Gen Bda R1 Valmir Fonseca AZEVEDO Pereira
Um jovem torcedor do São Paulo Futebol Clube está entre a vida e a morte num Hospital de Brasília (faleceu em 11/12/08). Sua desdita à entrada do Estádio “Bezerrão” foi filmada para comprovar uma coleção infindável de erros perpetrados pela desastrosa ação da Polícia Militar do DF, a mais bem remunerada do País. A perseguição que um possesso Policial Militar empreende para deter o jovem é grotesca, animalesca e boçal. Arma em punho, o Agente, em desabalada carreira, persegue o desditado torcedor por um longo trecho.
A arma em riste é apontada todo o tempo para a cabeça do fujão. Depois, a coronhada nas costas e, pasmem o inexplicável (?) estampido.
Aos pasmos, lembramos que para a realização do infeliz disparo, a arma precisava estar alimentada, estava. Precisava estar carregada, estava. Precisava estar destravada, estava.
Sem críticas à Corporação Policial, observamos que ela blindou seu integrante com singular rapidez. Choveram elogios ao Sargento, sem reparos na carreira, com diversos cursos, com experiência, bem capacitado ao exercício de sua profissão (ainda bem) etc.
Em uníssono, a vetusta entidade corporativa pôs-se em guarda. Ao invés de execrar seu incompetente membro, deu-lhe transparente suporte. À ineficiência, denominada de “infeliz ação”. Ao fatídico disparo considerou-se como “artes do oficio” (ou do demônio, como queiram). Enfim, uma lamentável fatalidade.
O graduado, com espantosa presteza, representado por competente advogada que no dia seguinte em noticiário televisivo do horário nobre saiu em sua defesa, e, em conseqüência, foi imediatamente solto (ainda está). A Corporação, ciosa com o seu bem-estar apressou-se em proporcionar-lhe intenso suporte psicológico, uma vez que o pobre coitado está com os nervos em frangalhos.
Assim, assistimos a uma tenebrosa e inesquecível tragédia. De acordo com a Polícia Militar, o Sargento é tão vitima quanto o desastrado torcedor que fugiu desavergonhadamente.
Pobre Sargento.
Enquanto isso...
O Tenente do Exército, Vinícius Ghidetti que entregou os três marginais de uma favela do Morro da Providência aos seus oponentes de outra, alguns meses atrás, após ser linchado pela mídia e execrado pela opinião pública foi e continua encarcerado.
Lembramos que o Oficial, jovem e inexperiente, cumpria no Morro, ao contrário do infausto Sargento, com muitos anos de experiência, uma missão que não lhe era precípua. Atendia, equivocadamente, uma missão claramente policial.
Quanto ao Exército, sem a presteza da Polícia Militar, quase em surdina, sem alarde para não ofender a ninguém (Esclarecimento ao Público Interno nº 006 — de 08 de julho de 2008, do Chefe do CComSEx), com tímidos e envergonhados gestos acenou estar prestando ao jovem Oficial, algum tipo de apoio.
Muitos consideram sensata a atitude da Força Terrestre, inibida pela onda de estudada indignação que tomou conta das nossas Autoridades Governamentais (aqui vai um especial e sonoro “Hurra" para as Organizações e Secretarias de Direitos Humanos), a começar pelo 1º Mandatário. Multiplicaram-se os pedidos de desculpas às mães dos infelizes, inclusive da parte do espaçoso e magnânimo Ministro da Justiça, disposto a minimizar um "lamentável" deslize de uma das Forças Singulares a ele subordinadas, tudo coberto à larga por copiosa imprensa. Conforme comprovado, posteriormente, aquelas chorosas e indignadas senhoras eram detentoras de vasta folha policial.
Ao Tenente, sem desculpá-lo, pois cometeu um tremendo erro no exercício de sua missão, e como Comandante cabe-lhe a responsabilidade por seus atos, contudo, prestamos-lhe o nosso apoio e a nossa solidariedade.
Da mesma forma, como apoiamos os militares acusados de torturadores, sem culpá-los, pois sabemos que não torturaram e cumpriam a Missão Constitucional de preservar a Lei e a Ordem, e foram incluídos no "índex" da esquerda revanchista, simplesmente, por que tiveram alguma participação no combate ao terrorismo.
Ao que tudo indica, o Exército Brasileiro, quando se trata de defender seus integrantes, morre de vergonha!
Brasília, DF, 11 de dezembro de 2008
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