmente eles. Na polícia, Ronaldo declarou que eles tentaram extorquir-lhe, liderados por Andréia — André Luiz Ribeiro Albertino.
Conclusão: as aparências enganam. Isso se aplica inteiramente tanto ao universo físico e político da Rússia, China e Índia, já que foram enganadas da mesma forma que Ronaldo. O carry trade brasileiro, como “Andréia”, não é aquilo que aparenta ser.
O sistema financeiro é um defunto
Em 16 de fevereiro, LaRouche resumiu a situação financeira global.
É necessário perceber que a bolha financeira internacional que domina o mundo atualmente, é uma bolha inglesa, caracterizada pelo grupo que a criou, sendo Lord Rothschild a peça chave desse grupo. E a natureza da situação é muito mais grave do que a imprensa noticia.
A maior parte da riqueza nominal no mundo é baseada em diversas falácias, ou seja baseada em mostrar as riquezas de outros povos como riquezas suas, sendo bastante difícil encontrar riquezas reais em toda essa bagunça.
Um caso típico é o Banco Santander. Está totalmente falido. O que aconteceu nele é que foram registrados como créditos os débitos de terceiros! Não existe ganho! Tudo é fraude. Ninguém está de posse dos ativos, do valor real, que terceiros dizem ser deles. Assim, se criou um cenário onde a real massa de transações relacionadas com a produção ou a propriedade, encolheu a um percentual irrisório do total da riqueza nominal.
A riqueza nominal total está desestruturada, ou seja, manda-se dinheiro que não se possui para terceiros, fazendo viagens de ida e volta. Então, quando se quer reconciliar esses débitos, utilizando os bens reais que deveriam garanti-los, não se encontra nada.
Essa perspectiva colocou todo o sistema mundial em estado de colapso. A qualquer momento, com o detonador adequado, essa porcaria de sistema vai simplesmente desmoronar. Todo o sistema financeiro internacional será destruído. Principalmente a parte controlada pelos britânicos.
E qual é o papel do carry trade brasileiro nessa fraude?
O que é o Brasil? O Brasil não passa de um grande carry trade. Quais são os bens que lastreiam esse carry trade? O medo dos credores da execução. Todo mundo receia a execução, porque se alguém resgata seus ativos, outros também vão querer por a mão em ativos reais.
A riqueza do Brasil — mesmo em seu comércio e sua produção — depende do capital que passa pelo carry trade, que na verdade é um carry trade controlado pela Inglaterra, internacionalmente dirigido até agora, por Lord Rothschild. O mesmo Rothschild que, com sua benção pessoal, nos deu de presente o governador da Califórnia. A mesma família Rothschild que controlou em seu favor as ações de Napoleão, até que se livraram dele.
O carry trade se baseia em nada — essencialmente em nada. E agora, o carry trade está afundando. O atual sistema financeiro internacional está agonizando. Na hora em que alguém deixe de acreditar no carry trade, tudo desmoronará numa reação em cadeia. É idiotice querer acreditar que o cadáver não está morto, ou seja, ficar levando o cadáver de um lado para outro.
“Carry trade” significa tomar dinheiro emprestado em um país a juros baixos, aplicar numa região que pague juros mais altos, pegar o lucro e aplicá-lo em outro país.
Devemos examiná-lo fisicamente. O mundo atualmente não está produzindo os bens necessários para manter a população e a economia mundiais. A parte que está garantida pelo valor real, o valor produtivo, está encolhendo, enquanto o débito está aumentando em ritmo astronômico, para saldar as promissórias que são emitidas lá fora para cobrir novos empréstimos, usados para saldar débitos atrasados.
Essa realidade simples, descrita por LaRouche, é negada com veemência pela mídia internacional, que está comprometida com a tola versão de fingir que somente existe “uma crise de pagamentos grega que está afetando a zona do euro”.
Mesmo uma rápida análise nos débitos pode mostrar que, entre os países que a mídia inglesa gosta de chamar de PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), a Grécia tem menos de 10% na participação do débito total — público e privado — dos PIIGS, que está em fantásticos 3,4 trilhões de dólares.
Nenhum desses países pode saldar tais dívidas empurradas neles pelos bancos: nem a Grécia, nem a Irlanda (710 bilhões de dólares) e principalmente a falida Espanha (944 bilhões de dólares). O próprio Reino Unido provavelmente é o mais falido de todos, com uma gigantesca bolha imobiliária e uma indústria de base entrando em colapso. Como o "Guardian" de Londres, reportava em 18 de fevereiro de 2010: “A Inglaterra possui um déficit relativamente alto e sua baixa taxa de crescimento aliada a inflação em alta estão levando alguns especularem que ela pode ser o próximo pais a alarmar os mercados globais”. (...) O pior disso tudo são as bolhas imobiliárias secundárias, criadas por Londres e aplicadas pelo Banco Santander na Espanha aliado ao “Grosvenor Properties of London” dirigido pelo primo da rainha, o sexto duque de Westminster, Gerald Grosvenor. (...)
Em toda Europa esse programa está sendo posto em prática há pelo menos cinco anos, lidando com quantias inimagináveis, mas que certamente são maiores que o débito da própria bolha. Assim, se a dívida de 3, 4 trilhões de dólares, sozinha, é impagável, das bolhas secundárias nem se fala. Mas, mesmo assim, Londres requer austeridade e sacrifício humano para manter seu esquema Ponzi em ação.
O carry trade arruinando o Brasil
E qual é a fonte nominal de divisas necessária para manter viva a ilusão dos mágicos? O carry trade brasileiro.
Em recentes anos passados, os bancos internacionais, como o banco Santander gerenciado pelos ingleses, tomaram emprestados bilhões de dólares do Banco Central Europeu, ou do FED (USA Federal Reserve) a baixíssimos juros de 1% ao ano. Então, transportaram esses fundos (carry) para lugares como o Brasil, onde são transformados em letras do tesouro nacional em reais, remunerados pela mais alta taxa de juros no mundo, em média 16% ao ano, nos sete anos em que o Brasil foi governado por Lula (desde 2003).
A conseqüência disso é que o total de juros pagos pelo Brasil, nesta década a partir de 2000, para os compradores de bônus tanto nacionais como internacionais, atingiu a inacreditável cifra de 1.564 trilhões de reais (só juros — um valor de 870 bilhões de reais, se atualizados ao câmbio atual) quase três vezes maior que o valor da dívida original que em 2000 era de 563 bilhões de reais.
Qual é a mágica que o Brasil faz para manter tais remunerações? Na maior parte, captando mais capital para investir em mais bônus, que serão transformados depois em dívida — o clássico esquema Ponzi. Como conseqüência disso, a dívida pública do Brasil cresceu de 563 bilhões de reais em 2000 para 1,35 trilhões de reais em 2009, ou seja 782 bilhões de reais de novas dívidas.
De fato, essas novas dívidas perfazem exatamente a metade dos 1,564 trilhões de reais de juros pagos. A outra metade vem do esfolamento dos brasileiros (190 milhões de pessoas) cujo consumo doméstico foi drasticamente reduzido em detrimento às exportações para conseguir caixa para pagar o débito. Como o Brasil consegue continuar atraindo tais volumes de capital estrangeiro? Em parte, oferecendo exorbitantes taxas de juros. Mas também, garantindo a valorização do real frente ao dólar, que assegura aos especuladores estrangeiros uma adicional margem em suas contas. Realmente, o dólar se valorizou em cada ano que Lula foi presidente, com exceção de 2008, quando houve a crise mundial.
Como conseqüência disso, a media de retorno do carry trade estrangeiro no governo de Lula, foi de assombrosos 24% ao ano. Nos seus seis anos sob o controle de Londres, o equivalente a 859 bilhões de dólares (ou cerca de 123 bilhões de dólares por ano) foram rapinados da economia brasileira e de seu povo.
Porém, como acontece com todos os esquemas Ponzi, no momento em que a escalada do fluxo pára, todo o castelo de cartas desaba, e a ilusão dos mágicos mostra sua verdadeira face: fumaça, espelho e genocídio.
Pairando sobre o topo do lucrativo carry trade brasileiro está uma casa bancária que é o principal banco do Império Britânico, desde o tempo de Napoleão: a Casa Rothschild. Ao se analisar superficialmente as operações dos Rothschild no Brasil, imediatamente se depara com a operação do Império Britânico chamada BRIC, colocando o Brasil como falso líder com objetivo de destruir a Rússia, China e Índia.
O relacionamento dos Rothschild com o Brasil é tão profundo que no site da família Rotschild há uma página dedicada ao Brasil, a única nação a merecer tal honra. Eles se gabam que a “ligação entre NM Rothschild & Sons e a nação brasileira vem desde a própria fundação do banco”, na primeira década do século 19.
O Brasil declarou sua independência da Portugal em 1822, mas não se tornou uma república: foi governado como império até 1889. Durante isso, NM Rothschild foi o principal banqueiro do Brasil, um império baseado na posse de escravos até 1888, somente um ano antes da sua queda.
Existiam pessoas, entre os que fundaram a república, que queriam aplicar aqui o sistema americano de economia de Alexander Hamilton, mas seus planos de industrializar o Brasil logo foram destruídos. Como o próprio arquivo dos Rothschild explica secamente: apesar de terem sido pegos de surpresa pela proclamação da república em 1889, “eles rapidamente se ajustaram à situação ... O novo governo republicano manteve suas obrigações da dívida com os Rothschild”, que continuaram como banqueiros europeus para o governo brasileiro, “ajudando” a criar o novo banco central e o Banco do Brasil.
Nesta década, o processo ganhou velocidade. Na corrida eleitoral de 2002, o capital começou abandonar o país, devido ao medo que o governo de Lula transformasse a economia em um caos Jacobino, e até mesmo rompesse com os bancos. O receio de Londres aumentou em junho de 2002, com a visita ao país de Lyndon e Helga LaRouche, quando o sr. LaRouche se transformou em cidadão honorário de São Paulo. Nessa cidade promoveu várias conferências mostrando a necessidade de se abandonar o falido sistema financeiro internacional.
Londres também se esforçou para ganhar o Brasil. O banco Santander manteve suas linhas de crédito abertas para o Brasil; e Mario Garnero, o empresário que Lord Jacob Rothschild chama de “meu quarto filho” organizou uma viagem para os Estados Unidos para o alto escalão do PT, encarregado da campanha de Lula, onde tiveram uma agenda carregada, com reuniões inclusive em Wall Street e na Casa Branca com Bush.
O recado está dado: “Lula é o NOSSO homem do ano”
O que significa “nosso”? Garnero opera desde 1975 fora da empresa que fundou e dirige até hoje, o Grupo Brasilinvest, que foi o pioneiro nas privatizações e na globalização da economia brasileira. O Brasilinvest, que se descreve como o primeiro banco mercantil brasileiro, engloba a ralé que surgiu no topo do sistema financeiro anglo-veneziano, com acionistas e dirigentes como o filho de Jacob Rothschild, Nat, o Banco Santander; o infame banco HSBC, cm sua herança da guerra do ópio; o mais antigo banco do mundo, o Banca Monte dei Paschi di Siena, da Itália; a FIAT, da família Agnelli; o sócio de Soros, Carlo de Benedetti, presidente da Companie Industriali Riunite (CIR) e o Generale Bank, da Bélgica, com sua herança de terror praticada no Congo.
Em uma reportagem bajulatória, feita pela revista IstoÉ em 26/05/04, são descritas as armadilhas imperiais e as discussões que aconteceram na perdulária conferência anual do Conselho Internacional do Brasilinvest, ocorrida em Londres, sob a direção do próprio velho Jacob Rothschild e tendo como principal conferencista George H.W. Bush.
Foi nela que Jacob chamou Garnero de “seu quarto filho” e que o príncipe Andrew anunciou que o Brasil seria peça chave “tendo um papel estratégico na implantação de novas relações internacionais de comércio”, com Garnero atuando como um embaixador informal do Reino Unido. Andrew elogiou Garnero como um exemplo “de como o Brasil pode liderar para aproximar ainda mais as relações comerciais entre o Ocidente e os novos mercados do Oriente.”
Nessa “conferência” ainda participaram e ainda são membros da diretoria do Brasilinvest, dois empresários que também são peças chave da operação BRIC dos Rothschild: o rei do alumínio da Rússia e amigão de Nat, Oleg Deripaska, e o marajá imobiliário chinês e empresário, David Tang, da DWC Tang Development.
O lacaio dos Rothschild, Garnero foi quem apresentou Lula a Deripaska. Foi ele também que, antes da primeira viagem de Lula como presidente à China, trouxe uma delegação com a diretoria do fundo de investimentos do governo chinês — CITIC — para um encontro em Brasília com Lula, sete ministros e outros funcionários do alto escalão do governo brasileiro.
Em seus sete anos de governo, Lula tem sido um joguete nas mãos dos mágicos britânicos — como a espoliação do carry trade atesta em frias cifras. Portanto, não é surpresa sua indicação por todos para “Homem do Ano”, desde o fórum internacional de mega empresários de Davos, passando pelo jornal francês “Le Monde”, até ao Royal Institute for International Affair, controlado pela Inglaterra.
Porém, não existem premiações, cortinas de fumaça ou espelhos que possam perpetuar a ilusão do carry trade. Como em todos os esquemas tipo Ponzi, através da história, ela vai desaparecer como fumaça de mágicos. A pergunta que fica é: será que ela também vai levar consigo toda a população do planeta?
Dennis Small and
Gretchen Small são Jornalistas.
Artigo originalmente publicado na Revista EIR - 05/03/2010.
Tradução. L Valentin
Artigo originalmente publicado na Revista EIR - 05/03/2010.
Tradução. L Valentin
Fonte: Alerta Total
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