terça-feira, 1 de julho de 2008

Vítimas do Terrorismo — Mês de Julho

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Neste julho de 2008, reverenciamos a todos os que, em julhos passados, tombaram pela fúria política de terroristas. Os seus algozes, sob a mentira de combater uma ditadura militar, na verdade queriam implantar uma ditadura comunista em nosso país. Para isso, atentaram contra o Brasil e agora lhes negam até mesmo o lenitivo de serem pranteados por nós.
Nestes tempos de esperança, cabe-nos lutar para que recebam isonomia no tratamento que os "arautos" dos direitos humanos dispensam aos seus assassinos, que hoje recebem pensões e indenizações do Estado contra o qual pegaram em armas.
A lembrança deles não nos motiva ao ódio e nem mesmo à contestação aos homens e agremiações alçados ao poder em decorrência de um processo político legítimo. Move-nos, verdadeiramente, o desejo de que a sociedade brasileira lhes faça justiça e resgate aos seus familiares a certeza de que não foram cidadãos de segunda classe, por terem perdido a vida no confronto do qual os seus verdugos, embora derrotados, exibem, na prática, os galardões de uma vitória bastarda, urdida por um revanchismo odioso.
A esses heróis o reconhecimento da Democracia e a garantia da nossa permanente vigilância, para que o sacrifício de suas vidas não tenha sido em vão.
25/07/66 — Edson Régis de Carvalho (Jornalista - PE)
25/07/66 — Nelson Gomes Fernandes (Almirante - PE)
Mortos em decorrência do atentado a bomba no Aeroporto de Guararapes, em Recife, contra o então candidato à Presidência da República, general Costa e Silva.
Além das duas vítimas fatais ficaram feridas 17 pessoas, entre elas o então coronel do Exército Sylvio Ferreira da Silva que, além de fraturas expostas, teve amputados quatro dedos da mão esquerda e Sebastião Tomaz de Aquino, guarda civil que teve a perna direita amputada.
"Um dos executores do atentado, revelado pelas pesquisas e entrevistas de Gorender, é Raimundo Gonçalves de Figueiredo, codinome CHICO, que viria a ser morto pela Polícia Civil, em abril de 1971, já como integrante da VAR-PALMARES". (Nos Porões da Ditadura - de Raymundo Negrão Torres).
01/07/68 — Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen (Major do Exército Alemão)
Morto no Rio de Janeiro onde fazia o Curso da Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Assassinado na rua Engenheiro Duarte, Gávea, confundido com o major boliviano Gary Prado, suposto matador de Che Guevara, que cursava a mesma escola.
Autores: Severino Viana Callou, João Lucas Alves e o agrônomo José Roberto Monteiro, todos da organização terrorista denominada COLINA- Comando de Libertação Nacional.
11/07/69 — Cidelino Palmeiras do Nascimento (Motorista de táxi - RJ)
Morto a tiros quando conduzia em seu carro, policiais que perseguiam terroristas que haviam assaltado o Banco Aliança, agência Muda.
Participaram deste assassinato os terroristas Chael Charles Schreier, Adilson Ferreira da Silva, Fernando Borges de Paula Ferreira, Flávio Roberto de Souza, Reinaldo José de Melo, Sônia Eliane Lafóz e o autor dos disparos Darci Rodrigues, todos pertencentes a organização terrorista VAR-Palmares.
24/07/69 — Aparecido dos Santos Oliveira (Soldado PM - SP)
Neste dia, em ação de "frente", foi assaltado o Banco Bradesco, na rua Turiassu, no Bairro de Perdizes, de onde foram roubados sete milhões de cruzeiros. Participaram da ação:
— Pelo Grupo de Expropriação e Operação: Devanir José de Carvalho, James Allen Luz, Raimundo Gonçalves de Figueiredo, Ney Jansen Ferreira Júnior, José Couto Leal;
— Pelo Grupo do Gaúcho: Plínio Petersen Pereira, Domingos Quintino dos Santos, Chaouky Abara;
— Pela VAR-Palmares: Chael Charles Schreier, Roberto Chagas e Silva, Carmem Monteiro dos Santos Jacomini e Eduardo Leite.
Raimundo Gonçalves Figueiredo baleou o soldado da então Força Pública do Estado de São Paulo, atual PMESP, Aparecido dos Santos Oliveira que, já caído, recebeu mais quatro tiros disparados por Domingos Quintino dos Santos.
15/07/70 — Isidoro Zamboldi (Guarda de segurança - SP)
Ferido pela terrorista Ana Bursztyn durante assalto à loja Mappin.
(O Guarda sobreviveu aos disparos da terrorista, conforme consta no ORVIL-pag 501, nas publicações posteriores à 1ª Edição, em função de entrevista de um dos autores com a suposta vítima)
01/07/71 — Jaime Pereira da Silva (Civil - RJ)
Morto por terroristas, na varanda de sua residência, durante tiroteio entre terroristas e policiais.
Os mortos acima relacionados não dão nomes a logradouros públicos, nem seus parentes receberam indenizações, mas os responsáveis diretos ou indiretos por suas mortes dão nome à escolas, ruas, estradas e suas famílias receberam vultosas indenizações, pagas com o nosso dinheiro.
Texto adaptado de: TERNUMA
COMENTO: por uma questão de justiça, também lembrarei aqui alguns membros de organizações terroristas que foram "justiçados" por seus companheiros de luta. Para isso, mostro o relato do "justiçamento", de Salatiel Teixeira Rolim (o "Chinês"), membro fundador do PCBR, ocorrido em 23 Jul 73. Próximo ao meio do vídeo, podemos ver e ouvir a "justificativa" dada por um criminoso que, infelizmente devido aos assuntos aqui tratados, está sendo citado com mais frequência do que deve. Um patife como esse, indevidamente beneficiado pela lei de anistia (que exclui os praticantes de "crime de sangue") devia ser relegado ao esquecimento!

Há, também, o caso da morte alegadamente acidental de Elizabeth Mazza Nunes, mulher do dirigente da VPR Alípio Antonio Nunes Neto, em junho/julho de 1968, e o sumiço dado ao corpo por Dulce Maia, Pedro Lobo, Onofre Pinto, Eduardo Collen Leite, Bacuri, Yoshitane Fujimori, sem que tivessem a humanidade de avisar a família.

Imagens da Folha de São Paulo, edição de 5 Jul 1998, páginas 18 e 19.
Para "abafar o caso", Alípio Antonio Nunes Neto, o viúvo, foi enviado para Paris, retornando depois ao Brasil, tendo falecido em 2010 no Rio de Janeiro.
Em 1979, após a anistia, outra patifaria para com a família Mazza: um irmão de Elizabeth procurou o advogado José Carlos Dias, da Comissão de Justiça e Paz, uma das principais fontes à época sobre desaparecidos, posteriormente Ministro da Justiça no mandado de FHC, e ouviu outra versão: Elizabeth fora morta por militares na fronteira com o Paraguai, ao tentar sair do país em 1968 ou 1969. A versão mais verossímil do caso pode ser lido em: Profissão Repórter.

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