domingo, 6 de julho de 2008

Ainda a "Operação Xeque-Mate"

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Muita confusão e desinformação vem sendo espalhada pela mídia (jornal, TV’s, internet), após o sucesso inusitado da libertação dos prisioneiros das FARC, dentre os quais a mais cobiçada — Ingrid Betancourt — por sua condição de ex-candidata presidencial da Colômbia e por ter cidadania francesa. Não morro de amores por esta senhora, sobretudo por suas posições políticas em consonância com o eco-esquerdismo mas, a bem da verdade, também não posso aceitar que mentiras sejam divulgadas como se fossem verdades provadas, apenas com o intuito de desmerecer a magnífica atuação do Governo Uribe no combate exitoso ao narcotráfico das FARC, ELN e para-militares ao longo dos seus mandatos.
A semente da desconfiança na lisura desta ação foi plantada e encontrou solo fértil até em pessoas que eu não imaginava viessem a duvidar da integridade do presidente Uribe, bem como dos seus homens fardados. Observei que a reação a este evento foi manifestamente desproporcional à da farsa montada nas anteriores “trocas humanitárias”, aquelas sim, um espetáculo deprimente onde a mentira, o oportunismo sem-vergonha do ditador Chávez e da senadora comunista Piedad Córdoba, além dos próprios libertados, eram patentes mas ninguém viu, ninguém percebeu e a mídia aplaudiu. Um show macabro onde o que estava em jogo eram a elevação do prestígio de Chávez, bastante arruinado depois do fracasso no Referendum de 2 de dezembro passado, e da Córboba, porque aliada de ambos — Chávez e FARC — desejava deslanchar sua postulação à presidência da Colômbia e dar novo fôlego às FARC.
Como se não bastassem as dúvidas sobre a operação (muitas pessoas achando “impossível” a infiltração de militares na guerrilha, que Ingrid parecia ter vindo de um spa, por não terem abatido nenhum terrorista, etc.), hoje cedo os jornais do mundo todo divulgaram uma nota da Rádio Suíça Romande (estatal), sob o título “Ingrid Betancourt: uma libertação comprada?”, onde afirmavam que Uribe havia pago 20 milhões de dólares, doados pelos Estados Unidos, pela libertação dos prisioneiros. A Rede ‘Pravda’ de Televisão (Rede Globo) que não deu a importância devida ao evento do dia 2, noticiou esta farsa através de um correspondente brasileiro, sisudo, com aquele ar soturno de quem diz: “Agora ferramos Uribe!”. Seria patético, se não fosse uma ação calculada pelo esquerdismo internacional.
Para facilitar a compreensão do que de fato está ocorrendo neste episódio, divido-os em itens relativos aos temas.
A OPERAÇÃO DE RESGATE
Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que quem trabalha em serviço de Inteligência (sobretudo Militares) são pessoas muitíssimo preparadas física, emocional e intelectualmente, da mais alta responsabilidade e seriedade, que não agem por impulso, tampouco o fazem esperando o aplauso do público. Suas ações são meticulosamente estudadas, calculadas, sigilosas e obedecem a ordens superiores planejadas estrategicamente. Isto posto, e não se tendo qualquer notícia de fanfarronice ou lapso dos Comandantes Militares e do ministro da Defesa, por que não acreditar quando eles informaram que o resgate fora obra de um trabalho elaborado durante 5 meses, mas dar crédito às sementes da discórdia plantadas pelos companheiros de viagem da mídia?
Na edição anterior eu já havia disposto o vídeo em que o Ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, explica como fora a Operação “Xeque-mate”, além de um documento detalhando todo o processo da operação. Na edição de hoje disponho neste vídeo a alocução detalhada do Comandante das Forças Militares, Freddy Padilla de León, feita durante o encontro ocorrido no Clube Militar, onde o presidente Uribe saúda os libertados, seus familiares e parabeniza os envolvidos na ação.
A equipe toda envolvida na operação era composta de 4 militares como pilotos e tripulação do helicóptero, mais 9 na equipe de resgate na selva, e aproximadamente uns 18 em terra, monitorando e acompanhando todo o processo a partir do momento do deslocamento do helicóptero ao local onde se encontravam os prisioneiros até seu retorno. Toda esta equipe pertence ao serviço de Inteligência do Exército e estava sob as ordens diretas do Gen Padilla — o cérebro de toda a Operação — que praticamente levou a cabo a idéia concebida pelo ministro da Defesa. [Tenho que abrir um parênteses aqui para, envergonhada, comparar com o ministro da Defesa brasileiro, um falsário que opera diligentemente para destruir e humilhar as nossas Forças Armadas].
COMO REAGIRAM OS CONTRÁRIOS À LEI E À ORDEM?
Independente de se gostar ou não das posturas político-ideológicas de Ingrid Betancourt, qualquer pessoa que ama a liberdade ficou feliz com a libertação dos 15 prisioneiros dentre os quais ela era a mais cobiçada. Para mim tanto fazia ser uma ex-candidata presidencial ou um simples fazendeiro, ou ainda uma criança, cujos pais não puderam pagar o resgate exigido pelos terroristas; são todos seres humanos como eu que ainda gozo da liberdade de estar aqui escrevendo, tentando mapear esta situação tão propositalmente embaçada, e que têm o mesmo direito perante Deus e os homens de ser livres. A alegria de vê-los libertados é indizível e emocionante!
Então vejamos: onde estava a saliente Piedad Córdoba, que no espetáculo de Clara, Emanuel e Consuelo aparecia em todas as fotos e eventos como a “grande benemérita” e a estrela principal do evento? Somente hoje, sexta-feira, ela se pronunciou dizendo que se sentia “muito contente” mas que “isto sirva para avançar em um processo de acordo humanitário”. E o terrorista Daniel Ortega, da Nicarágua? Silêncio sepulcral. Em um comunicado, seu chanceler Samuel Santos disse: “Nós estamos contentes de que se vão resolvendo pouco a pouco os problemas, porém a verdadeira solução somente vai-se ver através do diálogo e da negociação”.
Chávez ficou em estado de choque, afinal, o “cachorro do império” deu um xeque-mate em suas ambições de limpar-se perante a Colômbia e o mundo do envolvimento com as FARC mas só à noite, segundo informou, falou com Uribe dizendo-se muito contente. Seu discurso foi igual ao de Lula e Fidel, alegando que “não há mais espaço para alcançar o poder através das armas, dos fuzis”, e acrescentou que era necessário organizar um comitê de negociações entre os países da região para alcançar a paz.
Lula, por sua vez, disse: “Eu acho que (as FARC) precisam ter um fim. Aqui na América do Sul e na América Latina não existe nenhuma razão para alguém querer chegar ao poder pela via armada, porque a democracia reina nesse continente. Todas as forças políticas disputam e se organizam em partidos políticos. Eu acho que é uma coisa do passado esse negócio de achar que a via armada é solução para alguma coisa, sobretudo em regime de liberdade”. E prosseguindo em sua verborragia demagógica, sempre com um “eu acho”, disse que achava “abominável alguém manter pessoas seqüestradas por uma hora, quanto mais por seis ou sete anos”. Mas não foi isto que ele “achou” em relação ao caso do empresário Abílio Diniz, quando foi visitar e dar seu apoio aos seqüestradores e não à vítima!
O que ficou implícito nisso tudo? Ao contrário do mal disfarçado repúdio, todos, sem exceção, começaram uma campanha velada em prol das FARC: 
1. repetindo que é necessário dar continuidade aos “acordos humanitários”
2. que a via democrática é a única viável atualmente (seguindo a cartilha de Gramsci), para 
3. que o mundo aceite, posteriormente, as FARC participarem do processo político como um partido legalizado. Eles não querem o “fim” das FARC mas legalizá-la perante o mundo, pois só desta maneira as atividades ilícitas podem ter continuidade sem chamar atenção, parodiando o que Lula disse referindo-se ao Foro de São Paulo.
A PASSIVIDADE DOS MILITARES PERANTE OS TERRORISTAS DAS FARC
Muita gente se perguntou, duvidando da veracidade da operação, por que os Militares não eliminaram os terroristas no momento do resgate? No longo convívio com Militares uma coisa sempre ficou muito clara para mim: o respeito pela vida humana — seja de quem for — que deve ser preservada a qualquer custo. Lembrem-se de que no confronto ao acampamento em que morreu Raúl Reyes, eles carregaram cuidadosamente em macas aqueles que ficaram feridos, pois o objetivo é julgá-los para que eles possam pagar, dentro da Lei, por seus crimes. Se ocorrerem mortes que sejam em combate, quando a outra parte resistir à solicitação para se entregar. Isto é claríssimo e penso que é o justo e correto; quem mata a troco de nada, só por ver o outro como inimigo, são marginais, assassinos, terroristas; esta não é a praxis Militar.
Na “Operação Xeque-mate” o objetivo era resgatar os reféns com vida e o menor vacilo fora daquilo para o qual foram treinados poderia ser fatal. Tanto é assim, que um dos militares percebeu que o Comandante “Cesar” estava com uma pistola e, em sua representação de “humanista” de uma ONG solicitou que este lha entregasse para evitar problemas de constrangimento para a equipe, ao qual este cedeu. Com este elemento armado dentro do helicóptero as coisas poderiam fugir do controle e a equipe poderia não ter concluído o trabalho com a precisão com que se deu — toda a operação em 25 minutos.
Para quem duvidou que os dois comandantes das FARC foram presos na operação, o Exército os apresentou à imprensa: Gerardo Antonio Aguilar, codinome “Cesar”, há 10 anos nas FARC era o comandante da Frente Primeira que operava nos estados de Guaviare e Vichada e substituiu o “Negro Acacio”. E Alexander Farfán Suarez, codinome “Enrique Gafas”, segundo no comando da Frente Primeira das FARC, era a pessoa encarregada da segurança e cuidado direto de um dos grupos de prisioneiros. 
[Cesar+e+Enrique.jpg]Quando eu estava fechando esta edição o site do Ministério da Defesa disponibilizou dois vídeos que — assim espero — vão terminar com esta elucubração de farsa numa das operações mais bem sucedidas de todos os tempos na história Militar e de Inteligência da Colômbia. Antes, porém, repito aqui as palavras do Comandante Geral das Forças Militares, Gen Padilla de León, negando o pagamento de 20 milhões de dólares às FARC, bem como da participação do general israelense Israel Ziv. Segundo o Gen Padilla, posso jurar por minha palavra de honra como Comandante que para mim teria sido mais benéfico que “Cesar” tivesse recebido 20 milhões, e que teria sido mais demolidor ao interior das FARC se isso fosse um incentivo.
Neste vídeo, filmado por um “jornalista” da pseudo ONG, pode-se ver o momento em que os prisioneiros caminham para o helicóptero, quando “Cesar” é desarmado, e o momento de emoção e euforia quando os resgatados são informados de que estão à caminho da liberdade. Para os que acharam Ingrid muito alegre e descontraída, vejam a reação dos primeiros momentos do contato com a nova situação. Eu sei o que é isto e posso afirmar: foi real e muito, muito emocionante! E neste outro, o passo-a-passo da operação de resgate.
CONCLUSÃO
Para mim algumas coisas ficaram muito claras nestes últimos acontecimentos, me reportando ao início do ano com aquelas teatralidades dos “acordos humanitários”, as mortes dos principais cabeças das FARC, as descobertas feitas nos computadores de Raúl Reyes e finalmente o sucesso da “Operação Xeque-mate”. Em primeiro lugar, é evidente o desmoronamento deste bando terrorista — com a graça de Deus! —, em razão da firmeza e persistência do presidente Uribe, assessorado por competentes militares e ministro da Defesa, fazendo aquilo que deve ser feito sem dar ouvidos aos achismos dos oportunistas de plantão. Em conseqüência, isto também atingiu e enfraqueceu o Foro de São Paulo, do qual as FARC são membros — já não tão ativamente participantes em decorrência da repressão —, e seus principais líderes estão percebendo que não há mais como tapar o sol com a peneira, daí a mudança de discurso. Em janeiro Chávez pedia que as FARC fossem consideradas um “grupo beligerante” e não terroristas; com a morte de Raúl Reyes, fez um minuto de silêncio na Assembleia Nacional mas, há poucas semanas, muda o discurso e pede que eles deponham as armas e entreguem os reféns. Lula o acompanha, Fidel diz que o “erro” das FARC são os seqüestros desumanos, enfim, todos querem manter-se afastados dessa “lepra” para salvar a própria pele e, ao mesmo tempo, salvar o Foro de São Paulo.
O presidente Uribe é antes de tudo um político; dizem que tem gênio tão forte quanto pulso firme e está querendo tentar um terceiro mandato, aproveitando os lucros de sua popularidade cada vez mais ascendentes. Não desconheço esses detalhes mas também não posso negar que, disparado, com todos os defeitos de sua humanidade, ainda é um presidente do qual qualquer pessoa de bem se orgulharia de tê-lo como mandatário, além de ser cristão e sempre agradecer a Deus por todas as conquistas que o país vem obtendo em relação a esta batalha.
Ingrid Betancourt, por sua vez, tem histórias muito nebulosas em sua vida pessoal, sobretudo no período em que viveu na França; pertence à esquerda ecológica e isto é um risco sério caso resolva se candidatar novamente, pois até já cogitam indicá-la para Prêmio Nobel da Paz. Certamente será cumprimentada pelo vigarista do Al Gore. Em entrevistas recentes ela negou ainda almejar a presidência, afirmando que está feliz por ter Uribe como presidente do seu país mas não sabemos até onde isto são apenas declarações de quem acabou de ser salva de uma situação tão miserável. Todavia, acredito na sinceridade de suas palavras quando pede que todos se unam para devolver a paz à Colômbia, na sua ojeriza às FARC, e na sua emoção e reconhecimento agradecido aos seus libertadores. Quem viveu durante 6 anos acorrentada como bicho selvagem e sob ameaças constantes de bombardeios, faz qualquer coisa — ou diz qualquer asneira — em nome de uma paz duradoura.
Enfim, não me parece haver “coisas ocultas” nessa história nefasta, pois tudo vem se comportando de forma lógica para quem acompanha os fatos há anos e direto das fontes. Acredito que as esquerdas vão retomar a carga de infâmias e acusações falsas — como já se evidencia em todos os jornais e sites, desde o dia 2 — porque não aceitam a derrota sofrida mas isto é também previsível. O que precisamos agora, nós brasileiros, é ficar atentos às nossas FARC brasileiras que atendem pelo vulgo de MST. Espero, de coração, que o presidente Uribe e sua excepcional equipe Militar consiga libertar todos os reféns em poder destes terroristas e que este câncer possa ser extirpado em sua raiz, definitivamente.
Força e Honra ao presidente Uribe, aos Guerreiros combatentes, à Colômbia e que Deus abençoe nossa América Latina!
Fiquem com Deus e até a próxima!
Comentários e traduções: G. Salgueiro
Fonte: Notalatina
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