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Num país como o nosso, onde um escândalo nasce a cada novo raiar do sol, as coisas podem assumir tal grau de surrealismo que para um observador desatento a impressão causada é semelhante a ser catapultado para um universo paralelo onde, conceitos subjetivos e noções distorcidas da realidade, são o senso comum e a base de toda a razão.
O caso do “Gato Billy”, alçado a categoria de beneficiário do Bolsa Família por seu dono o coordenador do programa no município de Antônio João/MS, é especialmente emblemático por mostrar em toda clareza e majestade a mais profunda verdade sobre a corrupção: Quando não há valores morais e caráter presente, não há meios que sejam capazes de evitar a roubalheira da corrupção.
Mesmo com os controles adotados pelo sistema do Bolsa Família, que incluem visitas as casas dos cadastrados e acompanhamento escolar e de saúde, o corrupto e o mau caráter sempre acharão serem capazes de burlá-los. Ainda mais se o corrupto e mau caráter do caso for o próprio coordenador ou alguém ligado à fiscalização do sistema. O descaso e a certeza da impunidade são tão grandes nesses espertalhões, que a necessidade de forjarem-se dados de pessoas, vivas ou mortas, para pôr em prática seus planos nem mais é um complicador.
Acalentados pelas decisões frouxas protagonizadas pelo Judiciário (que ultimamente virou o abrigo e o porto seguro dos corruptos), pela incrível morosidade das apurações e inquéritos e a quase total ausência de punições e de recuperação dos valores desviados, esses espertalhões agora passam a forjar dados grosseiramente e a desprezar qualquer possibilidade de serem apanhados em seus deslizes. E, mesmo que o sejam, sabem que ainda encontrarão alento e promoção social entre seus pares e sua comunidade. Serão tidos como “espertos”, “sabidos”, “malandros” e até poderão chegar ao tão cobiçado momento de serem chamados de “excelências”.
Tais atos e suas possíveis conseqüências podem ser claramente percebidos através das declarações do coordenador após ter sido apanhado no ilícito: “Estava passando por necessidades financeiras. Então, se colocasse o nome lá, R$ 20 (valor pago por mês) a mais me ajudaria. Meu salário era baixo (R$500,00). (…) Foi um momento de fraqueza. Jamais deveria ter feito isso, mas infelizmente não sei explicar pra ninguém o motivo de ter feito isso”. O interessante, é que a menção ao gato é apenas um dos ilícitos, já que ele ainda inscreveu dois filhos que nunca teve no benefício. Ora, caros leitores, o arrependimento é claramente pelo fato de ter sido apanhado e não pelo roubo que praticava. Afinal de contas, trata-se da eterna visão dos que acreditam que dinheiro público não tem dono.
Mas, se analisarmos o desfecho surreal do caso; poderemos compreender em sua totalidade o que motivou o corrupto dono do Gato Billy a incluí-lo despreocupadamente no programa do Bolsa Família. Ao invés de ser severamente punido e encaminhado à prisão; esse “cidadão” foi premiado pela classe política do Mato Grosso do Sul com um cargo do “assessor parlamentar”, onde ganhará “um pouco mais” e terá acesso a valores ainda maiores do que os meros vinte reais pagos ao Gato Billy. Sua declaração ao comentar esse fato, fala por si e depõe sobre o “caráter irrepreensível” e a “boa índole” que esse senhor tem: “Vou ser assessor parlamentar de um vereador, o salário será “um pouquinho” maior do que o anterior, mas a jornada de trabalho, bem menor. “Trabalhava oito horas e lá vou trabalhar quatro.”
Pois é, leitores, o corrupto é pego em flagrante, é promovido e ainda ganha um aumento de salário e redução na jornada de trabalho. Assim, certamente, poderá passar mais tempo com seu inseparável Gato Billy ao qual tanto ama.
Ah! Um detalhe: O Gato Billy já não está entre os vivos faz tempo.
Você ainda está se perguntando onde estão os otários do título?
Pense nisso.
Mesmo com os controles adotados pelo sistema do Bolsa Família, que incluem visitas as casas dos cadastrados e acompanhamento escolar e de saúde, o corrupto e o mau caráter sempre acharão serem capazes de burlá-los. Ainda mais se o corrupto e mau caráter do caso for o próprio coordenador ou alguém ligado à fiscalização do sistema. O descaso e a certeza da impunidade são tão grandes nesses espertalhões, que a necessidade de forjarem-se dados de pessoas, vivas ou mortas, para pôr em prática seus planos nem mais é um complicador.
Tais atos e suas possíveis conseqüências podem ser claramente percebidos através das declarações do coordenador após ter sido apanhado no ilícito: “Estava passando por necessidades financeiras. Então, se colocasse o nome lá, R$ 20 (valor pago por mês) a mais me ajudaria. Meu salário era baixo (R$500,00). (…) Foi um momento de fraqueza. Jamais deveria ter feito isso, mas infelizmente não sei explicar pra ninguém o motivo de ter feito isso”. O interessante, é que a menção ao gato é apenas um dos ilícitos, já que ele ainda inscreveu dois filhos que nunca teve no benefício. Ora, caros leitores, o arrependimento é claramente pelo fato de ter sido apanhado e não pelo roubo que praticava. Afinal de contas, trata-se da eterna visão dos que acreditam que dinheiro público não tem dono.
Pois é, leitores, o corrupto é pego em flagrante, é promovido e ainda ganha um aumento de salário e redução na jornada de trabalho. Assim, certamente, poderá passar mais tempo com seu inseparável Gato Billy ao qual tanto ama.
Ah! Um detalhe: O Gato Billy já não está entre os vivos faz tempo.
Você ainda está se perguntando onde estão os otários do título?
Pense nisso.
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