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Leitor assíduo da coluna escrita pelo jornalista Claudio Humberto, chamou-me a atenção um texto escrito por outro leitor. Em sua "bronca", o cidadão reclamava não ter conseguido adquirir um exemplar da revista ISTO É desta semana. Em todos as bancas foi informado de que "um senhor comprou todos os exemplares".
Curioso, fui buscar a edição "on line" da publicação para verificar o que seria de tanto interesse ao público de Brasília/DF e me deparei com uma reportagem sobre um dos representantes do povo brasiliense no Senado Federal. Trata-se do senhor Jorge Afonso Argelo, vulgo "Gim Argelo", que recentemente teria declarado a alguns outros companheiros congressistas: “Alcancei meu primeiro bilhão de reais”.
Como destaca o texto de Sérgio Pardellas e Hugo Marques, "a capital federal não possui indústrias, grandes multinacionais nem de longe é o coração econômico do País". Mas algumas pessoas conseguem fazer fortuna de maneira milagrosa.
Deputado distrital por duas legislaturas (1999-2003, pelo PFL-DF; e 2003-2007, pelo PMDB-DF), ele presidiu a Câmara Legislativa do DF nos biênios 2001-2002 e 2003-2004. Gim Argelo assumiu o mandato de senador como suplente de Joaquim Roriz, que renunciou.
A reportagem da ISTO É revela acusações de mau comportamento do congressista desde seu tempo de deputado distrital. Dentre estas, uma de envolvimento num esquema de mudança de destinação de lotes de pouco valor, em áreas rurais do Distrito Federal, que são valorizados em função da nova destinação (formação de condomínios residenciais). A legalização de condomínios ilegais também faria parte dos negócios escusos negociados na Câmara Legislativa do DF, nos quais o atual senador estaria envolvido. Essa é a acusação citada pela revista, feita pela empresária Rosa Lia Fenelon, que teria cedido cem lotes do Condomínio Pousada das Andorinhas a parentes e assessores do político em troca da legalização do parcelamento da área.
Uma busca rápida no sitio Transparência Brasil nos informa que o digno representante do DF no Senado Federal possui, no mínimo, três ocorrências judiciais em andamento:
— STF Inquérito nº 2724/2008 — Apropriação indébita, peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro (sob segredo de Justiça).
— TJ-DF Comarca de Brasília - Improbidade Administrativa - nº 2005.01.1.094961-2 — É processado em ação civil movida pelo Ministério Público. O montante da ação é de R$ 746.785,75;
— TC-DF Processo nº 1917/2003 — Multado em R$ 29.000,00 em virtude de indícios de antieconomicidade em contrato para locação de equipamentos de informática, firmado pela Câmara Legislativa em 2002, quando era presidente da Casa.
Alguns outros fatos citados na imprensa também são lembrados pelo Transparência Brasil a respeito do político brasiliense:
— O Tribunal de Contas do Distrito Federal apontou possibilidade de fraude na comprovação de despesas de Argello para receber verba indenizatória. Deputado distrital na época, ele teria apresentado notas fiscais sequenciais referentes à compra de combustíveis (Correio Braziliense, 23.nov.2007).
— Quando deputado distrital, apresentou e aprovou propostas de alteração do plano diretor de Brasília e de transformação de terras públicas em privadas que teriam beneficiado aliados e amigos (Correio Braziliense, 9.jul.2007; Gazeta do Povo, 16.jul.2007).
— É investigado pelo Ministério Público por suspeita de corrupção, grilagem e improbidade administrativa; o Ministério Público do Distrito Federal e a Polícia Civil investigam a suspeita de que Argello teria recebido R$ 500 mil dos R$ 2,2 milhões sacados com um cheque do empresário Nenê Constantino, dono da Gol, ao ex-governador do DF Joaquim Roriz, o qual renunciou a seu mandato no Senado devido à acusação (O Estado de S. Paulo, 7.jul.2007).
— Teria repassado a concessão de uma rádio de Taguatinga a um grupo estrangeiro em 2004 (Gazeta do Povo, 15.jul.2007).
— Não declarou à Receita a origem de depósitos feitos em sua conta que somam R$1,39 milhão; há um processo por crime contra o sistema financeiro tramitando no Tribunal Regional Federal contra ele (Folha de S. Paulo, 11.jul.2007).
— A Justiça vê indícios de sua participação no esquema de desvio de verbas do BRB desbaratado pela Operação Aquarela da Polícia Federal (Folha de S. Paulo, 10.jul.2007).
Esta é uma mostra do tipo de candidatos que nos são impostos pelas quadrilhas, ops, partidos políticos, a fim de simular que vivemos em uma democracia.
Sem opções decentes, ficamos à mercê de tipos como esse. Eis aí o motivo do verdadeiro pavor que toma conta da Casa de Tolerância, também denominada Congresso Nacional, ante o Projeto de Lei de iniciativa popular exigindo que candidatos a cargos políticos tenham "Ficha Limpa".
Apesar de contar com mais de um milhão e meio de assinaturas, o projeto foi "engavetado" pelo presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB/SP).
Será que essa reportagem sobre o senador do PTB — que depois do escândalo do mensalão do DEM, seria um forte candidato ao governo do Distrito Federal em 2010 — teria sido o motivo do sumiço da edição da revista ISTO É das bancas?
Será mais um indício de que a ditadura do salafrariado tomou conta do país?
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Leitor assíduo da coluna escrita pelo jornalista Claudio Humberto, chamou-me a atenção um texto escrito por outro leitor. Em sua "bronca", o cidadão reclamava não ter conseguido adquirir um exemplar da revista ISTO É desta semana. Em todos as bancas foi informado de que "um senhor comprou todos os exemplares".
Curioso, fui buscar a edição "on line" da publicação para verificar o que seria de tanto interesse ao público de Brasília/DF e me deparei com uma reportagem sobre um dos representantes do povo brasiliense no Senado Federal. Trata-se do senhor Jorge Afonso Argelo, vulgo "Gim Argelo", que recentemente teria declarado a alguns outros companheiros congressistas: “Alcancei meu primeiro bilhão de reais”.
Como destaca o texto de Sérgio Pardellas e Hugo Marques, "a capital federal não possui indústrias, grandes multinacionais nem de longe é o coração econômico do País". Mas algumas pessoas conseguem fazer fortuna de maneira milagrosa.
A reportagem da ISTO É revela acusações de mau comportamento do congressista desde seu tempo de deputado distrital. Dentre estas, uma de envolvimento num esquema de mudança de destinação de lotes de pouco valor, em áreas rurais do Distrito Federal, que são valorizados em função da nova destinação (formação de condomínios residenciais). A legalização de condomínios ilegais também faria parte dos negócios escusos negociados na Câmara Legislativa do DF, nos quais o atual senador estaria envolvido. Essa é a acusação citada pela revista, feita pela empresária Rosa Lia Fenelon, que teria cedido cem lotes do Condomínio Pousada das Andorinhas a parentes e assessores do político em troca da legalização do parcelamento da área.
Uma busca rápida no sitio Transparência Brasil nos informa que o digno representante do DF no Senado Federal possui, no mínimo, três ocorrências judiciais em andamento:
— STF Inquérito nº 2724/2008 — Apropriação indébita, peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro (sob segredo de Justiça).
— TJ-DF Comarca de Brasília - Improbidade Administrativa - nº 2005.01.1.094961-2 — É processado em ação civil movida pelo Ministério Público. O montante da ação é de R$ 746.785,75;
— TC-DF Processo nº 1917/2003 — Multado em R$ 29.000,00 em virtude de indícios de antieconomicidade em contrato para locação de equipamentos de informática, firmado pela Câmara Legislativa em 2002, quando era presidente da Casa.
Alguns outros fatos citados na imprensa também são lembrados pelo Transparência Brasil a respeito do político brasiliense:
— O Tribunal de Contas do Distrito Federal apontou possibilidade de fraude na comprovação de despesas de Argello para receber verba indenizatória. Deputado distrital na época, ele teria apresentado notas fiscais sequenciais referentes à compra de combustíveis (Correio Braziliense, 23.nov.2007).
— Quando deputado distrital, apresentou e aprovou propostas de alteração do plano diretor de Brasília e de transformação de terras públicas em privadas que teriam beneficiado aliados e amigos (Correio Braziliense, 9.jul.2007; Gazeta do Povo, 16.jul.2007).
— É investigado pelo Ministério Público por suspeita de corrupção, grilagem e improbidade administrativa; o Ministério Público do Distrito Federal e a Polícia Civil investigam a suspeita de que Argello teria recebido R$ 500 mil dos R$ 2,2 milhões sacados com um cheque do empresário Nenê Constantino, dono da Gol, ao ex-governador do DF Joaquim Roriz, o qual renunciou a seu mandato no Senado devido à acusação (O Estado de S. Paulo, 7.jul.2007).
— Teria repassado a concessão de uma rádio de Taguatinga a um grupo estrangeiro em 2004 (Gazeta do Povo, 15.jul.2007).
— Não declarou à Receita a origem de depósitos feitos em sua conta que somam R$1,39 milhão; há um processo por crime contra o sistema financeiro tramitando no Tribunal Regional Federal contra ele (Folha de S. Paulo, 11.jul.2007).
— A Justiça vê indícios de sua participação no esquema de desvio de verbas do BRB desbaratado pela Operação Aquarela da Polícia Federal (Folha de S. Paulo, 10.jul.2007).
Esta é uma mostra do tipo de candidatos que nos são impostos pelas quadrilhas, ops, partidos políticos, a fim de simular que vivemos em uma democracia.
Sem opções decentes, ficamos à mercê de tipos como esse. Eis aí o motivo do verdadeiro pavor que toma conta da Casa de Tolerância, também denominada Congresso Nacional, ante o Projeto de Lei de iniciativa popular exigindo que candidatos a cargos políticos tenham "Ficha Limpa".
Apesar de contar com mais de um milhão e meio de assinaturas, o projeto foi "engavetado" pelo presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB/SP).
Será que essa reportagem sobre o senador do PTB — que depois do escândalo do mensalão do DEM, seria um forte candidato ao governo do Distrito Federal em 2010 — teria sido o motivo do sumiço da edição da revista ISTO É das bancas?
Será mais um indício de que a ditadura do salafrariado tomou conta do país?
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Quando o Partido Alfa for Poder, eles podem emplacar os afiliados que quiserem, em tantos orgãos quantos quiserem. A liberação de verbas não dependerá deles, os corruptos. Nem vamos depender de "apoio" do PMDB. Alias, o PMDB não é um partido politico, é a maior quadrilha do crime organizado, metade está no poder e outra metade está na oposição, para não ficar mal com ninguem. Inclusive ele, o ético adepto de São Francisco, senador Pedro Simon.
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