segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A Barbárie Filmada

por Janer Cristaldo
Em setembro passado, eu escrevia: "Ora, a prática do infanticídio — e mesmo o sepultamento com vida de crianças — já foi detectada em pelo menos treze etnias no Brasil, como os ianomâmis, os tapirapés e os madihas. Só os ianomâmis, em 2004, mataram 98 crianças. Os kamaiurás matam entre 20 e 30 por ano. E tudo isto sob os olhares complacentes da Funai, que considera que os brancos não devem interferir nas culturas indígenas. Mesmo entre os sacerdotes católicos que vociferam contra o aborto, não encontramos um só que denuncie estes assassinatos. Muito menos supostos humanistas da organização Human Rights Watch (HRW) se escandalizam com tais práticas".
A denúncia não é minha, bem entendido. Há horas estes fatos vêm sendo divulgados na imprensa nacional. Divulgados discretamente, é verdade, e sem que as autoridades nacionais tomem qualquer providência. FUNAI, ONGs defensoras de indígenas e mesmo setores da Igreja Católica defendem a prática do infanticídio, em nome das tradições culturais dos bugres.
As primeiras denúncias desta e de outras violências dos ianomâmis foram feitas no livro Yanomamö: The Fierce People, (CBS College Publishing, New York, NY, 1983), do antropólogo americano Napoleon Chagnon. Em seu ensaio, Chagnon, que viveu 60 meses em aldeias ianomâmis na Venezuela, nos mostra um agrupamento de indivíduos no qual a violência física, o assassinato e mesmo o infanticídio fazem parte do cotidiano. A criança não desejada é morta após o parto. As mulheres são continuamente espancadas e mesmo cortadas com facões e machados e inclusive recebem flechadas em áreas não vitais, como as nádegas ou pernas. Isso quando não são assassinadas. O autor nos narra o diálogo entre duas mulheres, que discutem suas cicatrizes no couro cabeludo. Uma considera que o marido da outra deve gostar muito dela, já que a espanca tão freqüentemente. Por esta heresia, Chagnon foi praticamente banido do mundo da antropologia.
Reproduzi estas denúncias em Ianoblefe, 2000, edição eletrônica que pode ser baixada em E-Books Brasil. Um leitor me envia este filme brutal — Youtube —, que documenta estes atos bárbaros cometidos pelos anjinhos defendidos por Cláudia Andujar, Manuela Carneiro da Cunha, Mércio Gomes e tantos outros cúmplices de assassinos.

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