Joênia advogada é fruto da chegada à região da detestável “civilização”, já que é formada em direito pela Universidade Federal de Roraima. Os índios de Raposa Serra do Sol não vivem mais da pesca, a não ser aquela que se faz nas águas turvas e perturbadas da antropologia da reparação. Mandou bala: “A terra indígena não é só a casa onde se mora, é o local onde se caça, onde se pesca, onde se caminha. A terra não é um espaço de agora, mas um espaço para sempre". Nem que tivesse combinado com o ministro Ayres Britto, relator da questão, teria havido tamanha identidade: ele disse que a “terra indígena” é um ente. E exaltou, em nossos silvícolas, que ele chama “aborígines”, a harmonia entre homem e natureza.
Tanto Joênia quanto Britto — além da parcela “indianista” da imprensa — querem nos fazer crer que os ditos índios de Raposa Serra do Sol vivem como... índios. Pois é... Alguns mentem de caso pensado porque obterão benefícios se a farsa prosperar. Outros embarcam numa ilusão porque acreditam estar fazendo, de algum modo, justiça histórica.
O país dá, assim, curso a uma fantasia de resultados desastrosos. Reitero: o país reserva 13% do território nacional a, no máximo, 750 mil índios (0,41% da população) — boa parte já integrada à nossa cultura. E quais são os benefícios dessa política? Por acaso os índios conquistaram algum forma de autonomia econômica? Conseguem viver por seus próprios meios? Não! Mas, ao menos, preserva-se a terra onde estão? Também não. Boa parte delas acaba sendo invadida por madeireiras, garimpeiros e toda sorte de bandoleiros — e com a conivência dos índios.
A visão estupidamente preservacionista acaba por jogar os índios na marginalidade — e se formam, entre eles, como é caso dos cintas-largas, verdadeiras gangues armadas que submetem seus pares a um estado paralelo. Joênia, a esta altura, é tão índia quanto qualquer um de nós. Basta atentar para a sua retórica cheia de jacobinismo reparador.
Ah, mas como encanta, não? Imaginem: de um lado, Francisco Rezek de terno e gravata, representando aqueles brancos detestáveis. De outro, Joênia com o rosto pintado, parecendo uma personagem de alguma farsa de Padre Anchieta — só que, desta feita, os demônios são mesmo os brancos...
Quando você quiser encontrar o paraíso, leitor, já sabe o que fazer: tente um autorização especial para passar alguns dias naquele planeta chamado Raposa Serra do Sol. Gravei o voto do ministro Ayres Britto e estou convencido de que, sem os arrozeiros, não há lá perdão porque não pecado; não há cupidez e lucro porque “não há competição”; não há maldade porque homem e natureza são “unha e carne”; não há ambições desmedidas porque ela é contida, como é mesmo?, pelos aspectos “telúricos” do povo.
À tarde, na GloboNews, vi a entrevista de um índio bigodudo, falando com todos os esses e erres. Estava em Brasília, lá no STF. Levava um cocar na cabeça que mal disfarçada o ornamento de pura teatralidade. Num dado momento, referindo-se a seus companheiros, afirmou que “as bases estavam tranqüilas”. Como? “Base”? Eu conheço esse vocabulário. É próprio da linguagem esquerdopata-sindical, levada para Raposa Serra do Sol pelo Conselho Indigenista Missionário, uma das correntes da Escatologia da Libertação. A propósito: a prova da pureza indígena da reserva é que uma das fortes clivagens locais se dá entre índios católicos e índios evangélicos. Isso não é mesmo "podre de índio"?
Por enquanto, o placar está um a zero para a Fundação Ford, que financia o Conselho Indígena de Roraima, a entidade que representa a minoria dos índios da região e que quer expulsar os produtores rurais que ocupam 0,7% da dita reserva.
Ah, mas como encanta, não? Imaginem: de um lado, Francisco Rezek de terno e gravata, representando aqueles brancos detestáveis. De outro, Joênia com o rosto pintado, parecendo uma personagem de alguma farsa de Padre Anchieta — só que, desta feita, os demônios são mesmo os brancos...
Quando você quiser encontrar o paraíso, leitor, já sabe o que fazer: tente um autorização especial para passar alguns dias naquele planeta chamado Raposa Serra do Sol. Gravei o voto do ministro Ayres Britto e estou convencido de que, sem os arrozeiros, não há lá perdão porque não pecado; não há cupidez e lucro porque “não há competição”; não há maldade porque homem e natureza são “unha e carne”; não há ambições desmedidas porque ela é contida, como é mesmo?, pelos aspectos “telúricos” do povo.
À tarde, na GloboNews, vi a entrevista de um índio bigodudo, falando com todos os esses e erres. Estava em Brasília, lá no STF. Levava um cocar na cabeça que mal disfarçada o ornamento de pura teatralidade. Num dado momento, referindo-se a seus companheiros, afirmou que “as bases estavam tranqüilas”. Como? “Base”? Eu conheço esse vocabulário. É próprio da linguagem esquerdopata-sindical, levada para Raposa Serra do Sol pelo Conselho Indigenista Missionário, uma das correntes da Escatologia da Libertação. A propósito: a prova da pureza indígena da reserva é que uma das fortes clivagens locais se dá entre índios católicos e índios evangélicos. Isso não é mesmo "podre de índio"?
Por enquanto, o placar está um a zero para a Fundação Ford, que financia o Conselho Indígena de Roraima, a entidade que representa a minoria dos índios da região e que quer expulsar os produtores rurais que ocupam 0,7% da dita reserva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Atravanca um palpite aqui: